27 de julho de 2011

APOPTOSE

APOPTOSE OU MORTE CELULAR PROGRAMADA


      Em 2002, os britânicos Sydney Brenner e John E. Sulston e o americano Robert Horvitz receberam o Prêmio Nobel de Medicina por seus trabalhos sobre a influência genética no desenvolvimento dos órgãos e a chamada morte programada das células ou, como hoje é mais conhecida, a apoptose. Mas por que algumas células seriam programadas para morrer?
     Mesmo em nosso corpo adulto há vários tipos de células que continuam a se dividir diariamente. À medida que algumas células se dividem e se especializam, outras morrem. Esta morte natural das células chama-se apoptose. É uma espécie de ''suicídio das células'', que remove células desnecessárias, que estão em excesso ou que não são desejáveis pelo organismo.
      As células podem morrer de duas maneiras: pela ação de um agente ambiental (por lesão física ou por produtos químicos) ou por apoptose. No primeiro caso, chamado necrose, a célula incha (a membrana não regula mais a entrada de água e íons), arrebenta e seu conteúdo vaza. A região onde isso acontece fica inflamada.
      Na apoptose, a célula encolhe, a mitocôndria (uma organela onde a maior parte da energia da célula é liberada) arrebenta, o DNA no interior do núcleo é destruído e se agrupa em vesículas, e a célula termina englobada e digerida (o processo é chamado fagocitose) por macrófagos e por outras células que destroem os agentes infecciosos que invadem o organismo. Neste caso, não há reação inflamatória.
      O organismo produz vários tipos de substâncias que se ligam à membrana das células e desencadeiam a apoptose. Entre outras substâncias que irão induzir a fagocitose da célula, estão, por exemplo, as enzimas conhecidas como caspases, que tema função de quebrar e destruir as proteínas da célula.


      Renovação contínua: A apoptose age predominantemente nos tecidos que sofrem renovação contínua no adulto, como a epiderme e outros tecidos que revestem os órgãos. Ela ajuda a remover também células defeituosas ou que estejam se multiplicando em excesso. É responsável, por exemplo, pela destruição das células da cauda do girino (a larva do sapo e da rã) durante a metamorfose para o estado adulto; pela modelagem dos dedos do feto, eliminando células no espaço entre os futuros dedos; pela eliminação do endométrio durante a menstruação; pela remoção de alguns neurônios que não estabeleceram conexões durante o desenvolvimento do sistema nervoso. Células que foram infectadas por vírus também podem ser induzidas pelo organismo a cometer a apoptose.

      Problemas no controle da apoptose podem causar o aparecimento de doenças auto-imunes (lupus eritrematoso, artrite reumatóide, tireoidite de Hashimoto), em que o organismo passa a destruir órgãos que deveriam estar funcionando, além de alguns tipos de câncer e de malformações no desenvolvimento do embrião. O processo também aparece na destruição dos linfócitos (células de defesa) pelo vírus da Aids.

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