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3 de novembro de 2013

DIFERENÇAS ENTRE JABUTIS, CÁGADOS E TARTARUGAS

Os quelônios são animais pertencentes ao grupo dos répteis que têm por característica estarem confinados dentro de uma carapaça. Nesse grupo, encontramos os jabutis, cágados e tartarugas. Esses animais apresentam muitas semelhanças, entretanto são seres muito diferentes. Vamos conhecer essas diferenças?

Primeiramente vamos falar do jabuti. Esse animal é um réptil exclusivamente terrestre. Seu casco é alto e suas patas são cilíndricas, lembrando patas de elefantes, além de apresentarem unhas. Ele alimenta-se de frutas, verduras e carnes. Em razão de sua dieta ser baseada em animais e vegetais, ele é chamado de onívoro. Outra característica importante é seu pescoço, que é retraído verticalmente.



Os jabutis apresentam patas cilíndricas e casco alto


Os cágados diferenciam-se dos jabutis por serem animais de água doce, entretanto, eles também vivem na terra. Suas patas são dotadas de membranas interdigitais, ou seja, entre os dedos, que facilitam a natação desses animais. Há também presença de unhas que facilitam a locomoção na terra. Seu casco é mais achatado quando comparado ao jabuti. A grande maioria é carnívora, mas existem espécies onívoras. Eles possuem a capacidade de dobrar seu pescoço lateralmente.


Os cágados apresentam casco achatado e patas com membranas interdigitais


Já as tartarugas são geralmente marinhas, mas existem espécies de água doce. Esses animais só vão a terra para a desova. Suas patas são como remos, facilitando assim a sua natação. Diferentemente dos cágados, elas não possuem a capacidade de esconder o pescoço lateralmente, além de este ser menor. As tartarugas possuem alimentação variada, como peixes, águas-vivas, esponjas, camarões, entre outros.



As tartarugas apresentam patas que se assemelham a remos


Podemos perceber, portanto, que esses três quelônios diferem-se principalmente pelo habitat. Podemos diferenciá-los também através das características das patas, cascos e pescoço.


Lembre-se de que esses animais só podem ser criados com autorização do Ibama! Ao comprá-los em pet shops, exija a nota fiscal com o registro do instituto.


30 de abril de 2013

UM ANIMAL FASCINANTE E EU...



Essa belezura estava viva e muito dócil, como defesa ela só achatou-se dorso-ventralmente e errolava a ponta da cauda.
Visualmente, eu identifiquei como Micrurus altirostris (coral-verdadeira), mas ao verificar a dentição não visualizei a dentição proteróglifa (presas na frente). E fiquei em dúvida, mas ainda acho ser uma coral-verdadeira.  A dúvida me deixou frustrada de certa forma, sempre pensei que a identificação pelas presas seria muito fácil.
Se alguém puder opinar, aceito bem!!!!


Corrigindo...

É sim uma coral-verdadeira, após pesquisas e consulta com um especialista em Animais peçonhentos, cheguei a está conclusão. Descobri que a dentição proteróglifa das corais-verdadeiras é bastante sutil...



Micrurus altirostris (Cope, 1860)

Coral-verdadeira

 

Fonte: As informações abaixo apresentadas seguem basicamente a compilação apresentada em Borges-Martins et al. (2007).

Espécie peçonhenta de porte mediano, com corpo bastante delgado e cauda curta que atinge até 1300 mm de comprimento total. Ocorre no sul do Brasil, nordeste da Argentina e Uruguai (Campbell & Lamar, 2004). Possui hábito fossorial, habitando áreas abertas e áreas de mata (Campbell & Lamar, 2004), e atividade diurna. Alimenta-se de cobras-cegas (Amphisbaena spp.), serpentes e lagartos (Amaral, 1978; Cechin, 1999; Achaval & Olmos, 2003). É ovípara, havendo registros de desovas constituídas por um a sete ovos (Vaz-Ferreira et al., 1970). O comportamento defensivo da espécie consiste em erguer e enrolar a cauda, escondendo a cabeça sob o corpo. Os acidentes com esta espécie são muito raros, uma vez que geralmente não é agressiva, contudo pode morder quando molestada. No Rio Grande do Sul, apenas 0,1% dos acidentes ofídicos são causados por corais verdadeiras. Apresenta secreção extremamente tóxica, de ação neurotóxica, que pode causar acidentes muito graves e potencialmente letais se não tratados com soro antiofídico. A coloração dorsal e ventral avermelhada com anéis pretos e amarelos, torna a espécie de fácil reconhecimento. É interessante notar que, apesar de distribuída por quase todo Rio Grande do Sul, aparentemente não ocorre no litoral norte, ao sul de Tramandaí, na península de Mostardas e possivelmente também no litoral sul do Estado (ver mapa em Silva Jr. & Sites Jr., 1999). A ocorrência no litoral marinho parece estar restrita ao extremo norte do litoral, com registros conhecidos para Arroio do Sal e Torres.

Fonte: http://www.ufrgs.br/herpetologia/R%C3%A9pteis/Micrurus%20altirostris.htm

28 de julho de 2012

RÉPTEIS EM CATIVEIRO

       Na segunda-feira (23/07/2012) a Polícia Ambiental do 5º RPMon de Santiago-RS esteve averiguando uma denúncia de manutenção ilegal de animais em cativeiro, conforme a Lei Nº 5.197/67 e Portaria Nº 93/1998. Para isso deslocou-se até a Rua Treze de Maio no Bairro Centro e solicitou apoio da Equipe Técnica da Prefeitura Municipal de Santiago.
        Compareceram no local a  Bióloga Daniela Gonçalves Oliveira (SMMA) que realizou a identificação dos répteis e elaborou o Laudo de Fauna referente aos animais encontrados no local. e a Veterinária Patrícia Medina de Oliveira (SMAP),  
         Os animais encontrados em cativeiro foram identificados através de observação visual e consulta bibliográfica especializada, sendo descritos na tabela abaixo:
RÉPTEIS
FAMÍLIA
NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
ORIGEM
QUANT.
Colubridae
Elaphe guttata
Corn snake
Cobra-dos-milharais
Estados Unidos ao Norte do México
15
Colubridae
Elaphe obsoleta rossalleni
Everglades Ratsnake
Cobra-rateira
Florida (EUA)
1
Viperidae
Bothrops pubescens
Jararaca-pintada
Brasil
1
Gekkonidae
Eublepharis macularius
Lagarto-leopardo
Oeste da Ásia e Nordeste da Índia
5


                Entre o total de vinte e dois indivíduos apreendidos, há apenas um exemplar da fauna silvestre brasileira (Bothrops pubescens), sendo os demais exóticos.
De acordo como artigo 2º da Portaria Nº 93, de 07 de julho de 1998, considera-se:
I - Fauna Silvestre Brasileira: são todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do Território Brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras.
II - Fauna Silvestre Exótica: são todos aqueles animais pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo homem, inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado.  Também são consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas jurisdicionais e que tenham entrado em Território Brasileiro.
            Além das espécies anteriormente mencionadas, no local também é mantido um biotério (criação de ratos para alimentação das serpentes) em situação precária, com significativo número de indivíduos, provavelmente da espécie Mus musculus e em desacordo com a legislação vigente.
         A PATRAM autuou o rapaz que mantinha os animais em cativeiro, tendo este assinado um Termo circunstanciado como fiel depositário dos animais até decisão judicial sobre as providências a serem tomadas.


RELATÓRIO FOTOGRÁFICO:
Saiba mais em:


4 de abril de 2012

QUEIMADA GRANDE: A ILHA DAS COBRAS

      Queimada Grande é uma pequena ilha, de 40 ha, a 35 km de Itanhaém, São Paulo, intensamente estudada pelos pesquisadores do Laboratório de Herpetologia do Instituto Butantan. Aproximadamente metade de sua área é coberta por Mata Atlântica e capinzais, e metade corresponde a rochas nuas. É considerada como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE).

      Não possui praia, nem tampouco água potável, sendo que a vegetação é arbustiva e densa. É comum a prática de pesca amadora de arremesso e mergulho.  Conta ainda com variadas espécies de peixes como garoupas, budiões e caranhas. Ao sul, no Parcel de Fora, com profundidades variando entre 3 e 30 m, circulam os peixes maiores, muito cobiçados pelos caçadores. Há, ainda, no local, um farol para auxílio à navegação, sendo a altitude máxima de 1,90 metros.
    
     Esta ilha também é conhecida como Ilha das Cobras e o desembarque não é aconselhado devido ao elevado número de cobras peçonhentas. É considerada, no meio científico, como o maior serpentário natural do mundo.


    Nas áreas com vegetação ocorre apenas duas espécies de serpentes, ambas endêmicas da ilha, a dormideira-da-queimada-grande e a jararaca-ilhoa.
     A raríssima Dormideira (Dipsas albifrons carvalheroi), é uma serpente da família Colubridae, que se alimenta de lesmas e é absolutamente inofensiva, sendo consideradamente como criticamente em perigo pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.



    
      A Jararaca Ilhoa (Botrophs insularis), uma serpente da família Viperidae, ocorre em altíssima densidade. Biólogos, em um dia de trabalho, podem encontrar de 30 a 60 exemplares desta espécie. Por não haver mais mamíferos terrestres na ilha, esta serpente adaptou-se à dieta de aves migratórias. Para poder se alimentar de uma ave, é necessário que o veneno da serpente seja de ação bastante rápida, senão esta ave termina por morrer fora do alcance da serpente. Em decorrência da dieta de aves, seu veneno foi selecionado para tornar-se mais forte e especializado que o da jararaca do continente (Botrophs jararaca).
    
     Além do veneno, a Jararaca ilhoa apresenta uma outra particularidade: a presença de hemiclitóris desenvolvido na maioria dos exemplares fêmeas desta população. Esse fato é conhecido para poucas espécies no mundo, e na maioria delas, é eventual. O hemiclitóris muitas vezes apresenta-se como o hemipênis dos machos, os órgãos copuladores. Essa característica é chamada de inter-sexualidade, embora os exemplares com hemiclitóris sejam genética e fisiologicamente fêmeas.
    
     Por tudo isso, esta ilha e seus habitantes são muito especiais. Portanto todo esforço é válido para preservá-los intactos para gerações futuras, para que possam conhecê-los e aprender com eles.


Fontes:

MARQUES, O.A.V.; ETEROVIC, A.; SAZIMA, I. Serpentes da Mata Atlântica - Guia Ilustrado para a Serra do Mar. Holos Editora. São Paulo, 2001

PRIMACK, R.B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação.Editora Planta. Londrina, 2001

CIÊNCIA HOJE. vol 31. nº 186, setembro de 2002, pg 56-59.

Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.



8 de janeiro de 2012

CANINANA

       Todos que me conhecem bem sabem que sou apaixonada por cobras, sem malícia por favor. Desde crianças esses animais exercem sobre mim um fascínio, não tenho medo, nem nojo delas como a maioria das pessoas, porém respeito muito as peçonhentas.
      Considero-as animais injustiçados, pois influenciadas por uma cultura religiosa milenar as pessoas acabaram criando aversão a elas e exterminando-as sem justa razão. A grande maioria das serpentes não faz mal nenhum, não são peçonhentas e pelo contrário são extremamente úteis na manutenção do equilíbrio ecológico, uma vez que controlam as populações de roedores, anfíbios, aves, etc. E esse controle é necessário para manter toda uma teia alimentar em ordem.
         Por que quando uma cobra aparece sobre uma árvore em um quintal caçando passarinhos ou ovos destes, já saem atrás da mesma com um porrete para matá-la? R: Ela é perigosa, ia comer o pobrezinho do passarinho.
         Mas quando uma espécie maior de ave ataca um ninho para comer os mesmos passarinhos, ninguém se penaliza e nem faz nada. 
          Todos na natureza precisam se alimentar, faz parte do ciclo de vida de todas as espécies, inclusive nós.
         Enfim, eu sou uma apaixonada por serpentes, não tenho nenhum curso específico em herpetologia (mas um dia pretendo fazer, ia amar fazer um mestrado na área), somente minha formação como bióloga e me tornei autodidata no estudo de cobras, gosto de pesquisar, ler sobre o assunto, etc. Consigo reconhecer facilmente um grande número de espécies, principalmente as peçonhentas, manuseio-as quando são inofensivas, às vezes atrevo-me a determinar o tipo de hábitat e nicho ecológico somente através da observação das características morfológicas externas do espécime e fico furiosa e extremamente entristecida quando vejo as pessoas matarem alguma por pura ignorância.
          Hoje, resolvi compartilhar aqui imagens e informações sobre uma das cobras da fauna brasileira que considero muito interessante e lindíssima: a Caninana.

                                                    CANINANA  - Spilotes pullatus



         A caninana é uma cobra áglifa (sem dentes inoculadores de peçonha), portanto não é peçonhenta. Pertence a família dos Colubrídeos, seu comprimento médio é 2,5 metros,mas pode atingir 4 metros, tem o corpo com colorido pardo-amarelo e desenhos transversais escuros. Geralmente, foge quando avistada; mas se for necessário, usa como meios de defesa:  achatar o corpo lateralmente, inflando o pescoço para parecer maior e mais intimidadora, vibrar a cauda, fazer descargas cloacais e dar botes.
       Ela habita o Cerrado e a Mata Atlântica, tendo hábitos diurnos, é arborícola, sendo extremamente ágil sobre a vegetação rasteira quanto nos galhos das árvores, mas também pode ser encontrada nadando ou rastejando pelo chão, onde caça. Alimenta-se de roedores arborícolas e pequenas aves. É ovípara, colocando entre 15 e 18 ovos com nascimento previsto para o início da estação chuvosa.
       A destruição de seu habitat configura hoje uma grande ameaça à sua sobrevivência.