A criação de gado consome dois terços das terras cultiváveis do planeta, e é uma das principais fontes de gases do efeito de estufa. Enquanto isso, há toneladas de insetos comestíveis, enxames de proteína sustentáveis ao nosso redor, completamente acessíveis. Em um artigo nos Estados Unidos, um entomologista belga faz a recomendação sensata que o Ocidente coma mais insetos.
Cultivar insetos comestíveis, como grilos e larvas da farinha, produziria gases de efeito estufa muito menores – 10 vezes menos metano e 100 vezes menos óxido nitroso – do que os grandes mamíferos que cultivamos atualmente. Os insetos são metabolicamente mais eficientes, o que os torna muito mais baratos de se alimentar e engordar e, uma vez que eles são tão biologicamente diferentes dos seres humanos, eles são menos sujeitos a desenvolver doenças contagiosas como o surto da vaca louca. Insetos são ricos em proteínas e cálcio e, com mais de 1.000 espécies comestíveis, há muita oferta de variedades deliciosas.
Em abril de 2010, uma instituição americana deu início a um projeto-piloto de gafanhotos agrícolas no Laos, onde entomofagia não é inédita, mas está em declínio, sob a influência cultural do Ocidente. 15.000 agricultores domésticos já criavam gafanhotos na Tailândia, e segundo estudiosos, a experiência pode ser transferida para outro local.
A introdução de uma dieta rica em insetos no mundo ocidental pode ser um desafio maior, embora certamente também não é inédita. Um autor britânico chamado Vincent Holt publicou um ensaio defendendo tal dieta em 1885, juntamente com uma boa seleção de menus – traças de brinde, alguém quer? – em um panfleto intitulado “Por que não comem insetos?”.
Já o belga Van Huis propõe um plano de duas fases: na primeira fase, a agricultura de insetos serviria apenas para alimentar os animais convencionais, e então gradualmente introduziríamos a dieta diretamente no menu dos seres humanos. Segundo o entomologista, eles estão procurando maneiras de moer a carne do inseto em uma espécie de empada, que seria mais reconhecível aos paladares ocidentais. Vai uma empadinha, aí?
Fonte: http://hypescience.com/
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