28 de setembro de 2013

POR QUE É FUNDAMENTAL CONSERVAR A BIODIVERSIDADE

Conteúdos específicos: Evolução e conservação da biodiversidade e hotspots.

Objetivo: Compreender a importância da biodiversidade.

Ano:  8º e 9º anos

Tempo estimado: Duas aulas de 50 minutos


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Introdução:
Montanhas cobertas pela floresta tropical intocada, abrigando centenas de espécies animais e vegetais, muitas delas até então desconhecidas ou consideradas extintas. Essas palavras fazem lembrar o romance O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle. Mas elas se referem à região montanhosa de Foja, na ilha de Nova Guiné (Indonésia) um santuário ecológico descrito por um pesquisador como "o mais próximo do Jardim do Éden que se pode encontrar na Terra". A área compreende a maior extensão contínua de florestas tropicais preservadas da Ásia, graças sobretudo ao fato de as populações humanas locais possuírem excelentes condições de caça e pesca no litoral, sem precisarem recorrer às vizinhanças montanhosas.

No entanto, MUNDO ESTRANHO informa que outras regiões da Indonésia a mata tropical praticamente desapareceu. Ao lado da Malásia e de muitas ilhas do Sudeste Asiático, essas áreas devastadas do país integram o vasto hotspot de Sundaland, no qual mais de 90% da cobertura original já foi destruída. A revista apresenta um mapa com este e outros nove pontos críticos da biodiversidade.

O aprofundamento dessas informações serve para complementar o que os jovens já conhecem sobre o assunto. E permite ainda uma abordagem mais ampla, com o objetivo de ressaltar a importância da aplicação das noções de evolução nas questões relacionadas à conservação ambiental.

Desenvolvimento:

1ª aula
Destaque a riqueza da idéia de espécie como categoria classificatória. Nos estudos sobre preservação da biodiversidade, é fundamental ter clareza a respeito desse conceito e de suas questões controversas. Do ponto de vista biológico, uma espécie é um conjunto de indivíduos capazes de intercruzamento e produção de descendência fértil, afastados reprodutivamente de outros grupos. Esse aspecto do isolamento pode ser explorado lembrando que tal condição e a conseqüente ruptura do intercruzamento são o ponto de partida para a formação de uma espécie. Um exemplo de onde isso se deu: as ilhas oceânicas visitadas por Darwin. Nelas, o isolamento produziu uma série de espécies únicas, o que chamou a atenção do naturalista inglês e, mais tarde, tornou-se uma das evidências para a teoria de evolução por seleção natural.

Nesse momento, é possível abordar o conceito de espécie endêmica, aquela restrita a determinada localidade ou região. Mostre que o endemismo é grande em áreas cuja particularidade geográfica separou certas populações das demais caso das ilhas oceânicas. O fenômeno também ocorre em Madagascar, Sri Lanka, Austrália, Nova Zelândia, Nova Caledônia, Havaí e Fernando de Noronha. Apresente fotografias de espécies desses lugares. Isso vai servir de apoio para uma discussão sobre as questões relacionadas à conservação da biodiversidade insular.

Lembre que podem existir espécies endêmicas em regiões continentais marcadas por geomorfologias particulares. Altas elevações, vales profundos e áreas isoladas por climas locais se encaixam nessa definição. Na América do Sul, temos, entre outros casos curiosos, a faixa de montanhas em Roraima. Informe que O Mundo Perdido foi inspirado nas narrativas do botânico inglês Everard Im Thum, explorador do Monte Roraima, santuário ecológico localizado entre o Brasil e a Venezuela.

2ª aula
Focalize o termo hotspot, usado na revista e neste plano de aula. Ele foi criado em 1988 pelo ambientalista britânico Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais os critérios para criar uma área de preservação? Quais os pontos mais importantes para a manutenção da riqueza de espécies na Terra?

Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída pelo planeta, Myers procurou identificar as regiões que concentram, nesse quesito, os mais altos níveis, e se perguntou onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Esses locais os hotspots são, então, um tipo de pronto-socorro das espécies, áreas de rica biodiversidade e ameaçadas no mais alto grau, portanto prioritárias para os ambientalistas.

Peça que os alunos releiam as informações sobre os hotspots e, em especial, os critérios para defini-los. A Mata Atlântica e o cerrado estão nessa lista. Isso quer dizer que tais biomas têm pelo menos 1500 espécies de plantas endêmicas que só existem neles e em nenhuma outra parte e já perderam 70% ou mais da vegetação original. Proponha que a turma compare o mapa publicado na revista e o deste plano de aula, que é um recorte do que o site da Conservation International apresenta. Em ambos consta a Mata Atlântica, mas o cerrado aparece apenas no mapa da aula. Mostre que isso acontece porque MUNDO ESTRANHO relaciona os hotspots nos quais a vegetação foi destruída em pelo menos 90%, e o cerrado conserva 20% da cobertura original. Sugira pesquisas sobre o cerrado, para obter as informações apresentadas na revista: extensão original, extensão remanescente, espécies endêmicas ameaçadas e a principal ameaça. Vale a pena consultar o professor de Geografia para conseguir dados sobre a ocupação, o crescimento demográfico e as atividades econômicas dessa região.

Uma atividade complementar, que pode ser realizada nas aulas seguintes, consiste em selecionar alguns dos hotspots americanos e organizar seminários sobre eles, mostrando as características da biodiversidade local e os problemas relativos à sua conservação.

Fonte: Nova Escola

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