8 de janeiro de 2012

DIA DO CONTROLE DE POLUIÇÃO POR AGROTÓXICOS - 11 DE JANEIRO

“O uso dos agrotóxicos não significa produção de alimentos, significa concentração de terra, contaminação do meio ambiente e do ser humano”

  
     A contaminação por agrotóxicos é um dos grandes problemas ambientais assim como a escassez dos recursos naturais (água, petróleo, minerais etc) e o aquecimento global, tudo isso fruto da sociedade industrial consumista que não reflete sobre suas ações e impactos no planeta.

  O homem, ao promover a destruição da Natureza, afeta diretamente os diversos ecossistemas e seus elementos (hidrosfera, atmosfera, litosfera, animais, plantas entre outros). E como tudo na Natureza está inter-relacionado e conectado, o impacto sobre os ecossistemas atinge diretamente o ser humano na sua qualidade de vida e futura sobrevivência.

    Os números revelados pelo Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) /ANVISA, dizem que nos 3271 resíduos detectados, 71,5% estavam abaixo do Limite Máximo de Resíduos - LMR, apenas 4,7% estavam acima 23,7% referiam-se a resíduos de pesticidas sem registro ou não autorizados para a cultura. Misturados no balcão dos supermercados ou nas feiras livres, fica impossível dizer se resíduos ainda estão nos alimentos ou se entre estes resíduos constam agrotóxicos não permitidos para aquela cultura. 

      A preocupação em relação aos alimentos com detecções irregulares é uma preocupação mundial. Mas mesmo aqueles alimentos considerados dentro do padrão não podem de forma alguma ser chamados de inócuos. Por isso faz-se importante esclarecer dois aspectos: como se chega ao limite máximo aceitável para a ingestão nos seres humanos e em segundo lugar saber porque determinados pesticidas estão proibidos para determinadas culturas. As doses de agrotóxicos usadas hoje na agricultura convencional foram elaboradas a partir da ingestão diária aceitável - IDA. Segundo este padrão, o organismo humano pode ingerir, inalar ou absorver certa quantidade diária, sem que isso tenha consequencia para sua saúde. O IDA deriva de um outro conceito a LD50 ou seja, dose letal 50%, que vem a ser a dose de uma substância química que provoca a morte de 50% de um grupo de animais da mesma espécie, quando administrada pela mesma via.

      Partindo desse princípio os defensores do agrotóxico recorrem à máxima de que veneno é questão de dose, logo a água é essencial para vida, mas em grandes quantidades, nos afogam. Voltando a bela maçã, vermelha e brilhante e os 60 tipos diferentes de agrotóxicos. Normalmente os venenos se potencializam mutuamente, mas o IDA não contempla essa interação. Adriano explicou que, " a mistura de agrotóxicos para aplicação não está preconizada pela lei de agrotóxicos, contudo sabemos que na prática isto acontece e não temos resultados das interações destas misturas".


    Em segundo lugar: por que é preocupante o fato de algumas amostras (23,7%) apresentarem resíduos de agrotóxicos proibidos para determinadas culturas? Estes agrotóxicos estão proibidos ou não registrados para determinadas culturas (embora possam estar permitidos para outras) porque "durante o processo de registro dos agrotóxicos, atendendo a normas específicas (Lei Nº 7802, Decreto 4074/2002) são apresentados os estudos de resíduos de agrotóxicos nas culturas a serem indicadas em bula, contendo, basicamente, dose utilizada, número de aplicações, intervalo de segurança, época e modalidade de aplicação e os resultados obtidos através de cromatografia, que deverão estar de acordo com a monografia do produto. Não ser permitido para a cultura significa que, nunca foi registrado, ou que a cultura foi excluída devido ao impacto na ingesta ou até mesmo devido à modalidade de aplicação do produto, sendo que a aplicação com equipamentos carregados pelo próprio aplicador são as que provocam o maior número de exclusões de culturas durante a reavaliação do produto", informou Adriano.

      Este é um aspecto relevante a ser considerado, pois divide opiniões. A CEAGESP, que há vários anos faz um trabalho de monitoramento, faz a seguinte leitura do problema: "Um dos principais problemas apontados pelo monitoramento é a detecção de grande participação de agrotóxicos sem registro. Este acompanhamento estimulou a criação de um grupo de trabalho... do qual partiu a proposta de mudanças na legislação de registro de agrotóxicos, que hoje tramita no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A CEAGESP é parte ativa do esforço de regularização do registro de agroquímicos (já utilizados e não regulamentados para certas culturas)".

         Já o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) tem opinião bem diferente. Segundo o Instituto, "a ANVISA e o Ministério da Agricultura devem reavaliar a autorização no País de determinados agrotóxicos que estão sendo comercializados e utilizados em culturas para as quais são proibidos e qual a responsabilidade das indústrias de agrotóxicos em relação a esse fato". 

         Se o consumo de alimentos com resíduos de agrotóxicos permitidos ou não, é um risco para os consumidores, para os agricultores o problema é muito mais grave. Quando há comprovação de resíduos nos alimentos, a indústria química se apressa em apontar os agricultores como principais responsáveis. No Rio de Janeiro, a Microbacia do Córrego do São Lourenço, Nova Friburgo, é uma das principais produtoras de legumes do Estado e do País. Um número representativo de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por agrotóxicos, inclusive com o registro de alguns óbitos, motivou a Associação de Pequenos Produtores Rurais de São Lourenço e a Cooperativa de Produtores de Nova Friburgo, a procurar o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação Oswaldo Cruz, Laboratório de Toxicologia. Os casos relatados resultaram na construção de um projeto de que revelou dados alarmantes: Os cálculos do indicador quantidade de agrotóxico/ trabalhador/ano revelaram uma relação de 56,5 kg de agrotóxicos por trabalhador/ano, valor 76% maior do que a média do IBGE para todo o Estado de São Paulo (o maior índice do País) e 1.822% maior que a média do Estado do Rio de Janeiro.

      Segundo os agricultores o uso massivo desses venenos iniciou-se há cerca de 30 anos, com a agricultura intensiva, voltada para grande produtividade. O pacote tecnológico vinha pronto e o crédito rural era vinculado ao uso de pesticidas para assegurar que as pragas não acabassem com as lavouras. Soma-se a isso o baixo grau de escolaridade desses produtores o que não permite que estes tenham uma leitura eficiente das instruções de uso e segurança na aplicação e armazenamento destes produtos químicos, que estão dispostas nas embalagens. Vejam este exemplo que consta no estudo de Frederico Peres em sua dissertação de Mestrado(1999):

      "Esta formulação contém um agente emético, portanto não controle vômito em pacientes recém intoxicados por via oral até que pela ação do esvaziamento gástrico do herbicida, o líquido estomacal venha a ser claro." Dos 12 agricultores consultados 7 não conseguiram interpretar que era necessário deixar que a pessoa intoxicada colocasse pra fora o veneno. Para Felipe da Costa Brasil, Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia/Ciência do Solo e Presidente da AEARJ, o fato dos rótulos serem de difícil compreensão para os agricultores demonstra ausência total de responsabilidade social por parte das indústrias químicas. 

        No cerne da questão dos agrotóxicos está o paradigma de que a praga é um inimigo que precisa ser destruído, eliminado. Na verdade, a praga é um indicador biológico. Se há praga é porque alguma coisa está errada. Holística que é a agricultura biológica leva em consideração aspectos fundamentais com a saúde do solo, fazendo rotação de cultivos, consorciações, promovendo uma boa alimentação da planta, que forte não permite que as pragas se alastrem. 

      Para o Engenheiro agrônomo Jean Dubois, "em primeiro lugar, convém lembrar que agrotóxicos podem matar (diversos casos de morte entre produtores de fumo no RS) ou afetar a saúde de produtores (por exemplo, na bananicultura em monocultivo a pleno sol no Estado de S.Paulo, com freqüentes aplicações de agroquímicos por avionetes) e intoxicação progressiva de consumidores. As alternativas são: agricultura orgânica, agricultura ecológica, permacultura, sistemas agroflorestais (SAFs). Quando esses SAFs reúnem um número bastante elevado de espécies perenes (SAFs adequadamente "biodiversificados"). Hoje, muitos agricultores têm SAFs insuficientemente "biodiversificados" nos quais as pragas encontram boas condições de se multiplicar e, neste caso, o agricultor quando tem dinheiro compra e aplica agrotóxicos. Daí a necessidade quando se trata de SAFs de implantar e manejar SAFs adequadamente biodiversificados."

Fonte:http://www.portalescolar.net/2011/12/controle-da-poluicao-por-agrotoxicos-11.html#ixzz1iu4fIk1p


DATAS COMEMORATIVAS RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE



Janeiro
01 Dia mundial da paz
11 Dia do controle da poluição por agrotóxicos

Fevereiro
02 Dia mundial das zonas úmidas
06 Dia do Agente de defesa ambiental
11 Dia da criação do IBAMA

Março
01 Dia do turismo ecológico
21 Dia florestal mundial
22 Dia mundial da água

Abril
07 Dia mundial da saúde
15 Dia da conservação do solo
19 Dia do índio
21 Dia da Latinidade
22 Dia da Terra
28 Dia da caatinga
28 Dia da educação

Maio 
01 Dia internacional dos trabalhadores
03 Dia do solo
03 Dia do pau-brasil
03 Dia do zootecnista
05 Dia do campo
18 Dia das raças indígenas da América
22 Dia do apicultor
22 Dia Internacional da BiodIversidade (ONU)
23 Dia Nacional de defesa das florestas brasileiras
25 Dia do trabalhador rural
26 Dia Nacional do Museu
27 Dia Nacional da mata atlântica
29 Dia do geógrafo
30 Dia do geólogo
31 Dia de combate às formigas cortadeiras
31 Dia mundial de combate ao fumo (OMS)

Junho
03 Aniversário da ECO 92
04 a 09 Semana nacional do meio ambiente
05 Dia mundial do meio ambiente
05 Dia da ecologia
17 Dia mundial de combate à desertificação e à seca
29 Dia do pescador

Julho
04 Dia do cooperativismo
08 Dia nacional da ciência
10 Aniversário de criação do Fundo Nacional do meio Ambiente
12 Dia do engenheiro florestal
13 Dia do engenheiro sanitarista
17 Dia da proteção às florestas

Agosto
09 Dia internacional dos povos indígenas
09 Dia interamericano de qualidade do ar
11 Dia do estudante
14 Dia do combate à poluição industrial
22 Dia do folclore

Setembro
03 Dia do biólogo
05 Dia da Amazônia
07 Dia da Pátria
09 Dia do veterinário
11 Dia do cerrado
14 a 21 Semana da Árvore
16 Dia internacional para a prevenção de desastres naturais
16 Dia internacional para a preservação da camada de ozônio
20 Dia internacional da limpeza de praia
21 Dia da árvore
22 Dia de defesa da fauna

Outubro
01 Dia internacional das pessoas da terceira idade
02 Dia nacional do habitat
04 Dia do patrono da ecologia (S. Francisco de Assis)
04 a 10 Semana da proteção à fauna
04 Dia dos animais
04 Dia da natureza
05 Dia mundial do habitat
05 Dias da ave
12 Dia do agrônomo
12 Dia do mar
15 Dia do educador ambiental
15 Dia do professor
16 Dia mundial da alimentação
24 Dia mundial do desenvolvimento
27 Dia engenheiro agrícola

Novembro
05 Dia da cultura e da ciência
05 Dia do técnico agrícola
07 de novembro – Dia da Floresta e do Clima
20 Dia nacional da consciência negra
22 Dia da musica
30 Dia do Estatuto da Terra

Dezembro
10 Dia internacional dos povos indígenas
10 Dia da declaração universal dos direitos humanos
14 Dia do engenheiro de pesca
29 Dia internacional da biodiversidade

CANINANA

       Todos que me conhecem bem sabem que sou apaixonada por cobras, sem malícia por favor. Desde crianças esses animais exercem sobre mim um fascínio, não tenho medo, nem nojo delas como a maioria das pessoas, porém respeito muito as peçonhentas.
      Considero-as animais injustiçados, pois influenciadas por uma cultura religiosa milenar as pessoas acabaram criando aversão a elas e exterminando-as sem justa razão. A grande maioria das serpentes não faz mal nenhum, não são peçonhentas e pelo contrário são extremamente úteis na manutenção do equilíbrio ecológico, uma vez que controlam as populações de roedores, anfíbios, aves, etc. E esse controle é necessário para manter toda uma teia alimentar em ordem.
         Por que quando uma cobra aparece sobre uma árvore em um quintal caçando passarinhos ou ovos destes, já saem atrás da mesma com um porrete para matá-la? R: Ela é perigosa, ia comer o pobrezinho do passarinho.
         Mas quando uma espécie maior de ave ataca um ninho para comer os mesmos passarinhos, ninguém se penaliza e nem faz nada. 
          Todos na natureza precisam se alimentar, faz parte do ciclo de vida de todas as espécies, inclusive nós.
         Enfim, eu sou uma apaixonada por serpentes, não tenho nenhum curso específico em herpetologia (mas um dia pretendo fazer, ia amar fazer um mestrado na área), somente minha formação como bióloga e me tornei autodidata no estudo de cobras, gosto de pesquisar, ler sobre o assunto, etc. Consigo reconhecer facilmente um grande número de espécies, principalmente as peçonhentas, manuseio-as quando são inofensivas, às vezes atrevo-me a determinar o tipo de hábitat e nicho ecológico somente através da observação das características morfológicas externas do espécime e fico furiosa e extremamente entristecida quando vejo as pessoas matarem alguma por pura ignorância.
          Hoje, resolvi compartilhar aqui imagens e informações sobre uma das cobras da fauna brasileira que considero muito interessante e lindíssima: a Caninana.

                                                    CANINANA  - Spilotes pullatus



         A caninana é uma cobra áglifa (sem dentes inoculadores de peçonha), portanto não é peçonhenta. Pertence a família dos Colubrídeos, seu comprimento médio é 2,5 metros,mas pode atingir 4 metros, tem o corpo com colorido pardo-amarelo e desenhos transversais escuros. Geralmente, foge quando avistada; mas se for necessário, usa como meios de defesa:  achatar o corpo lateralmente, inflando o pescoço para parecer maior e mais intimidadora, vibrar a cauda, fazer descargas cloacais e dar botes.
       Ela habita o Cerrado e a Mata Atlântica, tendo hábitos diurnos, é arborícola, sendo extremamente ágil sobre a vegetação rasteira quanto nos galhos das árvores, mas também pode ser encontrada nadando ou rastejando pelo chão, onde caça. Alimenta-se de roedores arborícolas e pequenas aves. É ovípara, colocando entre 15 e 18 ovos com nascimento previsto para o início da estação chuvosa.
       A destruição de seu habitat configura hoje uma grande ameaça à sua sobrevivência.


7 de janeiro de 2012

SECA NO SUL DO BRASIL

     A estiagem castiga o Sul do país, aumentando o número de municípios em estado de atenção e alerta no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Pelas últimas informações, são 98 municípios gaúchos, 63 catarinenses e 9 paranaenses. 
    Pelos dados oficiais dos governos estaduais, só no Rio Grande do Sul 415.480 pessoas sofrem em decorrência da estiagem, 407.139 são vítimas em Santa Catarina e 76.696 no Paraná. No total, são 899.315 pessoas afetadas pela seca no Sul do país.

    Em Santa Catarina, a Defesa Civil emitiu hoje boletim de alerta devido aos riscos de incêndio em decorrência do tempo seco e dos ventos fortes. Até ontem (6/01) eram 71 municípios em estado de emergência no Rio Grande do Sul e 56 em Santa Catarina. O Paraná foi o único estado da Região Sul em que foi mantido o número de municípios em situação de emergência.
    No total, os prejuízos causados pela seca na região chegam a R$ 2,797 bilhões. Os dados são da Defesa Civil dos três estados e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Só a produção de soja no Rio Grande do Sul deve sofrer 25% de perdas. No  Paraná, a redução da colheira de soja será de 10% em relação à safra de 2011.
Em Santa Catarina, a Secretaria de Agricultura informou que as perdas no campo chegam a R$ 400 milhões. As produções mais afetadas são o milho, cuja quebra varia de 30% a 50%, o leite, com perda de 30%, o tabaco com 25%, e a soja, com 10%.

5 de janeiro de 2012

COMO SABER SE UM OVO ESTÁ COZIDO SEM TIRAR A CASCA?

      É barbada!!!! Só precisamos fazer o ovo girar sobre uma mesa ou outra superfície plana. Quando ele está cozido girará uniformemente por algum tempo descrevendo círculos. Quando está cru, girará erraticamente, dando tombos e logo deixará de girar.


      No ovo cozido a distribuição de massa em seu interior não muda a medida que ele gira. Se o ovo está cru a gema se movimentará em seu interior, mudando a distribuição de sua massa, fazendo com que o giro não seja uniforme.



1 de dezembro de 2011

EXISTE ALGUM ANIMAL TERRESTRE QUE NÃO BEBE ÁGUA?

        Trata-se do rato-canguru (gênero Dipodomys), um roedor de cerca de 10 centímetros de comprimento muito parecido com as pequenas cobaias usadas em experiências de laboratórios. Eles vivem em regiões desérticas dos Estados Unidos, como o vale da Morte, no estado da Califórnia, um dos ecossistemas mais hostis do planeta. Além de não beber água nunca, o animal só se alimenta de grãos e folhas secas. Mas, então, como ele não morre de sede? Graças a sofisticados mecanismos fisiológicos, ele consegue oxidar sua alimentação - combinar o oxigênio com outras substâncias - produzindo água.
        Além disso, seus rins são altamente especializados e contêm minúsculos tubos que extraem boa parte da água presente na urina, fazendo com que ela retorne ao organismo. Com isso, esse pequeno roedor consegue sobreviver com o mínimo possível de líquido e, assim, suportar as duras condições do deserto. Como última estratégia para evitar perdas desnecessárias de água, o rato-canguru só sai de sua toca à noite, quando a temperatura é mais baixa e a evaporação, mínima.

Fonte: Revista Super interessante e Mundo Estranho