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11 de setembro de 2017

VIDEOS: BRASIL SELVAGEM

EPISÓDIO 1 - JOIAS DA SELVA
https://www.youtube.com/watch?v=_fDUJlLdua8


EPISÓDIO 2 - FESTA DO TAMANDUÁ-BANDEIRA
https://www.youtube.com/watch?v=mhnqXeXEhH0



EPISÓDIO 3 - PANTANAL
https://www.youtube.com/watch?v=s8v-HlAXbYY



EPISÓDIO 4 - A COSTA DOS GOLFINHOS
https://www.youtube.com/watch?v=aprdQXXrI3I



EPISÓDIO 5 - A SOMBRA DO GAVIÃO - AMAZÔNIA
https://www.youtube.com/watch?v=zrn6C68_PUQ

VÍDEO: MATA ATLÂNTICA E OS CICLOS DA VIDA

https://www.youtube.com/watch?v=GYJbURwPXas

28 de dezembro de 2016

Estudo Faz Diagnóstico Sobre Declínio De Insetos Polinizadores No Mundo

Por Rodrigo de Oliveira Andrade | Revista Pesquisa FAPESP

O uso intensivo de fertilizantes químicos, a destruição e degradação de áreas florestais e o agravamento das mudanças climáticas são as causas do declínio das populações de insetos polinizadores, como abelhas, moscas e borboletas, ao redor do mundo. A conclusão é de um amplo estudo de revisão feito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles a bióloga Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).
Em artigo publicado na revista Nature, a equipe apresenta as principais ameaças associadas à diminuição de espécies polinizadoras em várias regiões do planeta tendo como base dados biológicos e registros da lista vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). No estudo, há ainda indicação de políticas e intervenções que poderiam ajudar a reverter esse cenário.

As abelhas e outros insetos polinizadores são conhecidos por proporcionar uma variedade de benefícios econômicos e ambientais, entre os quais a polinização de plantas e a produção de alimentos são os mais notáveis. No Brasil, as abelhas respondem em média por até 24% do ganho em produtividade agrícola em pequenas propriedades rurais. Também se estima que a exportação global de mel tenha movimentado US$ 1,5 bilhão em 2007. Em 2016, os benefícios obtidos graças à polinização no mundo, os chamados serviços ecossistêmicos, foram calculados em aproximadamente US$ 577 bilhões.
No estudo, os pesquisadores verificaram que as cerca de 20 mil espécies de abelhas conhecidas polinizam mais de 90% das 107 principais culturas do mundo. Não por acaso, 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente da ação de animais polinizadores. O declínio de algumas espécies de abelhas está associado ao processo de industrialização, sobretudo na Europa e na América do Norte, segundo os cientistas.
Espécies invasoras de polinizadores também podem causar o desaparecimento ou a diminuição de populações de espécies nativas, como a Bombus dahlbomii, na Argentina. Em algumas regiões da Europa, por exemplo, 9% das espécies de abelhas podem desaparecer nas próximas décadas. É o caso da B. franklini e da B. cullumanus. De acordo com os pesquisadores, as alterações climáticas previstas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estão influindo na distribuição geográfica de muitos desses polinizadores a uma velocidade maior do que a capacidade de dispersão desses animais.
Os problemas causados pela perda de polinizadores não se restringem à produção agrícola. Segundo eles, há também impactos negativos na reprodução de plantas silvestres, uma vez que mais de 90% das espécies de plantas tropicais com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem, pelo menos em parte, da polinização desses insetos.
“O estudo verificou que os polinizadores são significativamente afetados pelo uso de pesticidas, pelas alterações climáticas globais e mudanças no uso da terra”, diz Vera Lúcia, que também é pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém, no Pará. “Com base nesse conhecimento, apresentamos algumas ações de políticas públicas para conservação desses animais que devem ser discutidas na Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, entre os dias 4 e 17 de dezembro no México.”
Entre as medidas sugeridas no estudo estão políticas de estímulo a sistemas agrícolas mais diversos, melhor regulamentação do comércio de polinizadores manejados, como as colmeias de abelhas, de modo a controlar a propagação de parasitas e patógenos, e maior investimento na educação dos agricultores sobre o controle de pragas, a fim de reduzir a dependência de pesticidas. “O objetivo é melhorar as condições de vida das populações rurais, conservar a biodiversidade, melhorar as boas práticas de manejo do meio e direcionar o planejamento para guiar as ações futuras de restauração e conservação”, diz Vera Lúcia. “Garantir a conservação dos polinizadores é retorno certo para a agricultura, biodiversidade e desenvolvimento científico.”
O artigo Safeguarding pollinators and their values to human well-being, de Pott, S.G e outros, publicado na revista Nature de 28 de novembro de 2016, pode ser acessado em http://www.nature.com/nature/journal/v540/n7632/full/nature20588.html.

Fonte: EcoDebate

29 de janeiro de 2015

DINÂMICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A TEIA DA VIDA

Objetivo: Trabalhar conceitos básicos de ecologia e demonstrar a interdependência entre os diversos elementos dos ecossistemas.

Materiais necessários: 
-Tarjetas em número suficiente para todos os participantes
-Giz de cera ou hidrocor
-O1 rolo grande de barbante

Público alvo: entre 10 e 30 pessoas, a partir de 10 anos de idade

Método:
- Escrever em cada tarjeta elementos do ecossistema, como ar, água, solo, planta, animal, homem, árvore, rio, sapo, etc.;

- Pedir que os participantes formem um círculo, de pé, e distribuir as tarjetas entre eles;

- Contar uma história que inclua todos os elementos das tarjetas, passando o rolo de barbantes para cada pessoa quando seu elemento é mencionado. Ex: 

"Era uma vez um VALE onde nasceu uma ÁRVORE muito alta. Logo, alguns PÁSSAROS fizeram um NINHO nesta árvore que, por sua vez, alimentaram-se do DETRITO das folhas que caiam daquela ÁRVORE. Quando a ÁGUA da CHUVA caia, aquele SOLO ajudava a filtrá-la para que chegasse limpa ao LENÇOL FREÁTICO. As RAIZES da mesma ÁRVORE ajudavam a segurar o SOLO e evitar que ele deslizasse para o LAGO próximo, onde havia PEIXES que também se alimentavam daquelas FOLHAS. Os PESCADORES da COMUNIDADE vizinha pescavam aqueles PEIXES para se alimentar. Quando iam pescar, eram picados por vários INSETOS, entre os quais alguns eram apreciados pelos SAPOS do local, cujos GIRINOS serviam de alimento para alguns dos PEIXES maiores. Um dia, porém, uma madeireira resolveu tirar aquela e outras ÁRVORES dali..." (sair puxando a árvore e todos juntos).


- Lembrar sempre, ao final, de retirar um dos elementos por meio de algum impacto ambiental e vir puxando todos juntos.

- Outro método é deixar que os participantes passem o rolo de barbante de um para o outro explicando o porquê.

- No caso de crianças pode se fazer uma atividade prévia onde cada uma cria uma máscara de acordo com o elemento da teia que irá representar.


FAUNA, ECOSSISTEMA E CADEIA ALIMENTAR


21 de maio de 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS


Sugestões: 

# Pode-se fazer um trabalho interdisciplinar entre Ciências, Língua Portuguesa e Arte: leitura, interpretação, exploração ortográfica do texto, dramatização e exploração de conteúdos de Ciências.

# Conteúdos de Ciências: Reprodução Animal, Insetos, Dimorfismo sexual entre animais, Vertebrados e Invertebrados, Artrópodes, Ecdise, Ciclo de Vida, Função Biológica-hábitat e nicho ecológico de cada animal.

10 de dezembro de 2013

PLANO DE AULA: RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Objetivos:
1) Compreender o conceito de relação ecológica;

2) Analisar os tipos de relação ecológica;


3) Identificar as relações ecológicas exemplificadas em imagens;

4) Desenvolver a capacidade de diferenciar e caracterizar as relações ecológicas;

5) Perceber a importância das relações ecológicas, tanto para a saúde dos ecossistemas como para as populações de seres vivos.


Comentários:
É importante que os alunos compreendam os conceitos sobre as relações entre os seres vivos, porém é fundamental que os estudantes percebam o quão interligado está o equilíbrio dos ecossistemas com as interações ecológicas — e quão delicada é essa ligação.

Obs.: Podemos chamar de relações/interações/associações ecológicas.


Procedimentos:
1) Inicie a aula com um diálogo sobre os tipos de sociedades que as pessoas estabelecem entre si, nos negócios. Esse tipo de abordagem tem finalidade de despertar e focar a atenção da classe nas relações humanas, que são mais fáceis de se compreender e que servirão como introdução ao tema dessa aula. 

2) Comente que existem sociedades em que os sócios têm igual participação nos lucros da empresa, e outras em que uns levam vantagem sobre os outros. Em seguida, explique sobre as relações harmônicas e desarmônicas, que ocorrem na natureza. 

3) Explique o conceito de interação ecológica e, em seguida, esclareça que as relações entre os seres vivos podem ser entre seres de mesma espécie (intraespecíficas) e seres de espécies diferentes (interespecíficas). 

4) Agora, inicie uma apresentação de imagens, com um exemplo de cada uma das interações ecológicas e, explique-as para os alunos. Professor, se achar conveniente, estimule a participação dos estudantes com perguntas como: “Nesse caso, será que a relação é benéfica para ambos os seres vivos? Como vocês acham que essa interação se chama?” 

5) Após explicar cada uma das interações ecológicas, peça para que os alunos trabalhem em duplas, o seguinte questionário, que deverá ser entregue na próxima aula: 

Questionário:

1. Diferencie e explique, com exemplos, as relações intraespecíficas harmônicas e desarmônicas.

2. O que é simbiose? Dê um exemplo.

3. Explique o que é um predador, e o que é uma presa e, em seguida, explique como e quando um predador pode se tornar uma presa?

4. Qual a diferença entre mutualismo e de protocooperação?

5. O que você entende por neutralismo?

6. Defina e exemplifique:
a) parasitismo;
b) parasita;
c) ectoparasita;
d) endoparasita;
e) hospedeiro. 

7. Diferencie uma orquídea de uma erva-de-passarinho quanto às interações ecológicas que elas estabelecem com outras plantas. 

8. O inquilinismo e o amensalismo possuem características em comum, apesar de serem relações ecológicas distintas. Comente a semelhança dessas interações. E o que as diferencia? 

9. O que aconteceria se um predador como o lobo (Cannis lupus) deixasse de existir? Isso seria benéfico para os animais que fazem parte de sua alimentação? E quanto ao seu habitat natural, quais seriam as consequências? 

10. Qual a importância das interações ecológicas para a manutenção da vida? 

11. Como o ser humano interfere no equilíbrio das interações ecológicas? 

12. Na sua opinião, o que é preciso ser feito para mudar essa situação?

AULA PRÁTICA: ESTUDO DE CAMPO

Objetivo:
- Aprender a demarcar uma área de estudo e conhecer suas especificidades.
- Observar fatores bióticos e abióticos num "microecossistema". 
- Elencar os fatores bióticos e abióticos. 
- Identificar as possíveis relações ecológicas existentes nesse ambiente. 
- Registrar as devidas observações. 


Comentários:
O estudo de campo permite observar um determinado local e/ou situação, observando uma realidade e, se necessário, buscando soluções para um problema específico. 

Durante o estudo de campo é imprescindível que ocorra a pesquisa de campo, que compreende a observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, a coleta de dados referentes aos fatos e, finalmente, a análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. 

A pesquisa de campo exige que as técnicas de coleta de dados sejam apropriadas à natureza do tema e, ainda, à própria definição das técnicas que serão empregadas para registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição fatual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social. 


Materiais:
- roteiro de estudo elaborado previamente pelo professor; 
- prancheta; 
- caneta; 
- termômetro; 
- barbante; 
- vareta; 
- luxímetro (se a escola possuir); 
- sacos plásticos para as devidas coletas; 
- etiquetas para identificação; 
- pá de jardinagem; 
- máquina fotográfica e/ou celular para registro; 
- livros específicos sobre vegetação e animais encontrados nas áreas verdes. 


Estratégias:
1. O professor deverá verificar previamente as áreas verdes em que os alunos trabalharão. 

2. Organizar os alunos em grupos de 5 componentes. 

3. Disponibilizar um roteiro para cada aluno. (Veja abaixo sugestão para elaboração do roteiro.)

4. Explicar os procedimentos durante a realização do trabalho: 
a) Medir e marcar com barbante e vareta uma área de 1m2 (área de estudo de campo de cada grupo). 
b) Verificar o que se pede no roteiro, executar e registrar de diferentes formas: por escrito, em desenhos, fotografando, etc. 
c) Realizar a coleta de folhas caídas e/ou animais mortos, como insetos, por exemplo. 

5. Organizar as diferentes informações e buscar alguns dados específicos nos livros disponibilizados pelo professor. 

6. Pedir para que o grupo aponte brevemente o que foi mais significativo em seu estudo. Exemplos: uma planta que despertou a curiosidade, a sensação térmica, a quantidade de matéria orgânica no solo, animais encontrados, etc. 

7. Organizar um cartaz coletivo com as informações obtidas sobre os fatores bióticos e abióticos, e também sobre supostas relações ecológicas observadas no ecossistema escolar.

Modelo de Roteiro:

Local pesquisado:_________________________________________

Fatores abióticos observados:_______________________________

________________________________________________________

Temperatura
Horário
Valor observado em graus Celsius




Intensidade luminosa
Horário
Valor indicado no luxímetro e/ou observação
da incidência de luz





Fatores bióticos observados:_________________________________

_________________________________________________________

Relações ecológicas observadas:_____________________________

_________________________________________________________

Observar e anotar se a vegetação foi introduzida ou é nativa:

________________________________________________________

________________________________________________________

Registro através de desenho da disposição da vegetação:



Observar o solo, verificar se tem muita ou pouca matéria orgânica. (Para isso, cave um pequeno buraco).

________________________________________________________

Desenhar um animal observado e descrever suas características:




Animal:__________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________


Dicas de trabalhos:

Os alunos podem: 
1) Comparar a área verde da escola com o trajeto para sua casa ou bairro, por exemplo. 

2) Caso o bairro não apresente muitas árvores, a escola poderá fazer uma proposta para arborizá-lo. Vale lembrar a importância de conscientizar a comunidade local sobre essa ação. 


28 de setembro de 2013

POR QUE É FUNDAMENTAL CONSERVAR A BIODIVERSIDADE

Conteúdos específicos: Evolução e conservação da biodiversidade e hotspots.

Objetivo: Compreender a importância da biodiversidade.

Ano:  8º e 9º anos

Tempo estimado: Duas aulas de 50 minutos


Leia mais no site do Planeta Sustentável:

Introdução:
Montanhas cobertas pela floresta tropical intocada, abrigando centenas de espécies animais e vegetais, muitas delas até então desconhecidas ou consideradas extintas. Essas palavras fazem lembrar o romance O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle. Mas elas se referem à região montanhosa de Foja, na ilha de Nova Guiné (Indonésia) um santuário ecológico descrito por um pesquisador como "o mais próximo do Jardim do Éden que se pode encontrar na Terra". A área compreende a maior extensão contínua de florestas tropicais preservadas da Ásia, graças sobretudo ao fato de as populações humanas locais possuírem excelentes condições de caça e pesca no litoral, sem precisarem recorrer às vizinhanças montanhosas.

No entanto, MUNDO ESTRANHO informa que outras regiões da Indonésia a mata tropical praticamente desapareceu. Ao lado da Malásia e de muitas ilhas do Sudeste Asiático, essas áreas devastadas do país integram o vasto hotspot de Sundaland, no qual mais de 90% da cobertura original já foi destruída. A revista apresenta um mapa com este e outros nove pontos críticos da biodiversidade.

O aprofundamento dessas informações serve para complementar o que os jovens já conhecem sobre o assunto. E permite ainda uma abordagem mais ampla, com o objetivo de ressaltar a importância da aplicação das noções de evolução nas questões relacionadas à conservação ambiental.

Desenvolvimento:

1ª aula
Destaque a riqueza da idéia de espécie como categoria classificatória. Nos estudos sobre preservação da biodiversidade, é fundamental ter clareza a respeito desse conceito e de suas questões controversas. Do ponto de vista biológico, uma espécie é um conjunto de indivíduos capazes de intercruzamento e produção de descendência fértil, afastados reprodutivamente de outros grupos. Esse aspecto do isolamento pode ser explorado lembrando que tal condição e a conseqüente ruptura do intercruzamento são o ponto de partida para a formação de uma espécie. Um exemplo de onde isso se deu: as ilhas oceânicas visitadas por Darwin. Nelas, o isolamento produziu uma série de espécies únicas, o que chamou a atenção do naturalista inglês e, mais tarde, tornou-se uma das evidências para a teoria de evolução por seleção natural.

Nesse momento, é possível abordar o conceito de espécie endêmica, aquela restrita a determinada localidade ou região. Mostre que o endemismo é grande em áreas cuja particularidade geográfica separou certas populações das demais caso das ilhas oceânicas. O fenômeno também ocorre em Madagascar, Sri Lanka, Austrália, Nova Zelândia, Nova Caledônia, Havaí e Fernando de Noronha. Apresente fotografias de espécies desses lugares. Isso vai servir de apoio para uma discussão sobre as questões relacionadas à conservação da biodiversidade insular.

Lembre que podem existir espécies endêmicas em regiões continentais marcadas por geomorfologias particulares. Altas elevações, vales profundos e áreas isoladas por climas locais se encaixam nessa definição. Na América do Sul, temos, entre outros casos curiosos, a faixa de montanhas em Roraima. Informe que O Mundo Perdido foi inspirado nas narrativas do botânico inglês Everard Im Thum, explorador do Monte Roraima, santuário ecológico localizado entre o Brasil e a Venezuela.

2ª aula
Focalize o termo hotspot, usado na revista e neste plano de aula. Ele foi criado em 1988 pelo ambientalista britânico Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais os critérios para criar uma área de preservação? Quais os pontos mais importantes para a manutenção da riqueza de espécies na Terra?

Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída pelo planeta, Myers procurou identificar as regiões que concentram, nesse quesito, os mais altos níveis, e se perguntou onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Esses locais os hotspots são, então, um tipo de pronto-socorro das espécies, áreas de rica biodiversidade e ameaçadas no mais alto grau, portanto prioritárias para os ambientalistas.

Peça que os alunos releiam as informações sobre os hotspots e, em especial, os critérios para defini-los. A Mata Atlântica e o cerrado estão nessa lista. Isso quer dizer que tais biomas têm pelo menos 1500 espécies de plantas endêmicas que só existem neles e em nenhuma outra parte e já perderam 70% ou mais da vegetação original. Proponha que a turma compare o mapa publicado na revista e o deste plano de aula, que é um recorte do que o site da Conservation International apresenta. Em ambos consta a Mata Atlântica, mas o cerrado aparece apenas no mapa da aula. Mostre que isso acontece porque MUNDO ESTRANHO relaciona os hotspots nos quais a vegetação foi destruída em pelo menos 90%, e o cerrado conserva 20% da cobertura original. Sugira pesquisas sobre o cerrado, para obter as informações apresentadas na revista: extensão original, extensão remanescente, espécies endêmicas ameaçadas e a principal ameaça. Vale a pena consultar o professor de Geografia para conseguir dados sobre a ocupação, o crescimento demográfico e as atividades econômicas dessa região.

Uma atividade complementar, que pode ser realizada nas aulas seguintes, consiste em selecionar alguns dos hotspots americanos e organizar seminários sobre eles, mostrando as características da biodiversidade local e os problemas relativos à sua conservação.

Fonte: Nova Escola

21 de setembro de 2013

TEXTO E ATIVIDADES SOBRE MIGRAÇÃO DAS BALEIAS-JUBARTE



Ano/série: 6º ao 7º ano

Área: Ciências

Possibilidade Interdisciplinar: Geografia e Língua Portuguesa

Objetivos:

  • Estabelecer relações entre as características e comportamentos dos seres vivos e as condições do ambiente em que vivem.
  • Compreender cadeias alimentares e outras relações, identificando desequilíbrios ecológicos produzido por intervenção humana.
  • Relacionar informações obtidas em diferentes fontes para construir argumentação consistente.


A CANTORA DOS SETE MARES

Por Milton Marcondes*
Abra os olhos! Quem visitar o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos até novembro terá um motivo a mais para ficar atento: além dos corais, peixes, tartarugas e aves marinhas que habitam o lugar, nesse período chegam à região as baleias-jubarte para reproduzir. As jubarte (Megaptera novaeangliae) são animais migratórios e para a reprodução buscam as águas tropicais, quentes e abrigadas, onde os filhotes têm mais condições de sobreviver, e para se alimentar elas viajam até as águas geladas das regiões polares, onde há mais fartura de alimento.
No Hemisfério Sul, as jubarte se alimentam de krill, um pequeno crustáceo que é a base da dieta de diversas outras espécies. Durante o verão, próximo aos polos, os dias são mais longos e isso favorece a fotossíntese e faz com que a proliferação de algas alimente o zooplancton, que por sua vez serve de alimento ao krill. No inverno, com os dias mais curtos, ocorre uma diminuição na oferta de alimentos nas regiões polares. Assim, as jubarte desenvolveram um ciclo de vida baseado no krill. No verão, elas se alimentam o máximo possível e armazenam o excesso de energia na forma de uma espessa camada de gordura. Quando o inverno se aproxima, elas migram para os trópicos para ter seus filhotes. Nesse período não se alimentam, apenas vão queimando a gordura acumulada até o próximo verão, quando repetem o ciclo.

Há sete populações de jubarte no Hemisfério Sul, uma delas é a do Brasil, que pode ser encontrada desde o norte do Rio de Janeiro até o Ceará, embora ocasionalmente seja vista também em São Paulo e nos estados da Região Sul. As outras seis populações da espécie são encontradas nas costas oeste e leste da África e da Austrália, na região da Polinésia e na costa oeste da América do Sul.
Na costa brasileira, a maior concentração de jubarte ocorre no Banco dos Abrolhos, um alargamento da plataforma continental localizado entre o norte do Espírito Santo e o sul da Bahia, onde está também a maior concentração de recifes de coral do Atlântico Sul. O Banco dos Abrolhos é o grande berçário das jubarte brasileiras.
A jubarte é conhecida como baleia cantora, pois os machos cantam durante o período de reprodução para atrair as fêmeas e também para afastar outros machos. Após uma gestação de perto de 11 meses, nasce um único filhote, medindo de 4 a 4,5 metros de comprimento e pesando cerca de 1 tonelada. Nos primeiros meses de vida, o filhote é completamente dependente da mãe para amamentá-lo e protegê-lo do ataque de tubarões e orcas, seus grandes predadores.
Mas a maior ameaça já enfrentada foi a caça durante os séculos XIX e XX. Uma jubarte adulta pode chegar a 16 metros de comprimento e pesar 35 toneladas. Cerca de 30% desse peso é constituído de gordura, que foi muito utilizada no século XIX para iluminação pública e como argamassa na construção de casas. Calcula-se que existiam mais de 220 mil animais apenas no Hemisfério Sul antes da caça. Em 1966, porém, quando a caça da espécie foi proibida, restava menos de 10% da população. No Brasil, estima-se que existam entre 25 mil e 30 mil baleias-jubarte, mas no fim da década de 1960 restavam menos de mil desses cetáceos em nossas águas. A maior parte das jubartes brasileiras foi caçada quando elas estavam em áreas de alimentação, mas também houve caça nos locais de reprodução.

Passeio recorde
Em 1983, quando foi criado o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não se conhecia quase nada sobre as jubartes. Somente com a implantação do Parque descobriu-se que elas visitavam regularmente aquela região. Iniciou-se assim um trabalho de pesquisa sobre a espécie que segue até hoje. Algumas questões básicas que intrigavam os pesquisadores eram: qual o tamanho da população das baleias e qual a área de sua ocorrência? Não se sabia para onde elas migravam quando deixavam o Brasil nem quantas existiam.
As jubartes possuem um padrão de manchas na parte de baixo de sua nadadeira caudal que é única em cada indivíduo e serve para identificá-las, como nossas impressões digitais. Ao se fotografar a cauda, quando elas mergulham, consegue-se identificar os indivíduos. As primeiras fotos foram feitas em 1989 e hoje existem mais de 4 mil indivíduos identificados. Algumas baleias são conhecidas e reavistadas há mais de 20 anos. Por meio da comparação de fotos feitas em Abrolhos com imagens registradas por pesquisadores, foi possível descobrir que as jubartes migram de Abrolhos para a região das ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, percorrendo uma distância de cerca de 4 mil quilômetros.
Com a continuação desses estudos, também foram descobertos outros casos curiosos. Uma jubarte registrada em Abrolhos foi fotografada dois anos depois por um turista em Madagáscar, no Oceano Índico, com a população da costa leste da África. Isso representa o recorde mundial de migração de um mamífero, pois a distância mínima a ser percorrida entre os dois locais é de quase 10 mil quilômetros. Outro caso foi o de uma jubarte do Equador que deixou o Oceano Pacífico e foi encontrada em Abrolhos, mostrando que o contato entre as populações da espécie no Hemisfério Sul pode ser mais comum do que se imaginava.
Para descobrir quantas jubarte frequentam o litoral do Brasil e qual a sua distribuição exata, em 2001 os pesquisadores passaram a realizar sobrevoos ao longo da costa. São percorridas linhas previamente estabelecidas desde o Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. Dois observadores seguem nas janelas e, ao avistarem as baleias, registram a posição do avião, quantos animais foram vistos e o ângulo vertical. Com essas informações e usando trigonometria, é possível marcar a posição que os animais estavam, construir mapas com sua distribuição ao longo da costa e estimar o tamanho da população.
A boa notícia é que a população de baleias-jubarte vem aos poucos crescendo e se recuperando dos anos de caça. As primeiras estimativas, em 2002, apontavam para cerca de 3 mil baleias. Dez anos depois, o número pulou para, aproximadamente, 15 mil indivíduos na costa do Brasil. Ainda é um total baixo perto do que existia antes da caça, mas já é um bom sinal.
Contribuíram para a recuperação as medidas de proteção adotadas, como a criação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, as regulamentações que controlam a aproximação de barcos das baleias e a restrição à prospecção de petróleo na Bahia e no Espírito Santo no período em que elas estão no Brasil.
Mais encalhes
Mas, apesar disso, as jubarte enfrentam outras sérias ameaças. O atropelamento por navios e o emalhe acidental em redes de pesca são problemas que tendem a se tornar mais frequentes com o crescimento do número de baleias. Além disso, a degradação do ambiente marinho e as mudanças climáticas globais podem impactar a saúde da população. Para entender esses problemas são feitos estudos com animais encalhados nas praias. Um caso de sucesso foi uma jubarte encalhada em Ubatuba, no litoral de São Paulo, em 2000, que foi resgatada por pesquisadores da região. Esse mesmo animal foi encontrado oito anos depois em Abrolhos, comprovando o sucesso do resgate.
Em média, todos os anos, encalham perto de 37 jubarte no Brasil, e a maior parte já chega morta às praias. Em 2010, esse número quase triplicou, chegando a 96 encalhes. Há fortes indícios de que as mudanças climáticas afetaram a oferta de krill naquele ano na região da Geórgia do Sul, causando o aumento da mortandade no Brasil.
Embora as jubarte ainda enfrentem desafios, a população segue crescendo, voltando todos os anos ao Brasil para reproduzir, dando esperança de que seu canto continue sendo ouvido pelos mares por muitos anos.
* Diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte
Fonte: Revista Carta Fundamental

ATIVIDADES


1. Onde estão as baleias?

Materiais: 
  • lápis
  • compensado fino
  • cola
  • pó de serra
  • pincel
  • tinta guache

Oriente os alunos para construir um planisfério (um mapa-múndi) com as áreas de alimentação e reprodução das baleias-jubarte no Hemisfério Sul e sua migração de acordo com os períodos citados no texto.

2. Pensar a convivência: 

Monte um debate em sala de aula sobre o tema "As Baleias e os Seres Humanos: Convivência ou Conflito". Cada grupo de alunos deverá desempenhar um papel e defender o ponto de vista de seus personagens. Os alunos podem usar o artigo como base e também pesquisar em outras fontes. O professor será o mediador do debate. Os demais alunos serão a plateia e poderão fazer perguntas aos debatedores, que serão:

* Pescador: preocupado com as baleias que se emalham e destroem suas redes de pesca, causando prejuízo para sua atividade. Depende da pesca para o sustento de sua família.

* Pesquisador: estuda as baleias e está preocupado com os impactos que elas sofrem pelas atividades humanas.  Quer que a população de baleias cresça para não sofrerem ameaça de extinção.

* Governo: cria parques nacionais para proteger as baleias e outros animais, mas ao mesmo tempo quer aumentar a exploração de petróleo no País e incrementar a pesca.

* Operador de Turismo: o turismo de observação de baleias impulsiona a economia local, gera trabalho e renda para a comunidade, os turistas deixam dinheiro nos mercados, restaurantes e pousadas, indicam o passeio para seus amigos e deixam seu dinheiro no município. Isso não é uma forma sustentável de explorar nossas riquezas?

* Educador Ambiental: tenta ver todos os lados do problema e busca desenvolver uma sociedade que se preocupe com a conservação do planeta e com a qualidade de vida.

* Estudantes: dentro do processo de aprendizagem, buscam aprender sobre o tema e formar opiniões. Podem se engajar em campanhas defendendo suas ideias. Têm uma importância grande como modificadores da sociedade.

26 de agosto de 2013

CONSUMO HUMANO EXCEDEU ORÇAMENTO PLANETÁRIO 2013

     Em pouco mais de oito meses, utilizamos todos os recursos naturais que o nosso planeta consegue regenerar durante o ano de 2013.
    Em 20 de agosto de 2013, a humanidade esgotou o orçamento da natureza para este ano e começou a operar no vermelho. Os dados são da Global Footprint Network – GFN (Rede Global  Pegada Ecológica), instituição internacional que gera conhecimento sobre sustentabilidade e tem escritórios na Califórnia (EUA), Europa e Japão, e é parceira da rede WWF.

    O Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) é a data aproximada em que a demanda anual da humanidade sobre a natureza ultrapassa a capacidade de renovação possível do planeta no período de um ano.


     Para chegar a esse dia, a GFN faz o rastreamento do que a humanidade demanda em termos de recursos ecológicos do planeta (tal como alimentos, matérias primas e absorção de gás carbônico) — ou seja, a Pegada Ecológica – e compara com a capacidade de reposição desses recursos pela natureza e de absorção de resíduos. Os dados da GFN demonstram que, em pouco mais de oito meses, utilizamos todos os recursos naturais que o nosso planeta consegue regenerar durante o ano de 2013.
     O restante do ano corresponde ao que ficou descoberto em nossa conta. Esse nosso déficit ecológico continuará, devido à dilapidação dos estoques pesqueiros, das árvores e outros recursos naturais, bem como o C2 jogado na atmosfera.
     À medida que aumenta nosso nível de consumo ou de “gastos”, os juros que pagamos sobre esse crescente débito ecológico – redução de florestas, perda da biodiversidade, colapso dos recursos pesqueiros, escassez de alimentos, diminuição da produtividade do solo e acúmulo de gás carbônico na atmosfera – não apenas sobrecarregam o meio ambiente como também debilitam nossa economia.

     As mudanças climáticas -- decorrentes da emissão de gases de efeito estufa em ritmo mais rápido do que sua absorção pelas florestas e oceanos – são o maior impacto desse consumo excessivo.

      Em 1961, a humanidade utilizou somente cerca de dois terços dos recursos ecológicos disponíveis no planeta. Naquela época, a maior parte dos países possuía reservas ecológicas. No entanto, a demanda global, assim como a população mundial, estão em ascensão. No início da década de setenta (1970), o crescimento das emissões de carbono e da demanda humana por recursos naturais começou a ultrapassar a capacidade de produção renovável do planeta. Essa condição é conhecida como Ecological overshoot. E entramos no vermelho ecológico.
     "O enfrentamento de tais restrições impacta diretamente as pessoas. As populações de baixa renda têm dificuldade em competir por recursos com o restante do mundo," afirma Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network e co-criador da Pegada Ecológica, uma medida para contabilizar o uso de recursos naturais.
Preparar para o futuro:

     A contabilidade da Pegada Nacional de 2012 feita pela GFN demonstra que, no ritmo em que a humanidade utiliza os recursos e serviços ecológicos hoje, precisaríamos de um planeta e meio (1,5) para renová-los. Se continuarmos nesse ritmo, vamos precisar de dois planetas antes de chegar à metade do século.
    A Pegada Ecológica total da China é a maior do mundo, principalmente devido a sua grande população. A Pegada por pessoa da China é muito menor do que aquela dos países da Europa ou da América do Norte; nos últimos sete anos, entretanto, a China ultrapassou os recursos disponíveis por pessoa no mundo todo.
      Na realidade, se todos vivessem como um típico habitante da China, seria preciso dispor de 1,2 planeta para prover a população mundial. A demanda por pessoa de outros países sobre os ecossistemas do planeta é mais elevada ainda: se todos vivessem como quem reside nos Estados Unidos, seria preciso dispor de quatro planetas para prover a população mundial. No Catar (um dos Emirados Árabes), o típico morador demanda recursos de seis planetas e meio (6,5).
    Segundo tendências atuais, os recursos disponíveis já não conseguem atender as necessidades da população do planeta, que está em 7 bilhões de pessoas e continua crescendo. Cerca de 2 bilhões de pessoas não têm acesso aos recursos necessários para satisfazer suas necessidades básicas.
    Hoje, mais de 80% da população mundial vive em países que utilizam mais do que seus próprios ecossistemas conseguem renovar. Esses países “devedores ecológicos” esgotam seus próprios recursos ecológicos ou os obtêm de outros lugares.
     Os devedores ecológicos utilizam mais do que possuem dentro de suas próprias fronteiras. Os moradores do Japão consomem os recursos ecológicos equivalentes a 7,1 Japões.  Seriam necessárias três Itálias para prover a Itália. O Egito utiliza os recursos ecológicos de 2,4 Egitos. Nos países devedores destacados no primeiro infográfico, a seguir.

      Nem todos os países demandam mais do que seus ecossistemas são capazes de prover. Mas até mesmo as reservas de tais “credores ecológicos”, como o Brasil, diminuem com o tempo. O Brasil possui a maior reserva ecológica; no entanto, ela diminui constantemente. A Austrália também perde rapidamente sua reserva. À medida que suas reservas se reduzem, Madagascar e Indonésia enfrentam enorme perda de biodiversidade, o que também acontece em outros países apresentados no segundo infográfico. Esse infográfico abaixo revela as reservas e as tendências de Pegada Ecológica per capita. Não podemos mais manter essa discrepância orçamentária que se alarga entre o que a natureza é capaz de prover e as demandas de nossa infraestrutura, economia e estilo de vida.


     "A América Latina e, mais especificamente, a América do Sul está numa posição única no contexto mundial, já que suas reservas ecológicas ainda superam sua Pegada Ecológica na maior parte dessa região”, afirma Juan Carlos Morales, Diretor Regional para a América Latina da Global Footprint Network. "No entanto, esse padrão está mudando e agora, mais do que nunca, os países da América do Sul precisam realmente compreender a produção e o consumo e seus recursos naturais para continuarem competitivos na nova economia,” concluiu Morales.
Pegada Ecológica:

     Com o objetivo de ampliar o debate sobre o consumo e equilíbrio ambiental, o WWF-Brasil iniciou em 2010 um trabalho pioneiro no Brasil, em parceria com a GFN, prefeitura de Campo Grande (MS) e parceiros locais. Realizou o cálculo da Pegada Ecológica da capital sul-mato-grossense, primeira cidade brasileira a fazer esse cálculo. Em 2011, realizou o cálculo para o estado e para a capital São Paulo.
     De acordo com a Secretária Geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, cidadãos e governos têm papel fundamental na redução dos impactos do consumo sobre os recursos naturais do planeta. "Políticas públicas voltadas para esse fim, como a oferta de um transporte público de qualidade e menos poluente, construção de ciclovias, e o estímulo ao consumo responsável, por exemplo, são essenciais para reduzir a Pegada Ecológica. E este é um papel dos governos",  ressalta.  Já os cidadãos, na opinião de Maria Cecília,  devem cobrar dos governos e dos políticos a criação e aplicação de politicas deste tipo. "Mas enquanto elas não existem, nós podemos fazer nossas escolhas lembrando que nosso planeta é finito, como é a nossa conta no banco", salienta.
     Em Campo Grande, as ações de mitigação para ajudar a reduzir a Pegada Ecológica estão em curso e o estudo de São Paulo, lançado em 2012, durante a Rio+20, ainda carece de uma ação concreta dos poderes estadual e municipal.  "O cálculo traz informações importantes que ajudam no planejamento da gestão ambiental das cidades com o direcionamento das políticas públicas de forma a reduzir esses impactos" afirma o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Michael Becker, responsável pela condução dos estudos, pelo WWF-Brasil.