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28 de dezembro de 2016

GOVERNO DO RS EXTINGUE A FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA

O governador do RS José Ivo Sartori (PMDB) propôs a extinção da Fundação Zoobotânica do RS (FZB/RS) e a Assembleia Legislativa aprovou.




A decisão causou revolta e repudio por parte de diversas entidades e associações ligadas ao Meio Ambiente e profissionais da área, Conselho Regional de Biologia, Juízes ambientais de vários estados, universidades, entre outros. Para estes, a Fundação Zoobotânica exercia papel estratégico na preservação da biodiversidade, realizando, entre muitas atividades, pesquisas de fauna e flora; inventários e diagnósticos de ecossistemas; recuperação em áreas degradadas; reposição florestal; preservação do patrimônio fóssil; conscientização ambiental, além de administrar o Jardim Botânico, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul e o Museu de Ciências Naturais.


Para compreender melhor o quão significativa será a perda da FZB, compartilho aqui uma reportagem feita pela Sul21, em http://www.sul21.com.br/jornal/entenda-o-que-pode-significar-para-o-estado-a-extincao-da-fundacao-zoobotanica/,publicada em 13/12/16, enquanto a extinção da Fundação ainda não havia sido aprovada.


Neste texto, fica explícito toda real importância da FZB para a preservação da biodiversidade do Rio Grande do Sul e o retrocesso socioambiental que sua extinção promoverá.


Entenda o que pode significar para o Estado a extinção da Fundação Zoobotânica


Jaqueline Silveira
Prevista para ser extinta no pacote do governo José Ivo Sartori (PMDB) em nome do ajuste fiscal, a Fundação Zoobotânica (FZB) está presente na comunidade, por meio dos serviços prestados, embora, muitas vezes, a própria sociedade desconheça esse trabalho. O biomonitoramento da qualidade do ar que respiramos todos os dias, por exemplo, é feito pela FZB. Já o horto florestal, mantido pela fundação dentro de uma área de 640 hectares do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, é um sopro de ar puro em meio aos núcleos urbanos cercados de concreto. Ao mesmo tempo, é um oásis que ameniza a temperatura escaldante nos dias mais quentes – estudos apontam que a temperatura nessa região é 8ºC menor devido à preservação da área verde.
É a fundação, ainda, que fornece o veneno usado para a produção do soro antiofídico, usado para tratar pessoas picadas por cobras no Estado. Os animais apreendidos em virtude do tráfico ou provenientes de resgates também contam com o auxílio da FZB. Todos são levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Zoológico, onde recebem os cuidados de tratadores, biólogos e médicos veterinários. Só em 2015, o Cetas recebeu cerca de 2 mil animais. Atualmente, há aproximadamente 350 animais apreendidos ou resgatados. “O Cetas é um órgão muito importante para o Estado”, frisou Josy Matos, presidente da Associação de Funcionários da FZB, sobre o trabalho que é de responsabilidade do governo.


Diferentes frentes de atuação
Essas ações em diferentes frentes são uma pequena amostra do trabalho da Fundação Zoobotânica, tocado por 198 funcionários. Constituída, além do Zoológico de Sapucaia do Sul, pelo Museu de Ciências Naturais e o Jardim Botânico, a FZB é responsável, ainda, pelo auxílio nos licenciamentos, pela elaboração da lista de espécies da flora e da fauna em extinção no Rio Grande do Sul e por laudos paleontológicos. Somado a isso, é a única instituição estadual responsável pela preservação da biodiversidade do Rio Grande do Sul e pela execução da política de educação ambiental, atendendo 150 mil alunos por ano.
Com a extinção, o trabalho hoje feito pela FZB tende a ficar prejudicado, já que, de acordo com o projeto do Piratini, as atividades serão assumidas por um departamento da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, à qual a fundação é vinculada, e os funcionários da fundação, que são celetistas, serão demitidos. Como a pasta não teria suporte e nem um quatro técnico específico para desempenhar essas atividades, a extinção da FZB aponta para prejuízos tanto ao meio ambiente quanto à qualidade de vida dos gaúchos. “Não tem especialista, o trabalho que nós desenvolvemos é muito específico”, explicou a presidente da Associação dos Funcionários da FZB, sobre o fato de a Secretaria do Ambiente assumir o trabalho.
Dos 198 funcionários da fundação, 194 são técnicos, 43 deles pesquisadores. Só quatro são cargos em comissão (CC). Recentemente, a promotora da Promotoria da Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre Ana Marchesan demonstrou preocupação com o fim da FZB, depois de uma reunião com funcionários e ambientalistas. A fundação, justificou ela, tem um quadro técnico de alto nível e faz “trabalhos indelegáveis”, já que seus funcionários têm a “expertise” para desempenhar tais atividades. “Nós temos uma posição bem clara: contrária à extinção da fundação”, afirmou Ana, na ocasião.

Instituto carioca usa veneno da FZB para soro
Uma das instituições beneficiadas com o trabalho da FZB é o Instituto Vital Brazil de Niterói, no Rio de Janeiro, produtor de soro antiofídico. A fundação é a única instituição da Região Sul que fornece o veneno ao instituto. Comparadas às cascáveis do restante do país, conforme o pesquisador do Vital Brazil Carlos Corrêa Netto, as cobras dessa espécie encontradas no Rio Grande do Sul apresentam um componente peculiar na composição do seu veneno, dificultando ao instituto obtê-lo caso se confirme a extinção da FZB. “É retroceder em qualidade, a gente vai ter dificuldade de obter o veneno”, comentou Netto.
A partir dessa peculiaridade, o soro produzido e aplicado nas pessoas picadas por cascavel no Estado é muito mais eficiente em relação ao medicamento fabricado com veneno proveniente de outra região. “Esse soro não vai ser tão eficiente, por isso da importância (extração do veneno pela FZB)”, esclareceu a bióloga Maria Lúcia Machado Alves, que trabalha no Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (Nopa) do Museu de Ciências, onde fica o serpentário com mais de 300 cobras. “Eu vejo um retrocesso na ciência, principalmente pela dificuldade para a produção de antivenenos”, completou o pesquisador do Vital Brazil, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Netto alertou ainda que os funcionários da fundação têm “habilidade” para trabalhar com as serpentes. “Precisa ter uma experiência grande. Não dá para fazer a soltura no meio ambiente”, enfatizou a bióloga do Nopa, sobre o trabalho com as serpentes e o futuro das mesmas com a extinção da FZB. Com uma parceria que já dura oito anos, a fundação e o Vital Brazil, neste momento, realizam estudos sobre o veneno da cobra coral. A FZB também, segundo o professor, tem um papel relevante na educação ambiental. “(A fundação) tem um papel social não só na produção de veneno, mas em educação ambiental”, avaliou ele, lamentando a possibilidade de extinção da instituição ambiental. A extinção prejudicará, ainda, a produção de pesquisas, na opinião de Netto. “Se fechar a Fundação Zoobotânica, compromete o desenvolvimento científico do Estado”, concluiu Netto.

Orçamento pequeno
O recurso destinado à fundação – cerca de R$ 26 milhões por ano – representa 0,04% do montante total do Estado, que em 2016 é de R$ 63,4 bilhões. Dos R$ 26 milhões, R$ 18,6 milhões são para o pagamento da folha e dos encargos dos 198 funcionários e R$ 8,8 milhões são para manutenção do Jardim Botânico, do Museu de Ciências e do Zoológico. Como a FZB tem uma receita anual de R$ 5,2 milhões, que vem de consultorias, de pareceres e laudos elaborados, entre outros serviços, o Estado destinaria aproximadamente R$ 20 milhões, o que, na opinião dos servidores, não seria um valor significativo diante da importância do trabalho da instituição ambiental à sociedade.

Argumento do governo
Já o governo do Estado argumenta que o Plano de Modernização do Estado (PME), que inclui a extinção de nove fundações, é necessário para que o Piratini possa investir os recursos em áreas essenciais, como saúde, educação, segurança, infraestrutura e social. Entretanto, as verbas economizadas com o fim dos nove órgãos, que somariam R$ 137,1 milhões ao ano, só serão revertidas, por exemplo, em asfalto e contratação de mais policiais, depois que o Piratini equilibrar as contas.
O Zoológico, conforme o governo, registra um gasto com pessoal de R$ 474 mil, valor que corresponderia a 30% das despesas com a folha de pagamento da FZB, e passará a ser administrado por uma parceria público-privada. Por ano, o parque, que possui 79 funcionários, recebe aproximadamente 620 mil pessoas, 200 mil são estudantes. Apesar da concessão, a Secretaria do Ambiente garante que o trabalho não será comprometido. “O Jardim Zoológico será mantido e continuará acessível a todos os gaúchos. E os cuidados com os animais estarão assegurados, pois a concessão será apenas para a gestão do parque”, promete a titular da pasta, Ana Pellini.

Conceito A do Jardim Botânico
Já o Jardim Botânico e o Museu de Ciências Naturais ficarão sob a gestão da secretaria, que criará um departamento para absorver as inúmeras atividades hoje de responsabilidade da FZB, e seu patrimônio será revertido para o Estado. Os três órgãos, de acordo com Ana Pellini, são bens públicos e “merecem ser preservados com as características que possuem.” Entretanto, os funcionários projetam que o trabalhado realizado pelos técnicos da FZB ficará comprometido. Com conceito A, ao lado de somente mais quatro espaços no país, o Jardim Botânico, por exemplo, pode não conservar suas características, caso não receba os cuidados adequados de especialistas, alertou a presidente da Associação dos Funcionários da FZB. Isso porque o espaço não se limita a áreas de lazer, mas tem por finalidade a realização de pesquisas, conservação de espécies raras e ameaçadas e manutenção de reservas genéticas.
“O Jardim Botânico pode deixar de ser Jardim e virar um Parque da Redenção”, avisou Josy, sobre as consequências de não contar com o cuidado de um quadro técnico especializado. Com 39 hectares distribuídos numa área nobre de Porto Alegre e de valorização imobiliária, o local possui um banco de sementes de grande importância tanto para pesquisas da própria fundação e de instituições acadêmicas (UFRGS e PUCRS), quanto para a produção de mudas de espécies nativas em extinção no Estado e que são usadas para a recuperação de áreas degradadas.



Museu abre as portas para a comunidade
Já o Museu de Ciências Naturais realiza uma série de atividades focadas na educação ambiental em escolas e lugares públicos, por meio dos projetos Museu vai à escola e Ciência na praça. O museu também abre as portas para a população conhecer o trabalho realizado no local e, ainda, recebe escolas e universidades. Além disso, há uma intensa produção de pesquisas científicas. Atualmente, os especialistas na área estão engajados no desenvolvimento de 54 projetos de pesquisa em diversas áreas, como de monitoramento de fauna e flora, ecologia, taxonomia, sistemática, paleontologia.
Diante das inúmeras atividades realizadas e serviços prestados à comunidade pela instituição ambiental, os funcionários consideram irrisória a economia pregada pelo Estado para o fechamento das portas da FZB. Isso porque, conforme a analista bióloga da instituição Janine Oliveira Arruda, o Estado terá de repassar serviços à iniciativa privada com um custo bem mais elevado. “Não vai ter economia nenhuma. Os serviços que a fundação presta à sociedade terão de ser contratados pela iniciativa privada”, sustentou ela. Em documento entregue aos deputados para justificar a manutenção da fundação, os trabalhadores fizeram um comparativo entre os valores cobrados pela FZB e pela iniciativa privada. Na elaboração dos planos de manejo, por exemplo, o Estado economizaria uma média de quase R$ 5 milhões com o trabalho hoje realizado pela instituição pública. Também, enfatizou a analista, como será criado um departamento para tocar as atividades, será inviável a captação de recursos.

Votação do projeto ocorre neste mês
O projeto de extinção da FZB e das demais fundações será votado ainda neste mês. Diretora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul (Semapi), ao qual a FZB está vinculada,  Mara Feltes disse que “o pacote faz mudanças severas na estrutura do Estado” e que, por esse motivo não pode ser avaliado em 30 dias, tempo que tramitará no legislativo gaúcho. No caso específico das fundações, afirmou a dirigente sindical, essas instituições têm uma grande importância devido “à captação de recursos e ao acúmulo de saber” não podendo ter o futuro decidido num período tão curto. Ela também criticou a versão dada pelo Estado para promover as extinções: “O que o governo diz para a sociedade está muito longe do que é verdade, da realidade.”
Se o projeto de extinção da FZB for aprovado na Assembleia Legislativa, as inúmeras atividades, distribuídas em diferentes frentes de atuação, ficarão limitadas a um departamento da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento e a seus servidores.

Trabalho que só a FZB faz:

É a única instituição do sul do Brasil fornecedora de veneno para produção de soro antiofídico
– Faz pesquisas sobre a descrição de novas espécies de plantas e animais, realiza inventários biológicos, o manejo de animais peçonhentos visando à produção de soro antiofídico
– Faz biomonitoramento da qualidade do ar, da recuperação de ambientes degradados, do impacto de estradas sobre a fauna, da proliferação de algas tóxicas, do efeito de espécies parasitas e exóticas invasoras, da fauna fóssil e muitos outros
– É única instituição pública estadual que realiza o monitoramento da qualidade do ar utilizando organismos vivos como indicadores de índices de poluição atmosférica
– É o único órgão no Estado que mantém acervos vivos de espécies da flora raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção, cujo resguardo requer cuidados e manejo especializados
– Mantém, por meio do Jardim Botânico, banco de sementes representativo da flora de todo o Rio Grande do Sul, para fins de pesquisa e melhoramento do manejo de sementes visando ao repovoamento e à restauração de ambientes degradados
– Realiza laudos para detectar florações de algas tóxicas em reservatórios de abastecimento de água à população e outros mananciais, atendendo demandas de prefeituras e órgãos públicos
– Oferece treinamentos específicos no manuseio de animais silvestres e peçonhentos a agentes de fiscalização da Polícia Ambiental do Estado e de outros órgãos públicos de controle, assim como a criadouros de animais
– Elabora a pedido dos poderes Executivo e Judiciário pareceres e laudos sobre questões relacionadas à fauna, à flora e ao meio ambiente
– Elabora laudos paleontológicos
– Coordena a elaboração das listas da fauna e da flora em extinção no Rio Grande do Sul e propõe medidas para a sua conservação
–Treinamento de agentes ambientais no manuseio de animais silvestres e peçonhentos
– Auxilia nos licenciamentos
–Execução da política estadual de educação ambiental

Movimentação financeira da FZB
Orçamento – R$ 26 milhões, representa 0,04% do orçamento total do Estado, de R$ 63,4 bilhões
Folha de pagamento e encargos dos 198 funcionários– R$ 18, 6 milhões
Manutenção do Zoológico, Jardim Botânico e Museu de Ciências Naturais – R$ 8,8 milhões
Receita (recurso do trabalho prestado pela fundação) – R$ 5,2 milhões

A FZB em números
Funcionários – 198, só quatro ocupam cargos em comissão
Técnicos de pesquisa – 43 (33 biólogos, 3 engenheiros agrônomos, 3 engenheiros florestais, 2 veterinários, químico e 1 paleontólogo
– 70% do quadro técnico possui doutorado
Coleções científicas do Museu de Ciências Naturais – 500 mil exemplares, entre plantas, animais e fósseis
Coleção de plantas vivas do Jardim Botânico – mais de 1.000 espécies e dezenas de milhares de exemplares
Animais do Parque Zoológico – 1.065 animais
Plantel do serpentário – Mais de 300 serpentes
Acervo da biblioteca – cerca de 13 mil livros e 1.300 títulos de periódicos científicos

O que o Estado perderá com a extinção da FZB?
– Mais de R$ 3 milhões de reais captados em projetos de pesquisa nos últimos 5 anos
– R$ 884 milhões de reais captados para o Estado em apenas dois grandes projetos internacionais
– Todos os veículos novos da FZB adquiridos com recursos de projetos de pesquisa próprios
– Corpo técnico altamente qualificado: 70% possui titulação de doutorado
– Serviços prestados pela FZB ao Estado apresentam valores inferiores aos do mercado

13 de setembro de 2013

PAPAGAIO-DO-PEITO-ROXO E ARAUCÁRIAS SÃO PRESERVADOS EM SANTA CATARINA

O Papagaio-de-peito-roxo e araucárias são as principais espécies preservadas no Parque Nacional das Araucárias, no Oeste de Santa Catarina. Criado em 2005, o local tem 12.841 hectares de mata preservada entre os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia.

Um dos principais projetos desenvolvidos no Parque é para a conservação de papagaios-de-peito-roxo. Desde 2010 a espécie, extinta no local, está sendo reintroduzida na mata. A ave é uma espécie natural da região, porém, há 20 anos não era mais vista no local.
Desde então 43 aves foram soltas e são monitoradas periodicamente pelo Espaço Silvestre Instituto Carijós. Todas as aves foram apreendidas pela polícia em casos de tráfico de animais e passaram por diversos treinamentos de reabilitação. No dia 5 de setembro de 2013 o projeto comemorou um ano da soltura do segundo grupo de aves.

O período de reprodução é entre agosto e janeiro, e a esperança dos biólogos do projeto é que as aves já se reproduzam ainda este ano. Junto com o trabalho realizado com os animais, ainda é feito um trabalho na comunidade.
O objetivo é que todos se conscientizem de que não devem alimentar as aves e nem capturá-las. Além disso, está sendo implementado um trabalho com os moradores da região, para que desenvolvam um trabalho de artesanato ligado à temática dos papagaios. A renda será convertida para as famílias e os produtos ajudam a divulgar o projeto. “Estamos procurando patrocinadores para o projeto também, para que possamos continuar com os trabalhos de pesquisa e conservação”, explica Vanessa.
Mata de Araucárias

A Floresta Ombrófila Mista, conhecida como Mata de Araucárias, produz o pinhão, principal alimento da dieta das aves, e por isso, também precisa ser preservada. A Araucária também é conhecida com pinheiro do Paraná ou pinheiro-brasileiro. Mesmo ameaçada de extinção, ela cresce na presença de outras espécies e por isso constitui um subsistema. Estas árvores podem atingir alturas de cerca de 50 metros, com um diâmetro de 2,5 m e podem viver 700 anos.
De acordo com as informações do Parque Nacional, a floresta está reduzida a menos de 3% da área original e sobrevive nos planaltos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A qualidade da madeira fez com que a araucária fosse explorada, principalmente a partir do início do século XX e estima-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados.
Existe uma lista de espécies da fauna que encontram-se atualmente ameaçadas pela redução da Mata de Araucárias, entre elas a Gralha Azul, o Papagaio-charão, o Papagaio-de-peito-roxo e o leão-baio. Espécies da flora, como Canela-amarela, Peroba e Xaxim, também estão ameaçadas.

20 de abril de 2013

MELANOPHRYNISCUS ADMIRABILIS LUTANDO EM PROL DE SUA PRESERVAÇÃO E CONTRA A IGNORÂNCIA DE MUITOS

Nos últimos dias, temos acompanhado uma série de discussões sobre o 'atraso nas obras de uma hidrelétrica' por conta de um 'sapinho que cabe na palma da mão' e infelizmente a abordagem dada sempre coloca o pequeno anfíbio como vilão, quando na verdade seria justamente o contrário, a obra ameaçando o animal! 

Uma das reportagens mais comentadas foi a veiculada pelo site "Zero hora" (veja a reportagem aqui: http://tinyurl.com/bwtlcdp), que também comentou sobre outro sapo que emperrou outra obra e sobre o comentário do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a questão (veja o vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=Qzu-qrBQkPs).

Por conta disso, gostaríamos de divulgar essa Carta Eletrônica enviada ao "Zero hora".

Vale a pena parar para ler! 

"Carta eletrônica enviada a Zero Hora.

Caros editores e redatores da ZH,

É vergonhosa a postura da ZH perante o polêmico caso do licenciamento ambiental da PCH Perau de Janeiro e seu envolvimento com a espécie endêmica e ameaçada de sapo, Melanoprhyniscus admirabilis.
O texto foi construído de forma extremamente parcial, onde a posição técnico-científica, que possui amparo legal na constituição e na legislação ambiental brasileira, é reduzida a mera ideologia. Saibam que a conservação de uma espécie biológica é obrigatoriedade constitucional, sustentada por critérios científicos e éticos mundialmente reconhecidos. O Brasil peca por não reconhecer o valor de sua biodiversidade, a qual poderia estar aliada ao desenvolvimento e não impedindo-o, como frisa o texto de vocês. Os países desenvolvidos sabem muito bem desse ponto e a biopirataria ocorre desde sempre em nossas terras, com patentes de produtos de alto valor mundial (vide Captopril e o caso da Petunia exserta) sendo extraídos de nosso território. A biodiversidade é a grande riqueza nacional ainda não reconhecida.

Nosso modelo de desenvolvimento segue sendo o modelo colonial, onde somos o grande exportador de commodities (soja, minério de ferro, alumínio, celulose, etc), produtos sem grande valor agregado. Nessa lógica entram as obras do PAC, principalmente aquelas que constituem o setor energético. As empresas do setor eletrointensivo são as grandes consumidoras de energia elétrica em território nacional. As obras não estão a favor da população em geral. Os casos emblemáticos de Belo Monte e Pai Querê representam de forma quase caricatural essa situação.

Uma matéria que não menciona sequer um aspecto desse panorama maior e usa frases de tendência clara e alinhada com o empreendedor como "Animal raro emperra construção de usina no Vale do Taquari", "Um animal que cabe na palma da mão de uma criança ameaça a construção de uma hidrelétrica em Arvorezinha, no Vale do Taquari." e "Atrasada, a obra pode não avançar por colocar em risco de extinção do sapo que só existiria no Rio Grande do Sul." mostra claramente seu descompromisso com a verdade.

Pergunto-lhes:

- O animal emperra a construção de uma usina? Qual é o processo já estabelecido e qual é o interferente? A espécie existe há milhões de anos. A hidrelétrica é a novidade que deveria estar sendo contestada e repensada. Não só pelos problemas ambientais, mas sua proposta deveria ser alvo de um pensamento crítico mais criterioso. Para quem vai essa energia? Para quem serve esse investimento? Sabiam que a produção energética da usina (1,8 MW) é inferior a um ÚNICO aerogerador moderno (2 MW)?

- O tamanho do animal é proporcional à sua relevância ecológica? Essa é a ideia que o texto parece passar...

- A obra não está atrasada. A realidade é que a lei concebe a possibilidade de a obra NÃO SE CONCLUIR. Sim, isso é possível, de acordo com as leis de Licenciamento Ambiental.

Encerro reafirmando o imenso descontentamento do setor acadêmico e científico com a equipe de reportagem da ZH no tratamento dado a esse caso. Fica evidente a posição vergonhosa do veículo. A Zero Hora, mais uma vez, presta um desserviço à população, fornecendo conteúdo claramente tendencioso. Qualquer um com um mínimo conhecimento de psicologia de massas e retórica sabe reconhecer o mecanismo de uma estratégia de manipulação e devo afirmar que, nesse quesito, os senhores fizeram um bom trabalho."

Texto de Paulo Barradas

7 de abril de 2013

CAMPANHA BRASILEIRA "XIXI NO BANHO" INSPIRA HOLANDA

Já famosa no Brasil, a campanha Xixi no Banho, lançada em 2009 pela Fundação SOS Mata Atlântica com a intenção de mostrar as pessoas o quanto elas podem economizar água ao adotar o hábito de fazer xixi durante o banho, repercutiu na Holanda. 

Inspirado pela iniciativa brasileira, o vereador Bert Wassink, da província de Drenthe, sugeriu que os holandeses adotassem a prática para economizar água. Segundo ele, o desperdício no país está alarmante: por dia, cada cidadão gasta, em média, 39 litros do recurso no banho e outros 36 dando descarga. A ONU recomenda que cada pessoa use, por dia, no máximo, 50 litros para todas as atividades de higiene e bem-estar. 

A ideia gerou estranheza na população da Holanda, mas Wassink segue determinado disseminando a prática do xixi no banho e, inclusive, virou notícia em um dos jornais do país por sua sugestão, considerada inusitada. 

Assista, abaixo, ao vídeo da campanha Xixi no Banho e confira, também, o site da iniciativa, que revela, de forma divertida, que ao adotar o hábito de fazer xixi uma vez por dia, embaixo do chuveiro, cada pessoa pode economizar mais de quatro mil litros de água por ano.


28 de julho de 2012

RÉPTEIS EM CATIVEIRO

       Na segunda-feira (23/07/2012) a Polícia Ambiental do 5º RPMon de Santiago-RS esteve averiguando uma denúncia de manutenção ilegal de animais em cativeiro, conforme a Lei Nº 5.197/67 e Portaria Nº 93/1998. Para isso deslocou-se até a Rua Treze de Maio no Bairro Centro e solicitou apoio da Equipe Técnica da Prefeitura Municipal de Santiago.
        Compareceram no local a  Bióloga Daniela Gonçalves Oliveira (SMMA) que realizou a identificação dos répteis e elaborou o Laudo de Fauna referente aos animais encontrados no local. e a Veterinária Patrícia Medina de Oliveira (SMAP),  
         Os animais encontrados em cativeiro foram identificados através de observação visual e consulta bibliográfica especializada, sendo descritos na tabela abaixo:
RÉPTEIS
FAMÍLIA
NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
ORIGEM
QUANT.
Colubridae
Elaphe guttata
Corn snake
Cobra-dos-milharais
Estados Unidos ao Norte do México
15
Colubridae
Elaphe obsoleta rossalleni
Everglades Ratsnake
Cobra-rateira
Florida (EUA)
1
Viperidae
Bothrops pubescens
Jararaca-pintada
Brasil
1
Gekkonidae
Eublepharis macularius
Lagarto-leopardo
Oeste da Ásia e Nordeste da Índia
5


                Entre o total de vinte e dois indivíduos apreendidos, há apenas um exemplar da fauna silvestre brasileira (Bothrops pubescens), sendo os demais exóticos.
De acordo como artigo 2º da Portaria Nº 93, de 07 de julho de 1998, considera-se:
I - Fauna Silvestre Brasileira: são todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do Território Brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras.
II - Fauna Silvestre Exótica: são todos aqueles animais pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo homem, inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado.  Também são consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas jurisdicionais e que tenham entrado em Território Brasileiro.
            Além das espécies anteriormente mencionadas, no local também é mantido um biotério (criação de ratos para alimentação das serpentes) em situação precária, com significativo número de indivíduos, provavelmente da espécie Mus musculus e em desacordo com a legislação vigente.
         A PATRAM autuou o rapaz que mantinha os animais em cativeiro, tendo este assinado um Termo circunstanciado como fiel depositário dos animais até decisão judicial sobre as providências a serem tomadas.


RELATÓRIO FOTOGRÁFICO:
Saiba mais em:


7 de janeiro de 2012

SECA NO SUL DO BRASIL

     A estiagem castiga o Sul do país, aumentando o número de municípios em estado de atenção e alerta no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Pelas últimas informações, são 98 municípios gaúchos, 63 catarinenses e 9 paranaenses. 
    Pelos dados oficiais dos governos estaduais, só no Rio Grande do Sul 415.480 pessoas sofrem em decorrência da estiagem, 407.139 são vítimas em Santa Catarina e 76.696 no Paraná. No total, são 899.315 pessoas afetadas pela seca no Sul do país.

    Em Santa Catarina, a Defesa Civil emitiu hoje boletim de alerta devido aos riscos de incêndio em decorrência do tempo seco e dos ventos fortes. Até ontem (6/01) eram 71 municípios em estado de emergência no Rio Grande do Sul e 56 em Santa Catarina. O Paraná foi o único estado da Região Sul em que foi mantido o número de municípios em situação de emergência.
    No total, os prejuízos causados pela seca na região chegam a R$ 2,797 bilhões. Os dados são da Defesa Civil dos três estados e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Só a produção de soja no Rio Grande do Sul deve sofrer 25% de perdas. No  Paraná, a redução da colheira de soja será de 10% em relação à safra de 2011.
Em Santa Catarina, a Secretaria de Agricultura informou que as perdas no campo chegam a R$ 400 milhões. As produções mais afetadas são o milho, cuja quebra varia de 30% a 50%, o leite, com perda de 30%, o tabaco com 25%, e a soja, com 10%.