2 de fevereiro de 2015

PLANO DE AULA: MAMÍFEROS

Objetivos:

1) Compreender, de forma simplificada, a história evolutiva dos mamíferos;

2) Estudar as características gerais dos mamíferos atuais;

3) Analisar as principais especializações dos mamíferos;

4) Estudar a diversidade de espécies dos mamíferos.



Comentários:

Mencione "animal" para alguém e provavelmente essa pessoa irá pensar em um mamífero. Isso acontece porque, além de pertencermos a esse mesmo grupo de animais, alguns mamíferos são comuns à vida da maior parte das pessoas. Tal fato, por si só, justifica o estudo dessa classe. Mas as razões para que o conhecimento acerca dos mamíferos seja fundamental é sua diversidade de formas e habitats - o que reflete uma incrível capacidade de adaptação.

Das mais de 50 mil espécies conhecidas de vertebrados, apenas cerca de 4.500 correspondem a mamíferos. Apesar disso, a diversidade da classe Mammalia é imensa: das profundezas dos oceanos até as mais altas montanhas, podemos encontrar espécies de mamíferos.
Procedimentos


1) Professor, inicie a aula pedindo para que cada aluno pense em um animal. Em seguida, conte quantos alunos optaram por um mamífero e, se desejar utilize o comentário acima para começar a abordar o tema dessa aula.

2) Para que os alunos compreendam a história evolutiva dos mamíferos, mesmo que de maneira superficial, é preciso que eles entendam a classificação dos crânios quanto às fendas temporais. É importante, em termos evolutivos, que os alunos saibam as diferenças entre os tipos de crânio. Para tanto, você pode utilizar as informações abaixo:

a) Crânio anápsido: sem fendas temporais. São exemplos os testudines (tartarugas aquáticas, terrestres e cágados).



b) Crânio diápsido: possui duas fendas temporais. Os animais viventes que possuem esse tipo de crânio são os lagartos, serpentes, tuataras, e aves. Muitos animais pré-históricos como o Tiranossauro, Velociraptor e arcossauros eram diápsidos.



c) Crânio euriápsido: apresentava uma fenda temporal superior e era o tipo de crânio dos plesiossauros.



d) Crânio sinápsido: possui uma fenda temporal inferior. São exemplos os animais ancestrais dos mamíferos, os Synapsida e os próprios mamíferos.



3) Em seguida, professor, utilize um cladograma como ferramenta para explicar a evolução dos mamíferos, de maneira superficial. Segue abaixo uma sugestão de imagem: 



4) Professor comente com os alunos que todos os mamíferos apresentam (ou já apresentaram em algum momento de sua evolução) as seguintes características, e explique-as:


a) Tegumento:

- Pelos e camada subcutânea de gordura: funcionam como um isolante térmico, pois dificultam a perda de calor para o meio externo. São importantes para a endotermia, ou seja, para a manutenção da temperatura corpórea. Além de ajudar a reduzir a perda de calor, os pelos desempenham outras funções como a camuflagem, distinção sexual e interações sociais. Muitas vezes animais como cães, lobos, ursos, e gatos sinalizam medo e agressividade ao eriçar os pelos. Quando uma pessoa sente arrepio (de frio, por exemplo), seus pelos se eriçam - essa é uma reação involuntária que tem a função de evitar a perda de calor. Muita gente sente arrepios ao passar por alguma situação estressante.

- Glândulas cutâneas: são as glândulas sudoríparas, sebáceas, odoríferas e mamárias. Apesar de todas as fêmeas de mamíferos apresentarem lactação, nem todas possuem mamilos e, essas glândulas são ausentes em machos marsupiais. O leite das fêmeas de monotremados (ornitorrinco e as equidnas) brota de poros na região ventral e escorre nos pelos.


b) Viviparidade: os mamíferos dão a luz a filhotes, ao invés de botar ovos - as únicas exceções são os monotremados.


c) Glândula hardeniana: associada aos olhos, essa glândula secreta uma substância oleosa que, chega às narinas. Então, os animais utilizam as patas dianteiras para espalhar essa substância em sua pelagem - isso cria uma barreira contra o frio e a umidade.


d) São difiodontes: apresentam apenas dois grupos de dentes substituíveis. Um bom exemplo disso, nos seres humanos, são os dentes de leite e os dentes permanentes.


e) Heterodontia: a dentição dos mamíferos é formada por diferentes tipos de dentes (caninos, incisivos, molares etc.).


f) Músculos da face: é um traço exclusivo dos mamíferos, pois são ausentes nos outros vertebrados. São esses músculos que permitem as expressões faciais. Obviamente o desenvolvimento varia entre as diferentes espécies.



5) Professor, agora comece a explicar sobre as principais especializações, ou adaptações dos mamíferos, e dê exemplos:

a) Quanto à locomoção: patas adaptadas para andar, correr, nadar, cavar, voar etc.

b) Respiração aliada à locomoção: o tipo de movimento realizado pelos mamíferos aumenta a eficiência respiratória, em relação aos répteis: 


c) Anexos tegumentares: unhas, cascos, garras.

d) Chifres e cornos.

e) Tipos de postura.

f) Tipos de alimentação e as adaptações relacionadas: herbívoros, carnívoros, onívoros.

g) a mandíbula dos mamíferos é formada por um único osso, ao contrário dos demais vertebrados, que possuem mandíbula de ossos múltiplos.



5) Professor, para começar a explicar a diversidade dos mamíferos, esclareça as principais diferenças entre os grupos da classe Mammalia: Monotremados, eutérios e térios.



6) Em seguida, proponha a leitura dos textos Mamíferos 1 e Mamíferos 2 para casa, com o seguinte questionário:

a) Cite seis ordens de mamíferos com seus respectivos exemplos.

b) É correto dizer que os mamíferos apresentam uma grande diversidade? Explique sua resposta.

c) Como é o cérebro dos mamíferos e quais as vantagens de suas características?

d) Cite dois exemplos de mamíferos e explique o modo de desenvolvimento dos filhotes dos grupos: monotremados, marsupiais, placentários.

e) Quais são as características do grupo dos mamíferos que você identifica em si mesmo? Quais você não possui?

f) Em qual momento da história da Terra os mamíferos se diversificaram? Por quê?



Texto: MAMÍFEROS 1

Mamíferos: Diversidade e capacidade de adaptação

Qualquer um que observasse a corrida da evolução cem milhões de anos atrás e tivesse que apostar no sucesso de algum grupo de espécies, dificilmente colocaria suas fichas nos mamíferos. Se hoje a zebra é um conhecido mamífero, na época os mamíferos eram uma grande zebra...

Afinal, no mundo dos tiranossauros e velociraptores, os mamíferos não passavam de lanchinhos rápidos à disposição dos terríveis predadores. Só que o tempo passou, os dinossauros também e aqueles bichinhos peludos, que estavam sempre fugindo ou se escondendo de algum réptil, se deram bem.


Da África ao Ártico

Quando viram o terreno livre, os mamíferos se espalharam por todo o planeta e se adaptaram a todos os ambientes. Das tórridas savanas da África às gélidas paisagens do Ártico, os mamíferos ocuparam terras, oceanos, rios e os próprios ares.

A razão desta adaptabilidade única entre os vertebrados, com similar próximo, mas não alcançado, nas aves, reside nas características típicas dos mamíferos - animais cordados, de sangue quente, cobertos por pelos, cujas fêmeas são capazes de produzir o alimento de seus filhotes, o leite.

Mamíferos, claro, são animais que mamam quando pequenos, uma tremenda vantagem evolutiva, uma vez que as mamães mamíferas são capazes de transformar suas reservas de gordura em alimento para os filhotes, garantindo a sobrevivência deles em condições de escassez de alimentos. Coisa que nenhum outro animal, vertebrado ou invertebrado, tem condição de fazer.


Animais de sangue quente

Além disso, como se disse, os mamíferos são animais de sangue quente, ou homeotérmicos, o que quer dizer que sua temperatura corporal é constante e não depende da temperatura externa.

Isto permite que os mamíferos habitem regiões nas quais os répteis em geral não sobreviveriam, uma vez que estes animais precisam aquecer-se ao sol para obter a energia necessária às suas atividades físicas. É por isso que existem ursos polares, mas não existem lagartos polares.


Nas águas e nos ares

A grande maioria dos mamíferos é terrestre, mas baleias, golfinhos e mamíferos fluviais como o peixe-boi representam bem o grupo pelas águas do mundo.

E se aves e insetos são mais comuns no céus, há pelo menos uma ordem de mamíferos representando a classe junto aos alados, os quirópteros, nome de família dos conhecidos, e nem sempre queridos, morcegos.

Existem por volta de 4.600 espécies de mamíferos, cuja diversidade pode ser constatada numa rápida olhada em algumas de suas principais ordens:
Ordem Monotremataornitorrinco, equidna
Ordem Dasyuromorphiadiabo da Tasmânia
Ordem Diprotodontiacoala, canguru
Ordem Xenarthrapreguiça, tatu, tamanduá
Ordem Chiropteramorcego
Ordem Primatalêmur, macaco, chimpanzé, mico, homem
Ordem Rodentiarato, hamster, esquilo, porco-espinho, castor
Ordem Lagomorphalebre, coelho
Ordem Insectivoramusaranho, toupeira, ouriço
Ordem Carnivoracão, lobo, felinos, urso, doninha, foca, morsa
Ordem Artiodactylaporco, veado, boi, bode, ovelha, camelo
Ordem Cetaceabaleia, golfinho
Ordem Perissodactylacavalo, anta, rinoceronte
Ordem Proboscideaelefante
Ordem Sireniapeixe-boi


Texto: MAMÍFEROS 2


Mamíferos: características


Poucas imagens podem dar uma ideia da diversidade de formas dos mamíferos, como se vê a seguir:


O ornitorrinco, da ordem Monotremata, tem bico, assim como os patos; o golfinho, da ordem Cetacea, é um mamífero aquático; o chimpanzé, da ordem Primata, é muito semelhante ao homem; e o morcego, da ordem Chiroptera, voa como os pássaros.

As diferenças entre os mamíferos não se limitam à forma. O estranho mas simpático ornitorrinco não se assemelha às aves apenas no bico de pato. Ele também se reproduz botando ovos, ao contrário da maioria dos mamíferos que geram seus filhotes por gestação placentária.


Diferenças e semelhanças

Nisso diferem também os marsupiais, como o canguru e o diabo da Tasmânia, cujas fêmeas não possuem placenta para nutrir os fetos, que assim completam seu desenvolvimento em uma bolsa, na barriga da mãe.

Mas se as diferenças entre os mamíferos são muitas, suas semelhanças preponderam. Todos os mamíferos possuem respiração pulmonar e um sistema circulatório onde um coração de quatro cavidades mantém separado o sangue arterial (que vem do pulmão e, portanto, rico em oxigênio) do venoso (que recebeu o dióxido de carbono das células). Nos répteis, anfíbios e peixes não há esta separação e o sangue arterial e venoso se misturam ao longo da circulação.



Cérebro e zelo

Os mamíferos são animais notáveis por mais duas características na qual se destacam entre todos os demais. Possuem cérebros grandes proporcionalmente às suas massas corporais, o que lhes confere melhor coordenação, memória e capacidade de aprendizagem e solução de problemas.

Também são pais zelosos por suas crias, zelo este que não é incondicional, mas que na maioria das situações e espécies sugere que o amor é um talento especial dos mamíferos.

Na espécie Homo sapiens sapiens, que nos define entre os mamíferos, as habilidades conseqüentes de um cérebro grande nos dotou de uma forma de inteligência que ultrapassa tudo que a natureza produziu antes (até onde sabemos, pelo menos).



Espécie humana

Podemos fazer muito mais que resolver problemas concretos, como encontrar o melhor modo de abrir um fruto ou usar grandes folhas para nos proteger da chuva, coisas que gorilas e orangotangos, primatas como nós, também conseguem fazer.

A inteligência humana se define por sua capacidade de abstração e imaginação. Também somos, entre todos os animais, os mais dispostos a defender e cuidar de suas crias.

Essas duas qualidades foram fundamentais para o homem se tornar a espécie dominante no planeta, o que significa que de certa forma, o que há de melhor em nós foi nossa sorte em aprimorar o que os mamíferos tem de melhor, um grande cérebro e um grande coração de quatro cavidades.


Fonte: http://educacao.uol.com.br/

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