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5 de fevereiro de 2020

METAMORFOSE DOS INSETOS

Os insetos são animais invertebrados reunidos no Filo Arthropoda, cuja maioria dos representantes passa por transformações metabólicas anatômicas, denominadas por metamorfose.

Tais modificações estruturais na forma corpórea desses animais ocorrem em razão do tipo de desenvolvimento, que pode ser classificado da seguinte forma:

Ametábolos (sem metamorfose) → neste grupo o desenvolvimento é direto, ou seja, sem estágio larval. A partir da eclosão do ovo surge um organismo jovem semelhante ao adulto de sua espécie, porém com amadurecimento sexual em formação.
Exemplo: Reprodução das traças.

Hemimetábolos (metamorfose incompleta) → o desenvolvimento é indireto. Do ovo eclode um organismo não tão semelhante ao adulto, chamado de ninfa ou imago, posteriormente se diferenciando em adulto.
Exemplo: Reprodução dos gafanhotos (a ninfa não possui asas, presentes na fase adulta).

Holometábolos (metamorfose completa) → os insetos que passam por esse tipo de metamorfose possuem desenvolvimento indireto. Da eclosão do ovo surge uma larva que se transforma em pupa (crisálida), em seguida imago, atingindo o estágio adulto após sucessivas mudas (crescimento gradual com troca do exoesqueleto).
Exemplo: Reprodução das borboletas.


RIBEIRO, Krukemberghe Divino Kirk da Fonseca. "Metamorfose dos insetos"; Brasil Escola.


EXERCÍCIOS SOBRE METAMORFOSE DOS INSETOS


1. Os insetos são animais do filo Arthropoda que podem ou não apresentar metamorfose em seu desenvolvimento. Os insetos que não sofrem metamorfose são chamados de:

a) hemimetábolos.

b) homometábolos.

c) holometábolos.

d) ametábolos.

e) nometábolos.




2. Alguns insetos, ao eclodirem dos ovos, apresentam características semelhantes às dos adultos, porém, percebe-se que o desenvolvimento ainda não está completo. Nos gafanhotos, por exemplo, é possível observar que o jovem não apresenta asas desenvolvidas quando comparado à forma adulta.

Marque a alternativa que indica corretamente o nome dado ao indivíduo jovem dos insetos que apresenta esse tipo de metamorfose.

a) Hemimetábolo.

b) Holometábolo.

c) Imago.

d) Ninfa.

e) Muda.




3. Observe a seguir fotos que mostram as etapas de desenvolvimento de uma joaninha.


Baseando-se nas figuras, podemos concluir que se trata de um inseto:

a) hemimetábolo.

b) homometábolo.

c) holometábolo.

d) ametábolo.




4. (Fuvest-SP) Metamorfose é a transformação do estágio jovem para o adulto. Alguns insetos têm metamorfose completa (holometábolos), em outros a metamorfose é incompleta (hemimetábolos). Quais insetos exemplificam o primeiro e o segundo tipo de metamorfose, respectivamente?

a) Gafanhoto e libélula.

b) Borboleta e barata.

c) Mariposa e abelha.

d) Percevejo e mosquito.

e) Besouro e mosca.




5. (UNIR-RO) Sobre o desenvolvimento dos insetos, analise as afirmativas:

I. Os insetos ametábolos possuem desenvolvimento direto.

II. Durante o desenvolvimento dos ametábolos ocorre a metamorfose.

III. Os insetos hemimetábolos passam metade de seu desenvolvimento como pupas ou larvas e depois se transformam em adultos.

IV. Os insetos holometábolos apresentam estágios jovens vermiformes e depois se transformam em pupas que passarão por mudanças até se tornarem adultos.

Estão corretas as afirmativas:

a) II e IV, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II e III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I e IV, apenas.





21 de maio de 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS


Sugestões: 

# Pode-se fazer um trabalho interdisciplinar entre Ciências, Língua Portuguesa e Arte: leitura, interpretação, exploração ortográfica do texto, dramatização e exploração de conteúdos de Ciências.

# Conteúdos de Ciências: Reprodução Animal, Insetos, Dimorfismo sexual entre animais, Vertebrados e Invertebrados, Artrópodes, Ecdise, Ciclo de Vida, Função Biológica-hábitat e nicho ecológico de cada animal.

10 de janeiro de 2014

REMÉDIOS NATURAIS QUE ALIVIAM AS PICADAS DE INSETOS

Nesta época do ano, não são poucas as pessoas que sofrem com a presença dos insetos: irritações na pele, coceira, inchaço e dor são os principais vestígios que mosquitos, abelhas e formigas costumam deixar no organismo – além das noites embaladas pelos zunidos ao redor do travesseiro. A situação fica ainda pior quando as pessoas estão longe dos centros urbanos ou quando as crianças são afetadas. Pensando nisso, separamos cinco remédios naturais e eficientes para aliviar os incômodos das picadas – que podem até mesmo entrar para as páginas de um manual de sobrevivência para os aventureiros.
A lista traz opções naturais que substituem cremes e pomadas específicas. No entanto, caso a reação alérgica seja mais intensa que o comum, ou haja suspeita de dengue ou malária, é imprescindível procurar a ajuda de um médico.

Casca de banana
Utilizar a casca da banana como remédio natural contra as picadas de mosquitos é uma alternativa sustentável de aproveitamento em totalidade da fruta. Assim, o resíduo pode substituir com bastante eficiência as pomadas e cremes específicos, basta esfregar a parte interna da casca na área atingida pelos insetos – em alguns minutos, a picada vai desinchar, diminuindo, também, o incômodo. Além disso, a casca de banana é eficiente para estancar sangramentos e ajudar na cicatrização de feridas.



Manjericão
Engana-se quem pensa que a erva aromática tem apenas importância na cozinha, pois o óleo extraído do manjericão alivia a alergia causada no local das picadas de insetos. Para preparar o remédio natural, basta amassar as folhas até extrair o líquido de cor escura que elas reservam. Isso porque a substância aromática contém cânfora e timol, duas propriedades utilizadas para aliviar a coceira.



Mel
Composto por substâncias antibacterianas e anti-inflamatórias, o mel trata o incômodo causado pelas picadas e traz vários benefícios para o corpo. Assim, basta passar um pouco do produto natural na picada para diminuir a irritação. Além disso, a consistência do mel dificulta que as pessoas cocem o local, contribuindo para desinchar a derme mais rápido.


Gelo
Uma compressa de água gelada ou de pedras de gelo consegue aliviar não só a coceira causada pelos mosquitos, mas também a dor que resulta da picada de outros insetos, como abelhas e formigas. Isso porque as fibras nervosas da pele “congelam”, contribuindo para que a pessoa não sinta mais os incômodos trazidos pelos insetos. No entanto, na hora de fazer compressas, é preciso ficar atento e nunca optar pela água quente, pois, após a sua aplicação, as altas temperaturas fazem com que o organismo volte a produzir histamina, substância responsável pela resposta alérgica do corpo.



Leite e água
Aplicar leite misturado com água nas picadas é uma maneira simples de reduzir não apenas a dor e a coceira, mas também o inchaço e a inflamação que ocorre no local atingido (caso a pessoa não tenha alergia à lactose). O remédio natural é preparado, de preferência, com os dois ingredientes bem gelados, em quantidades iguais. Depois de ficar pronta, a mistura deve ser aplicada na pele com um pedaço de tecido, reduzindo  os incômodos trazidos pelos insetos em pouco tempo. A mistura também pode ser aplicada nas queimaduras causadas pelo sol.


Fonte: Gabriel Felix - Redação Ciclo Vivo


VENENO DE MIRIÁPODES É MAIS EFICIENTE QUE MORFINA


Cientistas de várias partes do mundo realizaram estudos e descobriram que o veneno de algumas espécies de centopeias, lacraias e outros miriápodes pode ser utilizado para produzir remédios contra a dor, até mesmo mais eficientes do que a morfina. Nos laboratórios, os pesquisadores vêm extraindo o veneno das mandíbulas destes animais, que, ao entrarem em contato direto com o ser humano, podem causar fortes dores, inchaço e erupções na pele.

Os estudos que analisam o potencial do veneno dos miriápodes foram elaborados por cientistas australianos, chineses e mexicanos. De acordo com o professor Glenn King, da Universidade de Queensland, na Austrália, algumas experiências com o veneno destes animais obtiveram resultados semelhantes à ação da morfina, e, em outras, as propriedades liberadas pelos miriápodes foram consideradas mais eficientes do que o remédio utilizado para tratar dores intensas.

Segundo informou o site português Manchete Atual, o estudo australiano também comprovou que, ao ser processado em laboratório, o veneno da centopeia chinesa de cabeça vermelha consegue inibir em até 150 vezes mais do que os remédios convencionais a liberação da proteína Nav1.7, responsável pela transmissão da dor pelo organismo.

Experiências realizadas na América Latina também comprovam a eficiência das substâncias liberadas por estes animais na produção de remédios contra fortes dores. De acordo com o site mexicano El Universal, um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade Autônoma do Estado de Morelos já aponta para o uso medicinal do veneno dos miriápodes.

Com o êxito das experiências, a Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da Biodiversidade do México (CONABIO) autorizou a elaboração de um catálogo de espécies de centopeias e outros miriápodes que podem ser usados para fabricar remédios. A partir desta compilação de dados, os cientistas mexicanos vêm estudando arquivos sobre estes animais em museus europeus, e firmando acordos de cooperação com outros centros de pesquisa, como a Universidade de Pádua, na Itália.

Além das recentes pesquisas sobre o potencial do veneno das centopeias, diversas substâncias de animais peçonhentos vêm sendo usadas para fins medicinais. Além da inoculação do veneno de serpentes para amenizar os efeitos das picadas, o veneno do escorpião azul, ao ser processado em laboratórios, pode ser aplicado como tratamento alternativo para pacientes com vários tipos de câncer.

Fonte: CicloVivo

10 de dezembro de 2013

PLANO DE AULA: ARTRÓPODES

Ponto de partida:

Leitura do texto Artrópodes no site UOL Educação.


Artrópodes 

Filo representa 80% do Reino Animal 

Mariana Aprile*


Com mais de 1 milhão de espécies descritas, os artrópodes representam 80% do Reino Animal e, por isso, são os verdadeiros “donos” da Terra. As adaptações evolutivas do filo Arthropoda (arthron = articulação/ podos = pés) permitem que suas várias espécies habitem as profundezas dos oceanos, os picos das mais altas montanhas, desertos, oceanos, lagos e rios, ou seja, toda a sorte de ambientes. 

Além disso, apresentam diversidade de tamanho, formas e hábitos de vida. Por exemplo, o microscópico Sarcoptes scabiei, ácaro causador da escabiose, mede cerca de 0,4 milímetro. Já o Macrocheira kaempferi, o caranguejo-aranha gigante, chega a atingir 4 metros com as patas esticadas e a pesar 20 quilos – é o maior artrópode que se conhece. 

Acredita-se que durante a Era Pré-Cambriana, há mais ou menos 600 milhões de anos, ocorreu uma “artropodização” da vida animal a partir de ancestrais vermiformes. Esse fenômeno gerou inúmeros tipos de artrópodes, atualmente extintos, como os trilobitas. Os espécimes remanescentes foram reunidos em um único filo, o qual se divide em três subfilos: Chelicerata, Mandibulada, e Pentastomida. 

Dentro desses grupos existem várias classes, porém destacam-se as de maior importância (médica e econômica): a Arachnida (escorpiões, aranhas, carrapatos), por exemplo, pertence ao Chelicerata; as classes Insecta, Crustacea, Chilopoda e Diplopoda ficam inseridas no subfilo Mandibulada. 

Os invertebrados pentastomídeos são um grupo de artrópodes vermiformes bem diferentes de seus irmãos. Os Pentastomida não possuem antenas nem patas, exceto na fase de larva e, geralmente, os adultos parasitam pulmões e fossas nasais de mamíferos carnívoros e répteis. 

Características Gerais 

Apesar do grande número de espécies dentro desse filo, todos os Arthropoda compartilham características distintivas, ou seja, que os diferencia de todos os outros grupos de animais. Em vez de uma estrutura interna de sustentação, esses invertebrados possuem esqueleto externo, como se fosse uma armadura, denominado exoesqueleto ou cutícula. 

Secretada pela epiderme, a cutícula é flexível e mole quando recente; após algum tempo, ela se enrijece por causa da presença da quitina. Nas articulações, em que não ocorre o endurecimento, há ausência de quitina e, no seu lugar, entra outra substância: a resilina, que é elástica. Uma das importantes funções da cutícula, além da sustentação, é evitar a perda de água para o ambiente externo. Os apêndices locomotores ou alimentares dos artrópodes são articulados e dispostos aos pares. Mas, quando os artrópodes crescem, a “armadura” fica pequena e precisa ser trocada por outra maior e, assim, ocorrem mudas ou ecdises. 

Todos os artrópodes apresentam regiões corporais chamadas tagmos. Por exemplo, o corpo das abelhas é dividido em três tagmos: cabeça, tórax e abdome. Em alguns casos, pode haver a fusão entre duas dessas regiões, formando, por exemplo, o cefalotórax. Esse fenômeno se chama tagmose. 

Os olhos desses invertebrados podem ser do tipo simples ou composto, dependendo da espécie. O primeiro, também chamado “ocelo”, distingue luz e sombra, porém não forma imagens. Já os olhos compostos são formados por um conjunto de omatídeos, que possuem uma córnea, retina e um cristalino cada. A acuidade visual de artrópodes que possuem olhos compostos, como insetos e crustáceos, depende do números de omatídeos: quanto mais omatídeos, maior a definição da imagem. A libélula, por exemplo, enxerga muito bem com cerca de 10 mil omatídeos. 

Aliados e inimigos 

A metade de todos os seres vivos de nosso planeta pertence ao filoArthropoda, o que lhes confere uma forte importância ecológica em todos os grandes ecossistemas atuais. Se, por algum motivo, essas criaturas deixassem de existir, a vida multicelular da Terra entraria em colapso. Os artrópodes são fonte de alimento direto para muitos anfíbios, peixes, mamíferos, aves e répteis

Vários desses invertebrados têm papel relevante para a vida de diversas espécies vegetais, especialmente os da ordem Hymenoptera – abelhas, vespas e formigas. Enquanto abelhas e borboletas são polinizadoras, certas formigas estabelecem uma relação mutualística com determinadas plantas. 

A formiga Pseudomyrmex ferruginea, por exemplo, vive na acácia-de-chifre-de-búfalo (Acacia cornigera)e sua presença é imprescindível para a sobrevivência dessa árvore. Em troca de abrigo e alimento, a P. ferruginea defende toda a planta de pragas animais e ervas parasitas. Os invasores de uma acácia habitada por essas formigas são vorazmente atacados. 

O ser humano também se beneficia de algumas espécies de artrópodes em diversas situações. Em lavouras, são utilizados no controle ecológico de pragas. Na entomologia forense, ajudam os cientistas a descobrir informações úteis para uma investigação criminal. Mais ainda, os crustáceos são uma importante fonte de alimento para as pessoas e movimentam parte da economia mundial. 

Se por um lado existem artrópodes benéficos a diversos seres vivos, também há, no filo Arthropoda, criaturas que os prejudicam. Muitas delas, inclusive, causam a morte de vegetais, seres humanos e outros animais. Por exemplo, os maiores inimigos da humanidade são membros da família Culicidae, os mosquitos. Algumas espécies desses insetos dípteros (que possuem duas asas) são vetores de doenças como a malária e a dengue. 

Apesar de a maior parte das espécies de culicídeos não ser considerada perigosa para o ser humano, qualquer mosquito pode transmitir o berne: a Dermatobia hominis, ou mosca varejeira, desenvolveu uma técnica para inserir seus ovos em vertebrados, de modo que ela agarra, em pleno voo, uma fêmea de mosquito (pois são hematófagas) e literalmente cola seus ovos no abdome do culicídeo. Ao picar um humano, por exemplo, o calor da pele faz os ovos desgrudarem do mosquito e penetrarem na ferida. 

Os aracnídeos carrapatos e ácaros são tão nocivos à saúde humana que ganham importância médica. E, claro, existem os artrópodes letais, como algumas espécies de escorpiões, aranhas e lacraias. Por essas razões, os artrópodes são nossos maiores aliados – e também, inimigos.


Objetivos:
1) Identificar as características específicas do filo Arthropoda;
2) Compreender a relação entre a diversidade de espécies e seus hábitos de vida;
3) Compreender a importância ecológica dos artrópodes;
4) Identificar as espécies de importância médica.


Comentários:
O filo Arthropoda é o grupo que apresenta o maior número de espécies e de indivíduos do Reino Animal. Pode-se dizer, inclusive, que a Terra é dominada pelos artrópodes. Por esse motivo, é comum o convívio desses animais com pessoas, seja no ambiente rural ou no urbano. Tal proximidade faz com que seja imprescindível o estudo de suas principais características, hábitos de vida e comportamento. Também é interessante que se conheçam as espécies que podem causar acidentes e danos à saúde humana. 

Mas se por um lado, essas criaturas de apêndices articulados podem nos prejudicar, no outro extremo jaz o fato de que existem várias espécies benéficas, sem as quais a vida como conhecemos seria muito diferente. Por exemplo, não poderíamos consumir mel, nem apreciar a beleza de inúmeras espécies vegetais polinizadas por insetos. Também se extinguiriam muitos animais que dependem dos artrópodes para se alimentar — como o tamanduá-bandeira.


Procedimentos:
1) Professor, escreva na lousa as seguintes palavras: formiga, abelha, mosca, mosquito, barata, besouro, escorpião, aranha, lacraia, gafanhoto, caranguejo, lagosta, camarão, siri, pulga, carrapato, ácaro, borboleta, e mariposa. 

2) Em seguida, pergunte aos alunos se eles se familiarizam com esses animais. Provavelmente, a resposta será positiva. Então, professor, teste o conhecimento de sua turma com a seguinte questão: “O que todos esses animais, tão diferentes, possuem em comum?” Se ninguém acertar a resposta, diga que todas essas criaturas pertencem ao filo Arthropoda, ou seja, são artrópodes (do grego arthron: articulação; podos: pés). 

3) Uma vez familiarizados com essa informação, esclareça para os estudantes, que todos esses animais apresentam características específicas desse filo. Em outras palavras, todos os seres vivos que possuam as propriedades a seguir, serão artrópodes: 
a) Corpo dividido em tagmas;
b) Exoesqueleto;
c) Apêndices articulados;
d) Olhos simples e/ou compostos. 

4) Professor, explique, para seus alunos, a importância ecológica dos artrópodes: sem eles, a vida no planeta Terra entraria em colapso, já que esses animais são a base da dieta de várias espécies de peixes, mamíferos (como as grandes baleias, tamanduás, morcegos, etc.), répteis, anfíbios e aves. Além dos animais, as plantas também sofreriam, uma vez que inúmeras espécies dependem dos insetos para se reproduzirem (polinização), e para se alimentar (plantas carnívoras). 

5) A seguir, professor, aborde o tema da importância dos artrópodes para o ser humano, tanto na alimentação, como na economia. 

6) Identifique para sua turma de alunos, as espécies de artrópodes consideradas como de importância médica, ou seja, as que podem causar riscos à saúde das pessoas. São exemplos os escorpiões Tytius serrulatus e T. bahiensis, os mosquitos Anopheles sp. (vetor da malária), Aedes sp. (vetor da dengue), as aranhas armadeira (Phoneutria nigriventer), de grama (Lycosa erythrognatha), marrom (Loxosceles) e a viúva-negra (Latrodectus curacaviensis). 

7) Professor, é fundamental que os alunos conheçam bem as principais espécies de importância médica. Por isso, é interessante que a turma apresente seminários sobre os animais acima citados. Se optar pela realização das apresentações, divida a sala em grupos (o número de alunos no grupo fica a seu critério) e sorteie os nomes dos artrópodes. Cada grupo deverá pesquisar informações sobre os hábitos de vida, habitats, ciclo de vida, peçonha (quando houver), e dados sobre acidentes com seres humanos.


26 de novembro de 2013

LAGARTA HELICOVERPA


A Helicoverpa spp é uma espécie de lepidóptero cujas lagartas têm atacado as plantações de algodão, milho, milheto, soja, sorgo e feijão.


  • Adulto – Mariposa com aproximadamente 18 mm de comprimento e aproximadamente 35 mm de envergadura. Asas anteriores de cor castanha com uma mancha escura no centro e uma franja externa na ponta.
  • Ovos – Cor branca ou creme, tornando-se pardo um dia após a postura.
  • Lagarta – As lagartas recém eclodidas são de cor creme. Totalmente desenvolvidas chegam a medir de 41 a 50 mm de comprimento. Sua cor quando crescida varia entre o amarelo, verde, laranja ou vermelho e quase preto. Sua cabeça é amarela ou marrom.
  • Pupa – Marrom, brilhante e escura, medindo aproximadamente 20 mm.


PRIMEIROS FOCOS:

Os primeiros focos da Helicoverpa spp foram observados na Bahia, atingindo o sul do Maranhão e sul do Piauí em 2012.

No princípio, se pensou que era a Heliothis spp (lagarta das maçãs do algodão) e muito tempo e dinheiro foram gastos até se chegar ao diagnóstico correto, que só veio cerca de 30 a 50 dias após o primeiro registro da praga.


POSSÍVEIS CAUSAS:

  • Desequilíbrio climático caracterizado por uma longa seca;
  • Esquema de diversificação e sucessão de culturas muito favorável à Helicoverpa spp, no atual modelo de produção;
  • Retirada do inseticida Endosulfan do mercado pode ter favorecido o descontrole da praga no algodão;
  • Reduzida eficiência dos inseticidas comerciais atuais;
  • Produtores sem assistência agronômica de qualidade atrasaram o início do controle da praga em suas propriedades.

Fonte: Informativo Helicoverpa -  http://aiba.org.br/pagina-helicoverpa/publicacoes/informativo-helicoverpa-aiba.pdf

Ocorrência de Helicoverpa armigera no RS

Estas lagartas foram criadas em laboratório e após a emergência, os adultos foram enviados para identificação taxonômica por especialista deste grupo de insetos da Embrapa Cerrados.



A Superintendência Federal de Agricultura do RS oficializou ontem, dia 19, as primeiras ocorrências confirmadas de Helicoverpa armigera no RS. As lagartas para identificação foram coletadas por pesquisadores da UFSM, UPF e Embrapa Trigo, em lavouras de soja da safra 2012/2013, localizadas nos municípios de Espumoso, Carazinho e Passo Fundo. Estas lagartas foram criadas em laboratório e após a emergência, os adultos foram enviados para identificação taxonômica por especialista deste grupo de insetos da Embrapa Cerrados.

Diante desta confirmação, o MAPA/RS estará realizando, nesta quinta-feira dia 21 de novembro na sede Superintendência Federal de Agricultura do RS, reunião com especialistas da área de entomologia das principais instituições de pesquisa, ensino e extensão, como Emater, SEAPA, Embrapa Trigo, UFSM, UFRGS, UPF, Embrapa de Pelotas, Laboratórios de identificação, dentre outras, visando discutir e harmonizar ações para o monitoramento e controle da praga, sob a coordenação do MAPA/RS.

É importante ressaltar que até o momento não há relatos de prejuízos em lavouras do RS, semelhantes àqueles observados em outras regiões do Brasil com características e clima diferenciados. Portanto, segundo o Superintendente Federal de Agricultura do RS, Francisco Signor, não há motivos para criar um clima de bioterrorismo ou paranoia junto aos produtores, mas sim juntamente com os técnicos, definir estratégias e harmonizar as informações e ações a serem tomadas sob o ponto de vista técnico.




Para saber mais:




LAGARTA-VERDE: Opsiphanes sp.

Resolvi publicar alguma coisa referente a esta bela lagarta, especialmente após um comentário deixado no blog referente à postagem da Lagarta-do-coqueiro.

Pesquisei bastante, mas encontrei pouco material sobre a lagarta abaixo:


Quanto a identificação, arrisco-me somente ao gênero: Opsiphanes.

Existem várias espécies e subespécies bastante semelhantes, mas todas inofensivas. Algumas alimentam-se de coqueiros, especialmente o gerivá, outras de palmeiras e até mesmo de helicônias.

Há algum tempo surgiu uma na minha casa, peguei-a delicadamente e coloquei no coqueiro do vizinho, hehehehehe... Fotografei a interação com a mesma para comprovar que é inofensiva, quando encontrar as fotos, publico aqui neste post.

Abaixo imagens de adultos de uma das espécies de Opsiphanes: 



http://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files/Guia_borboletas.pdf

17 de setembro de 2013

FILME "BEE MOVE" E AS RELAÇÕES ENTRE FAUNA E FLORA


Introdução:

Incomodado com a perspectiva de passar a vida fabricando mel, Barry B. Benson decide viajar para fora da colmeia com outras abelhas que colhem o néctar. Ao descobrir que humanos coletam o mel e o vendem, o herói do filme decide processar toda a raça humana. O professor Henzo Gualberto, do Colégio Aliado, em São Paulo, recomenda o filme não só para ensinar o processo de polinização e as relações ecológicas entre fauna e flora, como, por exemplo, a importância que as flores têm para o pleno funcionamento de uma colmeia, e também para mostrar a complexa estrutura social dentro das colmeias. 

Objetivos:
Conhecer e compreender a relação entre plantas e animais, o processo de polinização e a importância dos polinizadores. 

Conteúdos:
Reino animal, artrópodes e insetos, relações ecológicas, polinização das plantas, desequilíbrio ecológico e insetos sociais. 

Trechos selecionados: 
Cenas que mostram a polinização feita pelas abelhas (12m38s a 16m04s) e trecho onde as abelhas produzem o mel, que mostra a estrutura social das colmeias e como cada abelha tem a sua função dentro do processo (4m00s a 6m40s) 

Atividade:
Converse com as crianças sobre polinização e produção do mel e a estrutura social das colmeias. Dessa forma, levante as informações e hipóteses que as crianças dispõem sobre o tema. Anote tudo. Isso vai ser essencial na hora de avaliar as aprendizagens. Exiba os trechos selecionados do filme e apresente à garotada outros materiais de consulta, como livros e revistas para que pesquisem sobre os dois tópicos e discutam coletivamente. Pergunte que tipo de recursos as flores têm para atrair os polinizadores, de que forma esses polinizadores realizam a reprodução nas plantas com flores e o que as abelhas buscam nas flores. 

Avaliação:
Solicite que as crianças façam esquemas mostrando o ciclo da polinização e a estrutura social das colmeias. Depois, compare esse material com as hipóteses iniciais delas sobre o assunto.




28 de janeiro de 2013

FINAL INFELIZ...

      Alguns relacionamentos entre os animais chegam a ter um rápido e trágico final. Esta fêmea de louva-a-deus se acasalou com um macho e, em seguida, passou a comê-lo, começando pela cabeça. Mesmo sem a cabeça, o macho continua fecundando a fêmea, e seu corpo se transforma em uma apetitosa refeição. Nem todos os machos de louva-a-deus têm esse destino, pois alguns conseguem acasalar e fugir, assim como, não é uma regra que o macho que a fecundou precise ser predado, poderia ser qualquer outro animal pequeno, porém, quem está mais próximo acaba sendo atacado. E para piorar a situação, os machos são normalmente bem menores que as fêmeas.





      Uma das hipóteses para explicar a atitude nada amistosa das fêmeas seria o fato de que, ao comer o macho, ela estaria garantindo uma fonte extra de alimento para seus ovos fecundados, assim como teria uma presa fácil, não precisando expor-se aos seus predadores para caçar e nutrir seus ovos. No caso do louva-a-deus, cujo macho tem a cabeça devorada pela fêmea durante a cópula, a hipótese mais aceita é de que o canibalismo contribuiria para o aumento da liberação de espermatozoides. Em muitos casos, o papel biológico do macho se encerra com a fecundação dos ovos.




27 de janeiro de 2013

JOANINHAS - Cycloneda sanguinea


     Os insetos chamados, vulgarmente, de joaninhas são pertencentes à família Coccinellidae, organismos admirados por pesquisadores, coletores de insetos e pessoas em geral, por apresentarem diferentes padrões de colorações, e por serem organismos símbolos de bons sentimentos como: sorte, serenidade e felicidade. No entanto, a atuação no controle biológico de pragas como predadores, é a principal característica que faz com que estes insetos se destaquem.
     São conhecidas aproximadamente 5000 espécies de coccinelídeos em todo mundo, apresentando distribuição cosmopolita. A família Coccinellidae é composta por insetos predadores de pulgões, cochonilhas, mosca branca, ácaros, que são considerados pragas primárias e secundárias em ambientes agrícolas. Em épocas de diminuição ou falta das principais presas, os coccinelídeos podem se alimentar de néctar, pólen, “honeydew”, ou a combinação de vários alimentos como estes, que podem propiciar a permanência destes insetos nestes ambientes, mesmo em épocas de entressafra. Portanto, os coccinelídeos são insetos importantíssimos no agroecossistema agrícola, sendo que, condições favoráveis como a manutenção da diversidade de plantas e a liberação de novos insetos provindos de sistemas de criações massais podem aumentar a eficiência destes importantes predadores no agroecossistema.

3 de novembro de 2011

DESVENDANDO O MUNDO DAS ABELHAS...


         




O mel, que é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, por vários séculos foi retirado dos enxames de forma extrativista e predatória, muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Entretanto, com o tempo, o homem foi aprendendo a proteger seus enxames, instalá-los em colmeias racionais e manejá-los de forma que houvesse maior produção de mel sem causar prejuízo para as abelhas. Nascia, assim, a apicultura.



    Essa atividade atravessou o tempo, ganhou o mundo e se tornou uma importante fonte de renda para várias famílias. Hoje, além do mel, é possível explorar, com a criação racional das abelhas, produtos como: pólen apícola, geléia real, rainhas, polinização, apitoxina e cera. Existem casos de produtores que comercializam enxames e crias.

    O Brasil é, atualmente, o 6° maior produtor de mel (ficando atrás somente da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda existe um grande potencial apícola (flora e clima) não explorado e grande possibilidade de se maximizar a produção, incrementando o agronegócio apícola. 




      As abelhas são descendentes das vespas que deixaram de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para consumirem o pólen das flores quando essas surgiram, há cerca de 135 milhões de anos. Durante esse processo evolutivo, surgiram várias espécies de abelhas. Hoje se conhecem mais de 20 mil espécies, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não-descobertas. Somente 2% das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies produtoras de mel, as do gênero Apis são as mais conhecidas e difundidas.

     O fóssil mais antigo desse gênero que se conhece é da espécie já extinta Apis ambruster e data de 12 milhões de anos. Provavelmente esse gênero de abelha tenha surgido na África após a separação do continente americano, tendo posteriormente migrado para a Europa e Ásia, originando as espécies Apis mellifera, Apis cerana, Apis florea, Apis korchevniskov, Apis andreniformis, Apis dorsata, Apis laboriosa, Apis nuluensis e Apis nigrocincta.

     As abelhas que permaneceram na África e Europa originaram várias subespécies de Apis mellifera adaptadas às diversas condições ambientais em que se desenvolveram. Embora hoje essa espécie seja criada no continente Americano e na Oceania, elas só foram introduzidas nessas regiões no período da colonização.



RAÇAS DE ABELHAS Apis Mellifera


     O habitat das abelhas Apis mellifera é bastante diversificado e inclui savana, florestas tropicais, deserto, regiões litorâneas e montanhosas. Essa grande variedade de clima e vegetação acabou originando diversas subespécies ou raças de abelhas, com diferentes características e adaptadas às diversas condições ambientais.

     A diferenciação dessas raças não é um processo fácil, sendo realizado somente por pessoas especializadas, que podem usar medidas morfológicas ou análise de DNA.

Apis mellifera mellifera (abelha real, alemã, comum ou negra)

  • Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Russia, provavelmente estendendo-se até a Península Ibérica.
  • Abelhas grandes e escuras com poucas listras amarelas.
  • Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas.
  • Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso o manejo seja inadequado.
  • Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes.
  • Propolisam com abundância, principalmente em regiões úmidas.

Apis mellifera ligustica  (abelha italiana)

  • Originárias da Itália.
  • Essas abelhas têm coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas mais populares entre apicultores de todo o mundo.
  • Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm).
  • Possuem sentido de orientação fraco, por isso, entram nas colmeias erradas frequentemente.
  • Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças europeias.

Apis mellifera caucasica

  • Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia.
  • Possuem coloração cinza-escura, com um aspecto azulado, pêlos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm).
  • Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva.
  • Enxameiam com facilidade e usam muita própolis.
  • Sensíveis ao protozoário Nosema apis.


Apis mellifera carnica (abelha carnica)

  • Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio.
  • Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdome cinza ou marrom.
  • Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas.
  • Coletam "honeydew" em abundância.
  • São facilmente adaptadas a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem.


Apis mellifera scutellata (abelha africana)


  • Originárias do Leste da África, são mais produtivas e muito mais agressivas.
  • São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas européias. Sendo assim, suas operárias possuem um ciclo de desenvolvimento precoce (18,5 a 19 dias) em relação às européias (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na tolerância ao ácaro do gênero Varroa.
  • Possuem visão mais aguçada, resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme. Os ataques são, geralmente, em massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade de operárias de colmeias vizinhas.
  • Ao contrário das européias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a população e liberando vários enxames reprodutivos.
  • Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis.
  • Essas características têm uma variabilidade genética muito grande e são influenciadas por fatores ambientais internos e externos.

Abelha africanizada




       A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligusticaApis mellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana  Apis mellifera scutellata.


    A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas.


      A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as europeias se recolhem nessas épocas.


BIOLOGIA E MORFOLOGIA DA ABELHA Apis Mellifera


   As abelhas, como os demais insetos, apresentam um esqueleto externo chamado exoesqueleto. Constituído de quitina, o exoesqueleto fornece proteção para os órgãos internos e sustentação para os músculos, além de proteger o inseto contra a perda de água. O corpo é dividido em três partes: cabeçatórax e abdome. A seguir, serão descritas resumidamente cada uma dessas partes, destacando-se aquelas que apresentam maior importância para o desempenho das diversas atividades das abelhas.

Cabeça:


     Na cabeça, estão localizados os olhos - simples e compostos - as antenas, o aparelho bucal  e, internamente, as glândulas.


     Os olhos compostos são dois grandes olhos localizados na parte lateral da cabeça. São formados por estruturas menores denominadas omatídeos, cujo número varia de acordo com a casta, sendo bem mais numerosos nos zangões do que em operárias e rainhas. Possuem função de percepção de luz, cores e movimentos. As abelhas não conseguem perceber a cor vermelha, mas podem perceber ultravioleta, azul-violeta, azul, verde, amarelo e laranja.

    Os olhos simples ou ocelos são estruturas menores, em número de três, localizadas na região frontal da cabeça formando um triângulo. Não formam imagens. Têm como função detectar a intensidade luminosa.


    As antenas, em número de duas, são localizadas na parte frontal mediana da cabeça. Nas antenas encontram-se estruturas para o olfato, tato e audição. O olfato é realizado por meio das cavidades olfativas, que existem em número bastante superior nos zangões, quando comparados com as operárias e rainhas. Isso se deve à necessidade que os zangões têm de perceber o odor da rainha durante o vôo nupcial.


    A presença de pêlos sensoriais na cabeça serve para a percepção das correntes de ar e protegem contra a poeira e água.


     O aparelho bucal é composto por duas mandíbulas e a língua ou glossa.  As mandíbulas são estruturas fortes, utilizadas para cortar e manipular cera, própolis e pólen. Servem também para alimentar as larvas, limpar os favos, retirar abelhas mortas do interior da colmeia e na defesa. A língua é uma peça bastante flexível, coberta de pêlos, utilizada na coleta e transferência de alimento, na desidratação do néctar e na evaporação da água quando se torna necessário controlar a temperatura da colmeia.



     No interior da cabeça, encontra-se as glândulas hipofaringeanas, que têm por função a produção da geléia real, as glândulas salivares que podem estar envolvidas no processamento do alimento e as glândulas mandibulares que estão relacionadas à produção de geléia real e feromônio de alarme.



Tórax:

     No tórax destacam-se os órgãos locomotores - pernas e asas  - e a presença de grande quantidade de pêlos, que possuem importante função na fixação dos grãos de pólen quando as abelhas entram em contato com as flores.

       As abelhas, como os demais insetos, apresentam três pares de pernas. As pernas posteriores das operárias são adaptadas para o transporte de pólen e resinas. Para isso, possuem cavidades chamadas corbículas, nas quais são depositadas as cargas de pólen ou resinas para serem transportadas até a colmeia. Além da função de locomoção, as pernas auxiliam também na manipulação da cera e própolis, na limpeza das antenas, das asas e do corpo e no agrupamento das abelhas quando formam "cachos".

     As abelhas possuem dois pares de asas de estrutura membranosa que possibilitam o vôo a uma velocidade média de 24 km/h.

    No tórax, também são encontrados espiráculos, que são órgãos de respiração, o esôfago, que é parte do sistema digestivo e glândulas salivares envolvidas no processamento do alimento.




Abdome:

     O abdome é formado por segmentos unidos por membranas bastante flexíveis que facilitam o movimento do mesmo. Nesta parte do corpo, encontram-se órgãos do aparelho digestivo, circulatório, reprodutor, excretor, órgãos de defesa e glândulas produtoras de cera.

     No aparelho digestivo, destaca-se o papo ou vesícula nectarífera, que é o órgão responsável pelo transporte de água e néctar e auxilia na formação do mel. O papo possui grande capacidade de expansão e ocupa quase toda a cavidade abdominal quando está cheio. O seu conteúdo pode ser regurgitado pela contração da musculatura.

     Existem quatro glândulas produtoras de cera (ceríferas), localizadas na parte ventral do abdome das abelhas operárias. A cera secretada pelas glândulas se solidifica em contato com o ar, formando escamas ou placas que são retiradas e manipuladas para a construção dos favos com auxílio das pernas e das mandíbulas.

      No final do abdome, encontra-se o órgão de defesa das abelhas - o ferrão - presente apenas nas operárias e rainhas. O ferrão é constituído por um estilete usado na perfuração e duas lancetas que possuem farpas que prendem o ferrão na superfície ferroada, dificultando sua retirada. O ferrão é ligado a uma pequena bolsa onde o veneno fica armazenado. Essas estruturas são movidas por músculos que auxiliam na introdução do ferrão e injeção do veneno. As contrações musculares da bolsa de veneno permitem que o veneno continue sendo injetado mesmo depois da saída da abelha. Desse modo, quanto mais depressa o ferrão for removido, menor será a quantidade de veneno injetada. Recomenda-se que o ferrão seja removido pela base, utilizando-se uma lâmina ou a própria unha, evitando-se pressioná-lo com os dedos para não injetar uma maior quantidade de veneno. Como, na maioria das vezes, o ferrão fica preso na superfície picada, quando a abelha tenta voar ou sair do local após a ferroada, ocorre uma ruptura de seu abdome e conseqüente morte. Na rainha, as farpas do ferrão são menos desenvolvidas que nas operárias e a musculatura ligada ao ferrão é bem forte para que a rainha não o perca após utilizá-lo.


Organização e estrutura da colmeia





       As abelhas são insetos sociais, vivendo em colônias organizadas em que os indivíduos se dividem em castas, possuindo funções bem definidas que são executadas visando sempre à sobrevivência e manutenção do enxame. Numa colônia, em condições normais, existe uma rainha, cerca de 5.000 a 100.000 operárias e de 0 a 400 zangões.


      A rainha tem por função a postura de ovos e a manutenção da ordem social na colmeia. A larva da rainha é criada num alvéolo modificado, bem maior que os das larvas de operárias e zangões, de formato cilíndrico, denominado realeira, sendo alimentada pelas operárias com a geléia real, produto rico em proteínas, vitaminas e hormônios sexuais. A rainha adulta possui quase o dobro do tamanho de uma operária e é a única fêmea fértil da colmeia, apresentando o aparelho reprodutor bem desenvolvido.

     A vida reprodutiva da rainha inicia-se com o vôo nupcial para sua fecundação que ocorre, aproximadamente, 5 a 7 dias depois de seu nascimento.  A fecundação ocorre em áreas de congregação de zangões, onde existem de centenas a milhares de zangões voando à espera de uma rainha, conferindo assim uma grande variabilidade genética no acasalamento.


     A rainha se dirige a essas áreas, a cerca de 10 metros de altura, atraindo os zangões com a liberação de substâncias denominadas feromônios.  Apenas os mais rápidos e fortes conseguem alcançá-la e o acasalamento, ou cópula, ocorre em pleno vôo. Uma rainha pode ser fecundada por até 17 zangões e o sêmen é armazenado num reservatório especial denominado espermateca. Esse estoque de sêmen será utilizado para a fecundação de óvulos durante toda a vida da rainha, pois ao retornar à colônia não sairá mais para realizar outro vôo nupcial. A rainha começa a postura dos ovos na colônia de 3 a 7 dias depois do acasalamento.


     Somente a rainha é capaz de produzir ovos fertilizados, que dão origem às fêmeas (operárias ou novas rainhas), além de ovos não fertilizados, que originam os zangões. Em casos especiais, as operárias também podem produzir ovos, embora não fertilizados, que darão origem a zangões.


     A capacidade de postura da rainha pode ser de até 2.500 a 3.000 ovos por dia, em condições de abundância de alimento. Ela pode viver e reproduzir-se por até 3 anos ou mais. Entretanto, em climas tropicais, sua taxa de postura diminui após o primeiro ano. Por isso, costuma-se recomendar aos apicultores que substituam suas rainhas anualmente.


     A rainha consegue manter a ordem social na colmeia através da liberação de feromônios. Essas substâncias têm função atrativa e servem para informar aos membros da colmeia que existe uma rainha presente e em atividade; inibem a produção de outras rainhas; a enxameação e a postura de ovos pelas operárias. Servem ainda para auxiliar no reconhecimento da colmeia e na orientação das operárias. A rainha está sempre acompanhada por um grupo de 5 a 10 operárias, encarregadas de alimentá-la e cuidar de sua limpeza. As operárias também podem aproximar-se da rainha para recebimento e repasse dos feromônios a outros membros da colmeia.


     Quando ocorre a morte da rainha ou quando ela deixa de produzir feromônios e de realizar posturas, em virtude de sua idade avançada, ou ainda quando o enxame está muito populoso e falta espaço na colmeia, as operárias escolhem ovos recentemente depositados ou larvas de até 3 dias de idade, que se desenvolvem em células especiais - realeiras - para a produção de novas rainhas. A primeira rainha a nascer destrói as demais realeiras e luta com outras rainhas que tenham nascido ao mesmo tempo até que apenas uma sobreviva.


     Em caso de população grande, a rainha velha enxameia com, aproximadamente, metade da população antes do nascimento de uma nova rainha. Em alguns casos, quando a rainha está muito cansada, ela pode permanecer na colmeia em convivência com a nova rainha por algumas semanas, até sua morte natural. Também pode ocorrer que a nova rainha elimine a rainha antiga, logo após o nascimento.


      As operárias realizam todo o trabalho para a manutenção da colmeia. Elas executam atividades distintas, de acordo com a idade, desenvolvimento glandular e necessidade da colônia.

Funções executadas pelas operárias de acordo com a idade.
Idade
Função


1º ao 5º dia


Realizam a limpeza dos alvéolos e de abelhas recém-nascidas


5º ao 10º


São chamadas abelhas nutrizes porque cuidam da alimentação das larvas em desenvolvimento. Nesse estágio, elas apresentam grande desenvolvimento das glândulas hipofaringeanas e mandibulares, produtoras de geléia real.


11º ao 20º dia


Produzem cera para construção de favos, quando há necessidade, pois nessa idade as operárias apresentam grande desenvolvimento das glândulas ceríferas. Além disso, recebem e desidratam o néctar trazido pelas campeiras, elaborando o mel.


18º ao 21º dia


Realizam a defesa da colmeia. Nessa fase, as operárias apresentam os órgãos de defesa bem desenvolvidos, com grande acúmulo de veneno. Podem também participar do controle da temperatura na colmeia.


22º dia até a morte


Realizam a coleta de néctar, pólen, resinas e água, quando são denominadas campeiras.


      É importante ressaltar que a necessidade da colmeia pode fazer com que as operárias reativem algumas das glândulas atrofiadas para realizar determinada atividade, ou seja, se for necessário, uma abelha mais nova pode sair para a coleta no campo e uma abelha mais velha pode encarregar-se de alimentar a cria.


     As operárias possuem os órgãos reprodutores atrofiados, não sendo capazes de se reproduzirem. Isso acontece porque, na fase de larva, elas recebem alimento menos nutritivo e em menor quantidade que a rainha. Além disso, a rainha produz feromônios que inibem o desenvolvimento do sistema reprodutor das operárias na fase adulta. Em compensação, elas possuem órgãos de defesa e trabalho perfeitamente desenvolvidos, muitos dos quais não são observados na rainha e no zangão, como a corbícula (onde é feito o transporte de materiais sólidos) e as glândulas de cera.


     Os zangões são os indivíduos machos da colônia, cuja única função é fecundar a rainha durante o voo nupcial. As larvas de zangões são criadas em alvéolos maiores que os alvéolos das larvas de operárias e levam 24 dias para completarem seu desenvolvimento de ovo a adulto. Eles são maiores e mais fortes do que as operárias, entretanto, não possuem órgãos para trabalho nem ferrão e, em determinados períodos, são alimentados pelas operárias. Em contrapartida, os zangões apresentam os olhos compostos mais desenvolvidos e antenas com maior capacidade olfativa. Além disso, possuem asas maiores e musculatura de voo mais desenvolvida. Essas características lhes permitem maior orientação, percepção e rapidez para a localização de rainhas virgens durante o voo nupcial.

     Os zangões são atraídos pelos feromônios da rainha a distâncias de até 5 km durante o vôo nupcial.  Durante o acasalamento, o órgão genital do zangão (endófalo) fica preso no corpo da rainha e se rompe, ocasionando sua morte.


Desenvolvimento das abelhas


     Durante seu ciclo de vida, as abelhas passam por quatro diferentes fases: ovo, larva, pupa e adulto.


     A rainha inicia a postura geralmente após o terceiro dia de sua fecundação, depositando um ovo em cada alvéolo. O ovo é cilíndrico, de cor branca e, quando recém colocado, fica em posição vertical no fundo do alvéolo. Três dias após a postura, ocorre o nascimento da larva, que tem cor branca, formato vermiforme e fica posicionada no fundo do alvéolo, com corpo recurvado em forma de "C". Durante essa fase, a larva passa por cinco estágios de crescimento, trocando sua cutícula (pele) após cada estágio.




     No final da fase larval, 5 a 6 dias após a eclosão, a célula é operculada e a larva muda de posição, ficando reta e imóvel. Nessa fase, ela não se alimenta mais, tece seu casulo, sendo comumente chamada de pré-pupa. Na fase de pupa já podem ser distinguidos a cabeça, o tórax e o abdome, visualizando-se olhos, pernas, asas, antenas e partes bucais. Os olhos e o corpo passam por mudanças de coloração até a emersão da abelha adulta. Toda a transformação pela qual a abelha passa até chegar ao estágio adulto denomina-se metamorfose.
     A duração de cada uma das fases é diferenciada para rainhas, operárias e zangões.

Período de desenvolvimento (dias) de crias de abelhas Apis mellifera africanizada.

Período de Desenvolvimento (dias)

Casta

Ovo

Larva

Pupa

Total

Rainha

3

5

7

15

Operária

3

5

12

20

Zangão

3

6,5

14,5

24


    A longevidade dos adultos das três castas também é diferente: a rainha pode viver até 2 anos ou mais apesar de que, em clima tropical, sua vida reprodutiva dura, em média, 1 ano; as operárias, em condições normais, vivem de 20 a 40 dias. Os zangões que não acasalam podem viver até 80 dias, se houver alimento na colmeia. Durante o período de escassez de alimento, as operárias costumam expulsar ou matar os zangões.


Estrutura e uso dos favos


     O ninho das abelhas é constituído de favos, que são formados por alvéolos de formato hexagonal (com seis lados). Essa forma permite menor uso de material e maior aproveitamento do espaço. Os alvéolos têm uma inclinação de 4° a 9º para cima, evitando que a larva e o mel escorram, e são construídos em dois tamanhos: no maior, a rainha faz postura de ovos de zangão; já os menores podem ser usados para a criação de operárias e para estocagem de alimento.


     Durante a maior parte do ano, a prole é criada nas partes centrais da colmeia, de forma a facilitar o controle de temperatura pelas operárias. A cria, freqüentemente, ocupa o centro dos favos, sendo que os cantos inferiores e superiores são usados para estocagem de alimento, facilitando o trabalho das abelhas nutrizes, que são responsáveis pela alimentação das larvas.



Diferenciação das castas


     Geneticamente, uma rainha é idêntica a uma operária. Ambas se desenvolvem a partir de ovos fertilizados. Entretanto, fisiológica e morfologicamente essas castas são diferentes em razão da alimentação diferenciada que as larvas recebem.

     A rainha recebe, durante toda sua vida, um alimento denominado geleia real, que é composto das secreções das glândulas mandibulares e hipofaringeanas, localizadas na cabeça de operárias, com adição de açúcares   provenientes do papo. Pesquisas têm indicado que a geleia real oferecida às larvas de rainha é superior em quantidade e qualidade, possuindo maior proporção da secreção das glândulas mandibulares e maior concentração de açúcares e outros compostos nutritivos.

     As larvas de operárias, são alimentadas até o terceiro dia com um alimento comumente chamado de geléia de operária, que apresenta maior proporção da secreção das glândulas hipofaringeanas e menor quantidade de açúcares que o da rainha. Após esse período, passam a receber uma mistura de geleia de operária, mel e pólen.

   Mesmo tendo recebido um alimento menos nutritivo, uma larva de, no máximo, 3 dias pode transformar-se em rainha se passar a receber a alimentação adequada. Entretanto, quanto mais nova for a larva, melhor será a qualidade da rainha e sua capacidade de postura.

     Além da alimentação, a estrutura onde a larva da rainha é criada (realeira) tem grande influência em seu desenvolvimento, uma vez que é maior que o alvéolo de operária e posicionada de cabeça para baixo, o que deixa o abdome da pupa livre, permitindo pleno desenvolvimento e formação dos órgãos reprodutores.Assim, para que uma larva de operária se transforme em rainha, é necessário, além da alimentação, que a larva seja transferida para uma realeira ou que se construa uma realeira no local onde se encontra a larva.




Comunicação

     Entre as abelhas Apis mellifera, a comunicação pode ser feita por meio de sons, substâncias químicas, tato, danças ou estímulos eletromagnéticos.

     A transferência de alimento parece ser uma das maneiras mais importantes de comunicação, uma vez que, durante as transferências, ocorrem também trocas de algumas secreções glandulares. Esse simples gesto de troca de alimento pode informar a necessidade de néctar e água, odor e sabor da fonte de alimento e as mudanças na qualidade e quantidade de néctar coletado, afetando a postura, criação da prole, secreção de cera e armazenamento do mel, entre outras atividades.Durante esse processo, são transferidos, também, feromônios que estimulam ações específicas, como será visto a seguir.

     O principal meio de comunicação químico é feito pelos feromônios, que são substâncias químicas produzidas e liberadas externamente por indivíduos, que produzem uma resposta específica no comportamento ou fisiologia de indivíduos da mesma espécie. Em abelhas esses feromônios são transmitidos pelo ar, contato físico ou alimento. 


 Alguns feromônios produzidos por abelhas Apis mellifera e suas respectivas reações.
Feromônios
Reação desencadeada

Produzidos por operárias:

Feromônio de trilha

Orienta as operárias na localização do ninho e de fontes de alimento

Feromônio de alarme

Alerta as operárias para a presença de inimigo próximo à colmeia

Feromônio de defesa


Liberado por operárias durante a ferroada, atrai outras operárias para ferroarem o local

Feromônio de detenção

Repele as operárias de fontes sem disponibilidade de alimento

Feromônio da glândula de Nasonov


Liberado na entrada da colméia durante a enxameação e em fontes de água e alimento, ajuda na orientação e no agrupamento das abelhas

Produzidos por rainhas:

Feromônio da glândula mandibular

Atrai zangões para o acasalamento, mantém a unidade da colmeia, inibe o desenvolvimento dos ovários das operárias e a produção de rainhas

Feromônio das glândulas epidermais

Atração das operárias. Age em sinergia com o feromônio da glândula mandibular

Feromônio de trilha

Ajuda a evitar a produção de novas rainhas.

Produzidos por zangões:

Feromônio da glândula mandibular do zangão

Atrai rainhas e outros zangões para a zona de congregação de zangões

Produzidos por crias:

Feromônio de cria


Estimula a coleta de alimento e inibe o desenvolvimento dos ovários das operárias. Permite que as operárias reconheçam idade, casta e estado de sanidade das crias
Fonte: Free (1987), Winston (1987) e Nogueira Couto & Couto (2002).


     A dança é outro importante meio de comunicação; por meio dela as operárias podem informar a distância e a localização exata de uma fonte de alimento, um novo local para instalação do enxame, a necessidade de ajuda em sua higiene ou, ainda, podem impedir que a rainha destrua novas realeiras e estimular a enxameação.


     O cientista alemão Karl Von Frisch descobriu e definiu o sistema de comunicação utilizado para informar sobre a localização da fonte de alimento, observando que as abelhas costumam realizar três tipos de dança: dança em círculo, dança do requebrado ou em forma de oito e dança da foice.


Tipos de dança realizados pelas abelhas Apis mellifera para transmitir informações sobre fontes de alimentos.

Dança

Função
Dança em círculo
Informa sobre fontes de alimento que estão a menos de cem metros de distância da colmeia


Dança do requebrado
Usada para fontes de alimento que estão a mais de cem metros de distância. Nessa dança, a abelha descreve a direção e a distância da fonte


Dança da foice
Considerada uma dança de transição entre a dança em círculo e a do requebrado. É utilizada quando o alimento se encontra a até cem metros da colmeia







    As danças podem ser executadas dentro da colmeia, sobre um favo, ou no alvado. Durante a dança, a operária campeira indica a direção da fonte de alimento em relação à posição da colmeia e do sol. A distância da colmeia até a fonte de néctar é informada pelo número de vibrações (requebrados) realizadas e pela intensidade do som emitido durante a dança. Quanto menor a distância entre a fonte e a colmeia, maior o número de vibrações.




    A campeira pode interromper sua dança a curtos intervalos e oferecer às operárias que estão observando, uma gota do néctar que coletou. Assim, ela informa o odor do néctar e da flor e as demais operárias partem em busca desta fonte.  O recrutamento aumenta com a vivacidade e a duração da dança.





Termorregulação da colmeia


     Independentemente da temperatura externa, a área de cria da colmeia é mantida entre 34 e 35º C, temperatura ideal para o desenvolvimento das crias. A ocorrência de temperaturas fora dessa faixa pode provocar aumento da mortalidade na colônia e as operárias que emergirem podem apresentar defeitos físicos nas asas ou outras partes do corpo.

     Para baixar a temperatura da colmeia, as abelhas do interior da colônia se distanciam dos favos e se aglomeram do lado de fora da caixa. Algumas operárias ficam posicionadas na entrada do ninho, movimentando suas asas de forma a direcionar uma corrente de ar para o interior da colmeia. Essa corrente de ar, além de esfriar a colmeia, auxilia na evaporação da umidade do néctar, transformando-o em mel.

     No interior da caixa, outras operárias estão batendo as asas, ajudando na circulação da corrente de ar. Se houver duas entradas na colmeia, o ar é aspirado por uma entrada e expelido pela outra; caso contrário, usa-se parte da entrada para aspirar e outra parte para expelir.

    Se a temperatura do ar estiver muito alta, as operárias coletam água e espalham pequenas gotas pela colmeia e/ou regurgitam pequena quantidade de água abaixo da língua, que será evaporada pela corrente de ar, auxiliando no resfriamento da colônia. A umidade evaporada do néctar também se presta a esse fim.

    A umidade relativa da colmeia é mantida por volta dos 40%. Se essa porcentagem aumentar muito com a evaporação do néctar, as operárias imediatamente provocarão uma corrente de ar para o interior da colmeia, na tentativa de diminuir a umidade.

    Em períodos frios, para aumentar a temperatura do interior do ninho, as abelhas se aglomeram em "cachos". Se a temperatura continuar caindo, as operárias aumentam sua taxa de metabolismo, provocando vibrações dos músculos torácicos, gerando calor. Ocorre também uma troca de posição: abelhas que estão no centro do cacho vão para as extremidades e vice-versa.



MEL








    Através dos tempos, o mel sempre foi considerado um produto especial, utilizado pelo homem desde os tempos mais remotos. Evidências de seu uso pelo ser humano aparecem desde a Pré-história, com inúmeras referências em pinturas rupestres e em manuscritos e pinturas do antigo Egito, Grécia e Roma.

    A utilização do mel na nutrição humana não deveria limitar-se apenas a sua característica adoçante, como excelente substituto do açúcar, mas principalmente por ser um alimento de alta qualidade, rico em energia e inúmeras outras substâncias benéficas ao equilíbrio dos processos biológicos de nosso corpo.

    Embora o mel seja um alimento de alta qualidade, apenas o seu consumo, mesmo em grandes quantidades, não é suficiente para atender a todas as nossas necessidades nutricionais.




Definição e origem:

    O mel é a substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudatos sacarínicos que as abelhas melíficas produzem.
    Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu.


    O néctar é transportado para a colmeia, onde irá sofrer mudanças em sua concentração e composição química, para então ser armazenado nos alvéolos. Entretanto, mesmo durante o seu transporte para a colméia, secreções de várias glândulas, principalmente das glândulas hipofaringeanas, são acrescentadas, introduzindo ao material original enzimas como a invertase (a -glicosidase), diastase (a e β amilase), glicose oxidase, catalase e fosfatase.


Composição:

    Apesar de o mel ser basicamente uma solução saturada de açúcares e água, seus outros componentes, aliados às características da fonte floral que o originou, conferem-lhe um alto grau de complexidade.
   A composição média do mel, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos. Por detrás dessa aparente simplicidade, esconde-se um dos produtos biológicos mais complexos.

Outros produtos importantes da atividade


    Além do mel, que será descrito com maiores detalhes adiante, o produtor poderá obter renda de outros produtos como Cera,Própolis,Pólen,Polinização,Geléia real,Apitoxina.

Cera:
    Utilizada pelas abelhas para construção dos favos e fechamento dos alvéolos (opérculo). Produzida por glândulas especiais (ceríferas), situadas no abdome das abelhas operárias. A cera de Apis mellifera possui 248 componentes diferentes, nem todos ainda identificados. Logo após sua secreção, a cera possui uma cor clara, escurecendo com o tempo, em virtude do depósito de pólen e do desenvolvimento das larvas.
    As indústrias de cosméticos, medicamentos e velas são as principais consumidoras de cera; entretanto, também é utilizada na indústria têxtil, na fabricação de polidores e vernizes, no processamento de alimentos e na indústria tecnológica. Os principais importadores são: Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão e França; os principais exportadores são: Chile, Tanzânia, Brasil, Holanda e Austrália.



Própolis:

    Substância resinosa, adesiva e balsâmica, elaborada pelas abelhas a partir da mistura da cera e da resina coletada das plantas, retirada dos botões florais, gemas e dos cortes nas cascas dos vegetais.
    A própolis é usada pelas abelhas para fechar as frestas e a entrada do ninho, evitando correntes de ar frias durante o inverno. Em razão das suas propriedades bactericidas e fungicidas, é usada também na limpeza da colônia e para isolar uma parte do ninho ou algum corpo estranho que não pode ser removido da colônia.
    Sua composição, cor, odor e propriedades medicinais dependem da espécie de planta disponível para as abelhas. Atualmente, a própolis é usada, principalmente, pelas indústrias de cosméticos e farmacêutica. Cerca de 75% da própolis produzida no Brasil é exportada, sendo o Japão o maior comprador.



Pólen apícola:

    Gameta masculino das flores coletado pelas abelhas e transportado para a colmeia para ser armazenado nos alvéolos e passar por um processo de fermentação. Usado como alimento pelas abelhas na fase larval e abelhas adultas com até 18 dias de idade. É um produto rico em proteínas, lipídios, minerais e vitaminas.
    Em virtude do seu alto valor nutritivo, é usado como suplementação alimentar, comercializado misturado com o mel, seco, em cápsulas ou tabletes. Não existem dados sobre a produção e comercialização mundial desse produto.



Polinização:

    A polinização é a transferência do pólen (gameta masculino da flor) para o óvulo da mesma flor ou de outra flor da mesma espécie. Só após essa transferência é que ocorre a formação dos frutos.
   Muitas vezes, para que ocorra essa transferência, é necessária a ajuda de um agente. Além da água e do vento, diversos animais podem servir de agentes polinizadores, como insetos, pássaros, morcegos, ratos, macacos; entretanto, as abelhas são os agentes mais eficientes da maioria das espécies vegetais cultivadas.
   Em locais com alto índice de desmatamento e devastação ou com predominância da monocultura, os produtores ficam extremamente dependentes das abelhas para poderem produzir. Com isso, muitos apicultores alugam suas colmeias durante o período da florada para serviços de polinização.
    Embora esse tipo de serviço não seja comum no Brasil, ocorrendo somente no Sul do País e em regiões isoladas do Rio Grande do Norte, nos EUA metade das colmeias é usada dessa forma, gerando um incremento na renda do produtor.
    Dependendo da cultura, local de produção, manejo utilizado e devastação da região, a polinização pode aumentar a produção entre 5 e 500%. Dessa forma, estima-se que por ano a polinização gere um benefício mundial acima de cem bilhões de dólares.



Geléia real:
    A geléia real é uma substância produzida pelas glândulas hipofaringeanas e mandibulares das operárias com até 14 dias de idade. Na colmeia, é usada como alimento das larvas e da rainha.
  Constituída basicamente de água, carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas, a geléia real é muito viscosa, possui cor branco-leitosa e sabor ácido forte. Embora não seja estocada na colmeias como o mel e o pólen, é produzida por alguns apicultores para comercialização in natura, misturada com mel ou mesmo liofilizada. A indústria de cosméticos e medicamentos também a utilizam na composição de diversos produtos.
   A China é o principal País produtor, responsável por cerca de 60% da produção mundial, exportando, aproximadamente, 450 toneladas/ano para Japão, Estados Unidos e Europa.
Apitoxina: 
    A apitoxina é o veneno das abelhas operárias de Apis mellifera purificado. O veneno  é constituído basicamente de proteínas, polipeptídios e constituintes aromáticos, sendo produzido pelas glândulas de veneno nas duas primeiras semanas de vida da operária e armazenado no "saco de veneno" situado na  base do ferrão. Cada operária produz 0,3 mg de veneno, que é uma substância transparente, solúvel em água e composta de proteínas, aminoácidos, lipídios e enzimas.
    Embora a ação anti-reumática do veneno seja comprovada e o preço no mercado seja muito atrativo, trata-se de um produto de difícil comercialização, pois, ao contrário de outros produtos apícolas, o veneno deve ser comercializado para farmácias de manipulação e indústrias de processamento químico, em razão da sua ação tóxica.
    A tolerância do homem à dose do veneno é bastante variada. Existem relatos de pessoas que sofreram mais de cem ferroadas e não apresentaram sintomas graves. Entretanto,  indivíduos extremamente alérgicos podem apresentar choque anafilático e falecer com uma única ferroada.