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7 de março de 2013

VEGETAÇÃO - BIODIVERSIDADE DO RS

   O IBGE com base na bibliografia fitogeográfica, em levantamento dos remanescentes de vegetação e em trabalhos de campo estimou a extensão dos tipos de vegetação do Brasil, classificados em Regiões Fitoecológicas e Áreas de Vegetação.

   O mapeamento representa uma reconstituição dos tipos de vegetação do território brasileiro na época do descobrimento. Mostra as Regiões Fitoecológicas e as demais áreas de Vegetação com seus grupos e subgrupos.

   A Região Fitoecológica compreende um espaço definido por uma florística de gêneros típicos e de formas biológicas características que se repetem dentro de um mesmo clima, podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem marcado. (Fonte: IBGE, 2004)

   O RS apresenta as seguintes Regiões Fitoecológicas:

Floresta Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Mista
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Decidual
Estepe (Campos gerais planálticos e da campanha gaúcha)
Savana Estépica
Áreas de Formações Pioneiras
Sistema de transição (Áreas de Tensão Ecológica)



   Floresta Ombrófila Densa – o termo criado por Ellemberg & Mueller-Dombois (1965/6) substituiu Pluvial (de origem latina) por Ombrófila (de origem grega), ambos com o mesmo significado “amigo das chuvas”.

   Sua principal característica ecológica reside nos ambientes ombrófilos, relacionada com os índices termo-pluviométricos mais elevados da região litorânea. A precipitação bem distribuída durante o ano, determina uma situação bioecológica praticamente sem período seco.

   Esta vegetação apresenta três estratos definidos, o superior formado por espécies dominantes como o tanheiro (Alchornea triplinervia), o angico (Parapiptadenia rígida), a canela-preta (Ocotea catharinensis), entre outras. No estrato intermediário destaca-se a ocorrência do palmito (Euterpe edulis), espécie ameaçada de extinção no RS e no estrato arbustivo são encontradas inúmeras espécies, como a samambaia preta (Hemitelia setosa) e o xaxim (Dicksonia sellowiana).

    No RS sua ocorrência está restrita à região nordeste do Estado, recobrindo a encosta leste do Planalto Meridional (Serra Geral), em altitudes que vão desde a Planície Costeira, quase ao nível do mar, até cerca de 900 m, junto à borda do Planalto.

   Floresta Ombrófila Mista - caracterizada por apresentar o estrato superior dominado pela Araucária angustifolia, que dá a paisagem uma fisionomia própria. O estrato inferior é constituído por árvores mais baixas ou arbustos arborescentes, pertencente em grande parte às Mirtáceas, sendo comum a casca d’anta (Drymis brasiliensis) e o pinheiro bravo (Podocarpus lambertii).

   Floresta típica do Planalto Meridional, ocorrendo no RS em altitudes entre 500 m ao oeste a 1.000 m a leste, onde se destacam três núcleos principais: na borda dos Aparados entre o rios Maquiné e das Antas, na borda da encosta sul do Planalto, entre os rios Taquari e dos Sinos e em pleno Planalto Central, no curso superior do rio Jacuí.

   Floresta Estacional Semidecidual – a principal característica ecológica deste tipo de vegetação é representada pela dupla estacionalidade climática, representada no Estado, pela chamada seca fisiológica provocada pelo frio intenso do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15ºC. A percentagem das árvores que perdem as folhas no conjunto florestal situa-se entre 20 e 50%.

   Além das florestas semideciduais localizadas na região da encosta inferior do nordeste, merecem destaque as localizadas na serra do sudeste, a oeste das Lagoas dos Patos e Mirim, onde, em função das características edáficas, estão inseridas numa paisagem diferenciada, formada por um mosaico de vegetação muito variada, que inclui os campos limpos, campos sujos , matas arbustivas e florestas-parque.

   Floresta Estacional Decidual – este tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas. No RS, embora o clima seja ombrófilo, possui uma curta época muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiológica da floresta.

  Esta formação ocorre na forma de disjunções florestais apresentando o estrato dominante predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhas no período frio.

   Sua ocorrência é destacada na região do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, até as proximidades do rio Itu ( afluente do rio Ibicuí), fazendo limite com os campos da Campanha gaúcha.

   De modo geral, as espécies integrantes da Floresta Estacional da região do rio Uruguai são as mesmas da encosta sul do planalto, mas apesar disso, ocorre certo número de espécies próprias. A canafístula (Peltophorum dubium) e o timbó (Ateleia glazioviana), por exemplo, são espécies características da Floresta do Alto Uruguai.

   Estepe (Campos gerais planálticos e da campanha gaúcha): A fisionomia dos campos do RS é bastante variável, apresentando uma grande diversidade de formações locais, em face, principalmente das várias diferenciações de solo.

   Nos campos localizados nas altitudes mais elevadas do Estado, os denominados Campos de Cima da Serra, temos a ocorrência de capões de Araucária angustifólia e de solos turfosos com gramíneas, tibouchinas e juncais.

   Os chamados Campos da Campanha, localizados em altitudes de até 300 m, apresentam uma grande variabilidade de formações vegetais, constituídas pelas famílias das gramíneas, compostas e leguminosas.

   Savana Estépica: Esta classificação é empregada para denominar a área do “sertão árido nordestino” com dupla estacionalidade e também uma área disjunta no norte do Estado de Roraima e duas outras áreas também disjuntas, uma no extremo sul do Mato Grosso e outra na barra do rio Quaraí, no Rio Grande do Sul.

   A disjunção do “Parque do Espinilho” ocorre na planície alagável situada no extremo sudoeste do RS. Encontra-se ainda bastante preservada e seus ecotipos naturais revestem terrenos de deposição recente, localizados entre os rios Quaraí e Uruguai.

   Áreas de Formações Pioneiras: Situam-se na Planície Costeira e ao longo da rede hidrográfica da Depressão Central e da Campanha. Nestas áreas encontram-se espécies desde herbáceas até arbóreas, com ocorrência de variadas formas biológicas, adaptadas às diferentes condições edáficas aí reinantes. As formações vegetais encontradas são de influência marinha (restinga), fluvial (comunidades aluviais) e fluvio-marinha (manguezal e campos salinos).

   Sistema de transição (Áreas de Tensão Ecológica):

# Ecótono - Área de mistura florística entre tipos de vegetação (Ex. Floresta Ombrófila Mista/Floresta Estacional Decidual)

# Encrave - Área disjuntas que se contatam, mas onde cada uma guarda suas características ecológicas.

Fonte: 
IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, 1992.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Inventário Florestal Nacional. Florestas Nativas RS. Brasília, 1983.

BIOMAS E BIODIVERSIDADE DO RS

     O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) mapearam pela primeira vez, os seis biomas continentais brasileiros - Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, apresentados no Mapa de Biomas do Brasil, que foi lançado em comemoração ao Dia Mundial da Biodiversidade (22 de maio de 2006), em tamanho mural e escala 1: 5.000.000, juntamente com o Mapa de Vegetação.

     O Mapa de Biomas do Brasil representa os seis biomas continentais brasileiros, traz a área aproximada de cada um desses conjuntos, sua descrição e a proporção de sua ocorrência nas 27 unidades da federação. Também estão indicadas no mapa as áreas alteradas pela presença humana (antropismo).


    No Rio Grande do Sul ocorrem dois biomas, Mata Atlântica e Pampa, sendo que este último só tem ocorrência no RS, ocupando 63% do seu território e 2,07% do território brasileiro.

    Bioma é conceituado como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.


Fonte: http://www.biodiversidade.rs.gov.br