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21 de maio de 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS


Sugestões: 

# Pode-se fazer um trabalho interdisciplinar entre Ciências, Língua Portuguesa e Arte: leitura, interpretação, exploração ortográfica do texto, dramatização e exploração de conteúdos de Ciências.

# Conteúdos de Ciências: Reprodução Animal, Insetos, Dimorfismo sexual entre animais, Vertebrados e Invertebrados, Artrópodes, Ecdise, Ciclo de Vida, Função Biológica-hábitat e nicho ecológico de cada animal.

7 de abril de 2013

PLANO DE AULA: CULINÁRIA BRASILEIRA - UMA LIÇÃO APETITOSA


Conteúdos específicos: Expansão colonial européia, culinária e cultura afro-brasileira.

Objetivos: Perceber o intercâmbio de espécies vegetais e animais nos domínios portugueses.

Ano:
8º e 9º anos

Tempo estimado: Duas aulas de 50 minutos


Desenvolvimento:

1ª aula 

1 - Peça que os estudantes citem algumas frutas tipicamente brasileiras. Entre os itens mencionados por eles, provavelmente estarão bananas, mangas, jacas, cocos, cajus e maracujás. 

2 - Leitura e análise do texto (reportagem): 

A invenção do Brasil

       A história oficial nos fez acreditar que os portugueses, ao desembarcar no Brasil, encontraram um Éden terrestre, pleno de florestas intocadas, fauna abundante, praias paradisíacas. Um lugar onde bons selvagens reinariam em plena sintonia com a natureza. Será mesmo? Hoje, mais de 500 anos depois, a releitura científica das paisagens brasileiras derruba essa visão mítica. A exuberância da mata Atlântica certamente deslumbrou os portugueses e, depois deles, muitos outros europeus, viajantes acostumados às florestas temperadas abertas e à vegetação de baixo porte do Mediterrâneo. Porém existem indícios de que os ecossistemas já se encontravam muito alterados em 1500. A fauna buscava um novo equilíbrio depois de uma extinção maciça e sofria os impactos da caça, de queimadas e das alterações recentes em seu habitat  E os primitivos povoadores de bons selvagens talvez tivessem só o aspecto, se tanto, pois há mais de 10 mil anos exerciam pressões sobre a natureza e disputavam entre si seus recursos, em guerras tão sangrentas quanto as do Velho Mundo, com vencedores e subjugados, domínios e dominados. 

     Cerca de 2,5 mil anos antes da chegada dos portugueses, a maioria das terras do Brasil ainda não estava nas mãos dos indígenas aqui encontrados no Descobrimento. Seus ocupantes eram outros grupos humanos. E os antecessores deles eram outros ainda, numa cadeia de sucessivas ocupações que nos faz supor muitos conflitos. Em Taima-Taima, na Venezuela, há indícios da presença humana há cerca de 15 mil anos. No Brasil, o sítio de Pedra Pintada, no Pará, indica uma ocupação de 11,3 mil anos atrás. A Amazônia e a mata Atlântica só poderiam ser consideradas intactas até antes da chegada dessas populações humanas. Com elas, o espaço natural do Brasil passou a ser uma natureza humanizada, um território social de pelo menos 10 mil anos.

     É um paradoxo: a região aparentemente mais preservada do Brasil é aquela onde o homem vive há mais tempo e de forma permanente. Há mais de 400 gerações, e para alguns autores há mais de 2 mil, diversos grupos humanos ocupam, disputam, exploram e transformam os territórios amazônicos. Os caçadores-coletores nômades se espalharam na Amazônia desde o fim do Pleistoceno, estabelecendo sua soberania sem contestação ou conflitos. Não havia nenhum povo para subjugar. Apesar da aparente diluição dos humanos em meio às florestas, no auge dessa fase, estima-se que existiam mais de 300 mil caçadores-coletores na Amazônia.

     Ao longo dos milênios, esses povos transformaram as florestas e, de certa forma, co-evoluíram. Seu conhecimento sobre os usos das plantas os levou a favorecer algumas. Frutos coletados eram enterrados, escondidos e disseminados. A distribuição e a densidade dos castanhais no Pará parece ter origem no cuidadoso e permanente trabalho de seleção e disseminação dessa árvore. Não foi um capricho da natureza que decidiu criar castanhais nesse estado.

     Na chegada dos europeus, os territórios amazônicos já haviam sido conquistados pelos movimentos de expansão dos povos tupis-guaranis, aruaques e caribes, principalmente. No ano 1000, a Amazônia atingira uma das maiores densidades demográficas da época, com uma população que superava o milhão de habitantes, com ampla diversidade étnica e cultural. A antropofagia marcava as endêmicas guerras inter-étnicas. A maioria dos povos antecessores dos atuais indígenas desapareceu diante dessa expansão, deixando muitos vestígios. Os sobreviventes foram absorvidos, adotaram a língua e a cultura das populações dominantes - que nunca constituíram um estado-nação, como ocorreu nos Andes. Hoje, os índios se situam em territórios distantes dessas áreas de grande população e são muito diferentes de seus antepassados de apenas 500 anos atrás.

     Com a presença dos humanos, a paisagem brasileira foi apresentada a um novo parceiro: o fogo. Seu uso sistemático para caçar favoreceu a extensão ou a manutenção dos cerrados em detrimento de áreas florestais. O mecanismo é simples. O fogo ateado pelos caçadores para acuar e dirigir a caça até determinados locais de captura se propaga e queima a borda da floresta. Árvores morrem, os capins progridem e proliferam no espaço aberto. Nos anos seguintes, o processo segue. Mais árvores morrem. Blocos de florestas acabam isolados no meio do cerrado e vão sumindo.

     Um pequeno grupo humano, graças ao fogo, é capaz de influenciar uma área enorme. O nomadismo dos caçadores-coletores espalhou esse fenômeno pelo Brasil. A ampliação dos cerrados em detrimento das florestas ainda segue seu curso em vários locais da Amazônia, promovido por culturas ameríndias bem posteriores, como os índios tiryiós ou parecis - a palavra caiapó, por exemplo, significa "que traz o fogo na mão" e designa uma tribo de índios incendiários.

     Essas áreas abertas foram escolhidas pelos povoadores europeus como locais privilegiados para a implantação de vilas e povoados. Seu aspecto permanece gravado no nome de regiões e municípios, como Campos do Jordão, São Bernardo do Campo, Campos de Piratininga (onde Nóbrega fundou São Paulo), São José dos Campos, Campinas, Campina Grande e outras. E ainda os chamados campos limpos, como Campo Limpo Paulista, Campo Limpo de Itararé, Capão Bonito e Capão Redondo. Mais tarde, o uso do fogo foi adotado por pecuaristas do Brasil como uma técnica eficiente para controlar carrapatos, limpar pastos, provocar uma rebrota dos capins antes da chegada das chuvas. Persiste até hoje.

     O fogo foi levado ao coração das florestas amazônica e atlântica pelos índios e se tornou um eficiente instrumento da agricultura. No fim da estação seca, eles derrubam a vegetação de uma faixa de floresta. Após a secagem natural, ateiam fogo. As cinzas fertilizam os solos. A técnica tupi da coivara permitia ciclos de culturas anuais, que se diversificaram ao longo dos séculos: milho, amendoim, abóboras, carás, cabaças, mandioca, batata-doce. Nenhum instrumento agrícola era requerido. O trabalho era totalmente manual.

     Em áreas abandonadas, a regeneração seguia o curso natural: de cultura abandonada para capoeira para floresta secundária para mata. É assim até hoje. Mas o processo final de regeneração florestal é muito lento. Com o aumento das populações indígenas e a evolução das técnicas agrícolas, as áreas cultivadas se tornaram menos errantes. Na toponímia tupi, retomada de relatos do século 16, principalmente dos jesuítas, há raras menções de matas virgens ou primárias em palavras como caaguassu (grandes florestas), caaobi (matos verdadeiros, primitivos) e caxangá (mata extensa). Todavia, há uma enorme diversidade de palavras retratando padrões de vegetação originados pelos desmatamentos, pelo retalhamento das florestas e pelo uso do fogo. Muitos desses termos são nomes de bairros e cidades no Brasil: caapuera ("roça que já foi", como no paradoxal parque do Ibirá-puera), caucaia ("mato queimado" ou "incêndio da mata"), catumbi ("beira da mata"), caatanduva ("mato ralo e áspero"), capitiba ("capinzal"), capixaba ("roçado preparado para plantio"), cairussu ("queimada", incêndio), caité ("mato não crescido", em formação), cajuru ("entrada da mata").

    Diferentemente do tardio povoamento da América do Norte, que evitou os indígenas e as regiões costeiras, os portugueses se integraram aos aldeamentos tribais. No litoral, os índios concentravam seus cultivos em manchas férteis nos estuários de rios, terras de restinga e várzeas, podendo combinar coleta de crustáceos em mangues com a agricultura, coleta de frutas com a caça. É nesses locais que os portugueses, náufragos e povoadores, se instalaram. Aldeias não faltavam.

     Em 1508, Diogo Alvares Correia, o Caramuru, vivia como um verdadeiro chefe indígena na baía de Todos os Santos - e de sua índia, Bartira. João Ramalho, naufragado em 1510, vivia em São Paulo nas alturas dos Campos de Piratininga, procriando com as índias. Desde 1526, os homens da expedição de Caboto haviam se instalado na vizinhança de aldeias, uma feitoria em Pernambuco. Em 1527, o navegador Diego Garcia já encontrou, vivendo no litoral paulista, náufragos portugueses e espanhóis: uma dezena de casas, uma torre de defesa e uma ilhota onde criavam porcos - por prudência, "para que não servissem de alimento às onças nem escapassem pelos matos", conforme descreveu. Ao chegar em São Vicente, em 22 de janeiro de 1532, é numa paisagem transformada que Martim Afonso de Souza dá início ao povoamento europeu do Brasil.

     No litoral, a densidade das populações indígenas era elevada. É estimada entre 4 e 5 habitantes por quilômetro quadrado e até de 9 por quilômetro quadrado. Cada aldeia tupi continha de 400 a 600 habitantes e controlava áreas de 50 a 100 quilômetros quadrados. Considerando a produtividade natural das terras, a simplicidade dos sistemas de cultivo, as perdas naturais com saúvas e outros predadores, a área cultivada por habitante devia exigir o desmate de 0,2 hectare de floresta primária por pessoa por ano. Nessa hipótese, todo o domínio tupi estaria sujeito à queimada e à técnica da coivara a cada 50 ou 60 anos. Segundo o pesquisador Warren Dean, "no curso de um milênio de ocupação, (os tupis) teriam queimado cada faixa pelo menos 19 vezes. Meio século representava um intervalo adequado para propiciar as condições necessárias ao equilíbrio da lavoura itinerante, mas não teria sido suficiente para restabelecer a floresta costeira em sua complexidade e diversidade originais".

     Existem indícios de que a fortificação e as disputas territoriais tenham criado áreas de um uso mais intensificado e outras mais preservadas, no limite dos territórios. A rede de "peabirus", os caminhos indígenas utilizados pelos exploradores e catequizadores portugueses, circulava entre as áreas mais ocupadas, marcadas por formações florestais secundárias.

     Os peabirus percorriam e conectavam as áreas de distribuição natural de psitacídeos, como papagaios, araras, jandaias e maracanãs, facilitando o acesso e a caça dessas aves. Elas eram transportadas vivas, por distâncias enormes, até o Pacífico, para servirem na confecção de cocares, tiaras, colares e outros adornos. Os mantos andinos feitos de papos de beija-flores, guarás ou tucanos atestam a intensidade da predação. Ainda hoje, a cultura indígena e suas tradições em arte plumária exigem a caça de aves e é objeto de sérias discussões entre indigenistas e ambientalistas.

    Se, antes dos portugueses, a história das florestas foi marcada pela caça, pelo uso do fogo e por desmatamentos, o povoamento europeu concentrou suas marcas em territórios menores. Mais impactados, com erradicações definitivas da vegetação natural, mas muito menores. A dramática redução das populações indígenas diminuiu a pressão sobre a mata Atlântica e contribuiu para a sua regeneração nos séculos 17 e 18, como há milênios não acontecia. A grande densidade de pau-brasil em determinados locais do litoral seria o resultado - e mais uma demonstração - da existência de matas secundárias, sintomáticas da degradação anterior da mata Atlântica. A riqueza e a diversidade florística das florestas preservadas não expõem a dominância de algumas espécies, como sucede nas formações secundárias, onde ocorria o pau-brasil.

     Na carta ao rei dom Manuel escrita por Pero Vaz de Caminha em 1500, ele afirma que ninguém era capaz de compreender a língua dos dois primeiros indígenas subidos a bordo da nau capitânia. Os portugueses mostraram-lhes então algumas coisas para ver suas reações. Diante do papagaio do capitão, não manifestaram surpresa. Segurando a ave com a mão, pareceram indicar que existiam muitas em suas terras. Um carneiro não lhes despertou a atenção, mas uma galinha - possivelmente cacarejando e se debatendo - assustou-os a ponto de fugirem do animal.

    Na Terra de Santa Cruz, parecia não haver agricultura nem pecuária. Os índios "não lavram, nem criam, nem há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem nenhum outro animal acostumado a viver com os homens". Na carta está também o registro do desapontamento pela inexistência de bens considerados essenciais. No início do século 16, não havia nada a esperar do Brasil no que se referia a ouro e prata nem a produtos elaborados, como seda, porcelanas, especiarias ou mesmo pérolas e corais.

    Quanto às necessidades básicas de alimentação, saúde e vestimenta, a terra não podia aguardar tanto pelas novidades. Durante séculos, os portugueses introduziram em terras brasileiras tudo aquilo de que sentiam falta ou pensavam ser de possível interesse. E também se casaram com índias e adotaram parte dos hábitos alimentares e do estilo de vida das populações locais, diferentemente do que ocorria na América do Norte. A introdução do cão doméstico foi talvez a mais ampla e difundida "tecnologia européia" junto aos indígenas. De guardiões de aldeias, sinalizando a aproximação de feras e inimigos, os cães se revelaram grandes auxiliares na caça. Apreciados, passaram a integrar as famílias, sendo aleitados nas mamas das índias como seus filhos.

    Com as espécies trazidas pelos portugueses, Europa, África e Ásia passaram a contribuir com a construção de uma nova paisagem brasileira. Um século e meio mais tarde, nos campos e jardins das aldeias e povoados, encontravam-se lado a lado plantas indígenas e uma infinidade de hortaliças, flores, árvores frutíferas, cereais e legumes vindos de todo o planeta.

     O processo de introdução de plantas exóticas começou na orla atlântica, com o plantio de coqueirais provenientes do oceano Índico. Não existe, no Brasil, a ocorrência de povoamentos naturais de coqueiros. A imagem dos coqueirais no litoral nordestino está tão incorporada à visão cultural das praias brasileiras que muitos tentam fazer do coqueiro uma árvore brasileira. Não é.

    Uma boa fonte de informação sobre as mudanças dos hábitos culturais dos colonizadores e das paisagens são os tratados de Pero de Magalhães Gândavo. Esse cronista foi o autor de uma das primeiras histórias do Brasil. Originário de Braga, Gândavo, após trabalhar na transcrição de documentos na Torre do Tombo, em Lisboa, foi nomeado provedor da Fazenda na Bahia, onde ficou de 1565 a 1570, além de visitar outras regiões do país. Nessa época, escreveu o Tratado da Província do Brasil e o Tratado da Terra do Brasil.

    Gândavo aponta mudanças culturais significativas dos portugueses, sobretudo no dormir e no comer: "Nestas partes do Brasil não semeiam trigo nem se dá outro mantimento algum deste Reino, o que lá se come em lugar de pão é farinha de pão. Esta se faz da raiz duma planta que se chama mandioca, a qual é como inhame. (...) Desta mesma mandioca fazem outra maneira de mantimentos, que se chamam beijus, são mui alvos e mais grossos que obreias, destes usam muito os moradores da terra porque são mais saborosos e de melhor digestão que a farinha."

      As frutas nativas já eram plantadas nos pomares e cultivadas em roças: "Uma fruta se dá nesta terra do Brasil muito saborosa, e mais prezada de quantas há. Cria-se numa planta humilde junto do chão, a qual tem umas pencas como cardo, a fruta dela nasce como alcachofras e parecem naturalmente pinhas, e são do mesmo tamanho, chamam-lhes ananases (...) Outra fruta se cria numas árvores grandes (...) depois de madura é muito amarela: são como peros repinaldos compridos, chamam-lhes cajus, têm muito sumo, e cria-se na ponta desta fruta de fora um caroço como castanha, e nasce diante da mesma fruta".

     E havia também, as frutas e hortaliças, nativas e exóticas, já bem conhecidas dos portugueses e nativos: "Algumas frutas deste Reino se dão nestas partes, muitos melões, pepinos e figos de muitas castas, romãs, muitas parreiras que dão uvas duas, três vezes no ano, e tanto que umas se acabam, começam logo outras novamente. E desta maneira nunca está o Brasil sem frutas. De limões e laranjas há muita infinidade".

     A razão do sucesso dessas introduções transcontinentais de espécies foi de natureza ecológica. Eram novas terras, semeadas por novas espécies. Transportadas sem suas principais pragas e doenças, em geral na forma de frutas e sementes, essas novas culturas - em que pese sua baixa diversidade genética devido ao pequeno número de indivíduos na origem - vão crescer melhor no Brasil do que em suas terras africanas, asiáticas e europeias  Da mesma forma que o cacau, a borracha e o abacaxi, originários das Américas, terão excelente desenvolvimento ao serem introduzidos na África, na Ásia e na Oceania, livres de parte das pragas e doenças que aqui os assolam.

     Os portugueses promoveram o aumento da biodiversidade das terras brasileiras com a introdução de muitas espécies vegetais: cana-de-açúcar, algodão, manga, bananas, carambola, melão, melancia, arroz, feijão, trigo, aveia, uva, coco, figo, fruta-pão, jaca, laranjas, limão, limas, tangerinas, tamarindo, café, cravo, canela, pimenta-do-reino, caqui, biribá, gengibre, romã, inhame, amoras, nozes, maçãs, peras, pêssegos, sapotis, pinhas, graviolas e uma infinidade de hortaliças, ervas medicinais e tubérculos. Essas árvores e plantas exóticas integram hoje a paisagem, os jardins, as cadeias produtivas e a culinária nacionais.

     A banana, um símbolo da nossa tropicalidade, é originária da Ásia - existem espécies selvagens na Nova Guiné, Indonésia e Filipinas. A expansão do Islã levou a fruta ao Mediterrâneo, de onde ela foi difundida na África. Nos séculos 15 e 16, os portugueses já mantinham bananais na ilha da Madeira e na costa ocidental africana - berço da palavra "banana", hoje usada em muitas línguas. Das ilhas São Tomé e Príncipe foram trazidas as primeiras mudas para o Brasil, onde é hoje a segunda fruta mais produzida.

   Os principais animais domésticos e de exploração pecuária dos brasileiros, até hoje, são todos importados: cães, gatos, galinhas, patos, gansos, bicho-da-seda, coelhos, bovinos, jumentos, burros, cavalos, ovinos e caprinos. A introdução do gado levará à proliferação de rebanhos de gado selvagem e também de onças e pumas. Existem descrições espantosas do caso feitas por jesuítas, principalmente os padres Sepp e Montoya: "Os tigres que se criam por aquelas terras são incontáveis, assim como o é a multidão de gado vacum silvestre, que se acha a seu dispor".

    Os achados biológicos do Brasil, de uso imediato, foram bem menores. Mas revolucionaram a dieta alimentar dos povoadores, dos escravos africanos e de outros povos. Portugueses e espanhóis levaram a outros continentes o milho, a batata, o tomate, a mandioca, o cacau, o caju, o amendoim, o abacaxi e o tabaco. A pimenta vermelha, domesticada pelos ameríndios há mais de 6 mil anos, se espalhou pelo mundo. Está de tal forma associada à cozinha asiática que um coreano, indiano ou tailandês não podem imaginá-la como sendo um condimento exótico.

    A batata mudou a alimentação dos europeus. Seu sucesso foi tamanho, a ponto de mudar completamente os hábitos alimentares, principalmente nos países da Europa do Norte. A chegada na Europa, no fim da década de 1840, de uma praga americana da batata - um fungo - foi tão devastadora que causou a morte por inanição de milhares de pessoas. Levou os irlandeses a migrarem em massa para os Estados Unidos - ou seja, foi por causa da América Latina, da batata e de suas pragas que os Kennedys terminaram por governar, um dia, aquele país. Assim como trouxeram doenças, os ibéricos também levaram novas enfermidades da América e dos índios à Europa e ao mundo, principalmente a sífilis.

    Hoje, a dieta do brasileiro se baseia em feijão, arroz, saladas, ovos, frango, macarrão, pão, biscoitos, carne bovina e suína. Todos produtos de origem exótica, introduzidos pelos portugueses. Entre as frutas mais consumidas estão laranjas e bananas, também introduzidas. Nas exportações brasileiras, destacam-se vegetais e animais importados pelos povoadores ou pelo comércio que estabeleceram e lhes sucedeu: açúcar, álcool, suco de laranja, algodão, café, soja, carne bovina, suína e de frango. Todos exóticos.

    Turistas têm o sentimento de usufruírem da vegetação tropical brasileira, extasiados diante da "natureza". Na realidade, desfrutam de uma paisagem criada pelo homem. Um exemplo é a narrativa do príncipe Maximiano de Wied Neuwied. Ele esteve no Brasil de 1815 a 1817 e fez a seguinte descrição: "O europeu, transplantado pela primeira vez para esse país equatorial, sente-se arrebatado pela beleza das produções naturais. As mais belas árvores crescem em todos os jardins; vêem-se aí mangueiras colossais, que dão uma sombra densa e um excelente fruto, os coqueiros de estipe alto e esguio, as bananeiras (...) e grande número de outras espalhadas por jardins. Esses soberbos vegetais tornam os passeios agradáveis; os bosques, que formam, oferecem à admiração dos estrangeiros..." Todos vegetais citados são exóticos. Estavam incorporados de tal forma à paisagem que pareciam compor, naturalmente, a identidade do Rio de Janeiro.

 Por Evaristo Eduardo de Miranda


  • Os alunos verificarão que apenas as duas últimas são nativas do nosso território. As bananeiras vieram da África, as mangueiras e jaqueiras, da Índia, e os coqueiros foram trazidos do litoral do Índico, depois de aclimatados nas ilhas de Cabo Verde. Paralelamente, muitos produtos americanos como milho, mandioca, tomate, tabaco, pimenta vermelha e cacau se difundiram pelo mundo. Encomende a elaboração de um mapa desse intercâmbio entre a América e os demais continentes, assinalando os principais produtos trazidos para cá e aqueles enviados para fora. 

3 - Que tal propor um exercício de redação? Destaque no texto a descrição que o cronista Pero de Magalhães Gandavo faz do caju. A seguir divida a classe em três grupos e encarregue cada um deles de escolher em segredo uma fruta e de descrevê-la, como se ela fosse vista pela primeira vez. No final, pela descrição do grupo, os demais alunos devem identificar a fruta selecionada. 

4 - Sugira que os alunos comparem, com base nas informações da revista, a destruição ambiental realizada pelos indígenas antes da colonização e pelos descendentes de europeus, desde o século XVI. Faça-os perceber que a exploração do território pelos luso-brasileiros com vistas ao mercado externo intensificou a derrubada da mata no litoral nordestino, substituída pelos canaviais, e aprofundaram práticas nocivas já existentes como as queimadas. 

2ª aula 

1 - Solicite que os jovens leiam o quadro "Brasileira naturalizada" deste plano de aula e executem a atividade nele prevista. Vai ser fácil identificar a origem de alguns ingredientes, como o azeite-de-dendê da cozinha baiana, proveniente da África. Outros vão exigir pesquisas mais aprofundadas. Lembre que o intercâmbio sempre teve mão dupla. Por exemplo, o caruru de Angola, além do quiabo e da abóbora de origem africana, contém tomate e mandioca, vegetais americanos. 

Brasileira naturalizada 


Examine com seus colegas os ingredientes de uma feijoada bem brasileira. Vocês vão perceber que apenas a farinha de mandioca tem origem local. Depois, façam o mesmo com outros pratos da culinária nacional. 

INGREDIENTES DA FEIJOADA
Laranja 
Trazida de Portugal, incorporou-se à feijoada brasileira mas está ausente nos outros países que fazem o prato.

Arroz 
Cereal de origem indiana, foi difundido pelos árabes na Europa durante a Idade Média e chegou ao Brasil no primeiro século da colonização. 

Couve 
Legume vindo de Portugal, está presente em vários pratos nacionais, com destaque para os da cozinha mineira. 

Carne de porco 
Os porcos e outros animais de criação chegaram ao Brasil com os colonizadores. E logo foram incorporados ao cardápio nativo. 

Carne-seca 
Originária do Nordeste brasileiro era colocada para secar ao sol em grandes postas. 

Feijão Trazido pelos lusitanos e popularizado por tropeiros, o feijão temperado com alho, toucinho e sal tornou-se a base da nossa cozinha. 

Mandioca A farinha de mandioca chegou a ser chamada de pão da terra e é muito consumida até hoje. Constitui-se na principal contribuição indígena à culinária brasileira.

Interdisciplinaridade com Ciências/Biologia:  

# Pesquisar as propriedades nutricionais de cada ingrediente (proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais) com suas respectivas funções no organismo humano.

# Elaborar um cartaz coletivo com a Receita da Feijoada, contendo imagens, curiosidades e a pesquisa nutricional dos ingredientes.


2 - Pergunte aos estudantes se algum deles já sentiu dificuldade para se adaptar a determinados pratos ou hábitos alimentares. Com base nas respostas, peça que examinem a seguinte questão: a imposição culinária seria uma forma de dominação? Ela continua existindo? Essa atividade pode ajudá-los a compreender melhor as dificuldades que enfrentaram, no Brasil, os africanos escravizados e os imigrantes europeus e asiáticos. 


3 - Leve os alunos a refletir sobre a prática cultural da alimentação. Coloque em discussão os seguintes itens: Quais são as preferências de nosso paladar? Que tabus alimentares temos? Que influências estariam determinando nosso cardápio e os rituais de alimentação? Qual é a origem étnica dos nossos pratos? Que fatores geográficos e culturais determinaram a eleição dos diferentes pratos típicos? Quais são as receitas familiares utilizadas em nossas casas? Até que ponto a indústria e a mídia influenciam nossas escolhas? 

  • Para orientar o debate, conte que, em termos da seleção dos alimentos, do preparo e dos temperos, a culinária nacional soma influências do índio, do português e do negro. No século XIX, quando imigrantes europeus de várias origens começaram a chegar ao Brasil, já existia um paladar bem brasileiro, desenvolvido a partir dessas três contribuições. O tropeiro, ao mesmo tempo comerciante e difusor cultural, teve um papel importante na manifestação desse sabor. Por onde passou com suas tropas de mulas, ele introduziu o gosto pelo feijão, temperado com alho, cebola, toucinho e sal, misturado com farinha de mandioca ou de milho. Assim, além de contribuir para a integração econômica das várias capitanias, o tropeiro representou o elemento unificador da dieta básica do século XVIII. Desse fundamento comum, surgiram as cozinhas regionais. Depois, no século XIX, ocorreram a europeização da culinária, com a vinda da corte lusa para o Brasil, e a difusão de novos hábitos trazidos pelos imigrantes. Hoje, os enlatados e o fast-food refletem a industrialização que muda as técnicas de cultivo, colheita, embalagem, conservação, distribuição e preparo dos alimentos. 


4 - Como última atividade, encarregue a turma de elaborar um mapa culinário brasileiro, destacando os principais itens da cozinha de cada região e suas respectivas origens. 



PLANO DE AULA: AMBIENTE E AÇÃO HUMANA NAS FLORESTAS

Objetivos:
- Identificar e comparar as causas do desmatamento nos seguintes biomas florestais brasileiros: Amazônia e Mata Atlântica. 
- Compreender a relação das populações tradicionais da Amazônia com o meio ambiente. 
- Desenvolver processos de coleta, seleção e organização de dados.
- Ler e interpretar informações cartográficas.

Conteúdos:
- Biomas florestais do Brasil: Amazônia e Mata Atlântica.
- Comunidades tradicionais da Amazônia.
- Extrativismo vegetal e desmatamento.
- Recursos naturais.
- Biodiversidade.

Anos: 6º e 7º anos

Tempo estimado:  Quatro aulas

Material necessário: Cópias do texto de apoio contido nesta sequência didática para todos os alunos, computador com datashow ou projetor para a reprodução das figuras 1, 2, 3 e 4. 

Introdução: Com o passar dos anos, a ação humana tem modificado os biomas brasileiros. Nossa faixa de Mata Atlântica, por exemplo, sofre com o desmatamento desde o descobrimento do país, em 1500. A exploração foi tão ferrenha que, atualmente, restam apenas 7 % da mata original. Isso desperta uma grande preocupação em relação à preservação da floresta Amazônica e, principalmente, em relação ao futuro das comunidades tradicionais que dela sobrevivem. Por isso, é muito importante conhecer as causas do desmatamento e refletir sobre formas alternativas adotadas pelos povos tradicionais para sobreviver, preservar suas tradições e proteger a floresta. É sobre a ação humana sobre a natureza que vamos falar na sequência a seguir.

Desenvolvimento:

1ª aula

1 - Inicie a aula contando aos alunos que nos próximos três encontros vocês falarão sobre a relação entre sociedade e natureza. Comece questionando a turma sobre os tipos de interação que os homens podem ter com a natureza em diferentes contextos sociais, econômicos e geográficos. 

2 - Para sensibilizar a turma sobre o tema e identificar seus conhecimentos prévios sobre as formas de exploração das florestas brasileiras, organize a sala para uma roda de conversa e apresente a imagem abaixo (figura 1), de uma área desmatada ou queimada. Em seguida, lance as seguintes questões: que sensações a imagem desperta? Quais são os motivos para o desmatamento? Pergunte, ainda, se a turma sabe quais são as florestas que mais sofrem com essa ameaça no Brasil e que tipo de vegetação existe nesses lugares.

3 - Após investigar o que a turma já sabe sobre o desmatamento, acrescente algumas informações a respeito de nossos principais biomas florestais: Amazônia e Mata Atlântica.

  • Destaque a importância desses biomas para a manutenção da biodiversidade, ressaltando que o conjunto desses biomas corresponde à maior biodiversidade do planeta. Esclareça que a biodiversidade está relacionada à variedade de formas de vida do planeta e que é essa diversidade de vida que mantém o equilíbrio dos ecossistemas, além de representar uma importante fonte de pesquisa para a descoberta de novos produtos e medicamentos. Porém, as queimadas e o desmatamento são responsáveis pelo desaparecimento de um grande número de espécies, muitas delas extintas antes que possam ser estudadas.

  • Comente que a Mata Atlântica avança do Rio Grande do Sul até o estado do Piauí, apresentando inúmeras paisagens, pois, está presente em diferentes formas de relevo, de solo e de clima. Enfatize a importância que este bioma desempenha na proteção dos recursos hídricos, que são responsáveis pelo abastecimento de água das maiores cidades brasileiras. Apesar da extrema importância da Mata Atlântica, lembre que aproximadamente 93% de sua formação original já foi devastada.

  • Conte à turma que o bioma amazônico corresponde a aproximadamente 50% do território nacional e é constituído, principalmente, por uma floresta tropical que desempenha papel fundamental na manutenção do clima do planeta. Essa imensa cobertura vegetal vem sofrendo sérios problemas ambientais decorrentes das queimadas e do desmatamento. Mais de 15% de sua área original já foi devastada.
  • Depois de fornecer essas informações para a classe, questione se os alunos sabem quais são as principais causas do desmatamento na Amazônia. É provável que eles apontem as madeireiras como as principais devastadoras da região. Explique que o desmatamento ilegal e predatório praticado por madeireiras é um dos principais fatores, mas não é o único. Há também fazendeiros que provocam queimadas na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). Estes dois problemas preocupam cientistas e ambientalistas do mundo todo, pois em pouco tempo, podem provocar um grande desequilíbrio no ecossistema da região, colocando a sobrevivência da floresta em risco.
  • Relembre os dados sobre desmatamento nos dois biomas: Amazônia - 16% e Mata Atlântica - 93%. Questione, então, os alunos sobre as causas que levaram a números tão diferentes nos dois biomas e proponha uma leitura inicial dos mapas que apontam as áreas desmatadas da Mata Atlântica (figura 2) e a densidade demográfica da região originalmente ocupada pelo bioma (figura 3).




4 - Explique as legendas dos mapas e proponha aos estudantes um exercício de representação gráfica. Peça que eles, em uma folha de papel vegetal, copiem o contorno do mapa do Brasil e em seguida copiem o contorno da área que correspondia à floresta da Mata Atlântica em 1500, sobrepondo-a ao mapa de densidade demográfica. O que os estudantes perceberam?

5 - Solicite que registrem a comparação entre os dois mapas no caderno e, em seguida, compartilhem suas observações com os colegas. É esperado que os alunos percebam que a relação entre densidade demográfica e desmatamento é diretamente proporcional.

2ª aula 

1 - Texto:

Entenda o desmatamento

      Desmatamento é uma ação humana que visa à retirada da vegetação nativa de uma determinada área, com o objetivo de aproveitar a madeira e, em seguida, utilizar a área desmatada para o uso do solo. Infelizmente, essa prática é recorrente em todos os biomas brasileiros (Cerrado, Caatinga, Campos, Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia), em maior ou menor grau de intensidade.
     A vegetação nativa é retirada, por meio do corte ou das queimadas, para a ocupação de áreas destinadas à implantação de atividades agropecuárias, de assentamentos rurais, ou para a expansão urbana.
      Trata-se de uma prática antiga, que ocorre no Brasil desde o período do descobrimento, mas que se intensificou após a industrialização do país. Os ciclos econômicos, a expansão da agricultura, da pecuária e o crescimento urbano estão entre os principais motivos que levaram ao aumento das áreas desmatadas, principalmente as áreas de floresta, como a Amazônia e a Mata Atlântica.
       Dentre as principais causas do desmatamento na Amazônia temos:
- O crescimento do processo de ocupação humana a partir dos anos de 1960.
- A abertura de estradas e a implantação de grandes projetos de exploração extrativista e de assentamentos rurais.
- A exploração madeireira de forma seletiva, na qual são retiradas todas as árvores com valor comercial.
- As queimadas para expansão da agricultura e principalmente da pecuária.
Em relação à Mata Atlântica, os principais motivos para o desmatamento são:
- Os ciclos da cana-de-açúcar e do café, que estimularam o desmatamento no Nordeste e Sudeste do Brasil.
- O desenvolvimento industrial e econômico no sudeste.
- O crescimento do processo de urbanização nessa região.
- A construção de grandes obras de infraestrutura (como estradas, portos e hidrelétricas).

FONTE: adaptado do texto Desmatamento, de Arnaldo Carneiro Filho e Nilo D’Avila em Almanaque Brasil Socioambiental (ISA).


 2 - Agora que os alunos já se apropriaram do tema desta aula - o desmatamento, sugira que, em grupos, eles elaborem um quadro comparativo com as causas da devastação nos dois biomas analisados desde a primeira aula desta sequência (conforme o modelo no quadro abaixo).

Origens e consequências do desmatamento na Amazônia
Origens e consequências do desmatamento na Mata Atlântica
Implantação de grandes projetos de exploração extrativista
Desenvolvimento industrial e econômico no Sudeste





3 - Em seguida, organize uma roda de conversa para que os estudantes compartilhem os resultados e discutam o assunto. Você pode fazer o registro das informações debatidas pela turma no quadro negro.

4 - Para estimular ainda mais a discussão e depois de concluir o quadro comparativo sobre o desmatamento nos dois biomas, mostre o cartum abaixo (figura 4) e peça para que os alunos o observem durante alguns instantes. Comente que os cartuns estão presentes em jornais, revistas e podem abordar temas polêmicos. Assim como um texto, eles trazem informações, servem para comentar fatos e expressar mensagens.


  • Pergunte aos estudantes o que eles conseguem deduzir com base no cartum. Algumas perguntas para orientar a análise são: quem eles imaginam que seja o personagem? Como é sua vestimenta? Qual a sua fisionomia? E o cenário? Como são os objetos? Há algum exagero na figura? É possível identificar o lugar, a época e as condições de vida do personagem? Que tema serviu como base para o cartum? Refere-se a um assunto da atualidade ou não? Há alguma crítica incutida? Se sim, a quem ou a que se refere? Que elementos as imagens fornecem para discutir esse problema?
  • Espera-se que os alunos compreendam que o atual modelo de exploração das florestas, baseado no corte ilegal de árvores, tem causado sérios danos ambientais, além da perda da biodiversidade.
  • Com base nas opiniões dos alunos sugira uma última questão para debate: o que o grupo propõe como soluções para resolver o problema apresentado? Depois de ouvir os estudantes, diga a eles que na próxima aula vocês irão discutir formas de exploração das florestas que não levam à devastação.
3ª aula

 1 - Retome o cartum apresentado na aula passada e explique para a turma que é preciso aprofundar os conhecimentos sobre alguns temas, para que tenhamos mais argumentos para responder às questões: a exploração ilegal de madeira é a única forma de utilização comercial dos recursos das florestas? Existem outras formas de exploração não levam à devastação de nossos principais biomas?

2 - Divida a turma em grupos de três ou quatro alunos e proponha que cada grupo escolha um tema, dentre os listados abaixo, para pesquisar em casa e elaborar painéis para um seminário que deverá ser apresentado na próxima aula. Explique que os grupos deverão pesquisar a origem da espécie explorada, identificar a região onde ocorre maior exploração e os grupos que as coletam (são grandes grupos empresariais ou comunidades tradicionais?), apresentar quais os usos comerciais das espécies investigadas (indústria alimentícia, de cosméticos etc.) e suas formas de manejo. 
  • Oriente a turma a montar painéis com textos, fotos, mapas, tabelas e gráficos.

Castanha do Brasil ou castanha do Pará
Açaí
Seringueira
Babaçu
Andiroba
Cupuaçu
  • Para orientar o trabalho, sugira que a pesquisa seja realizada em fontes confiáveis, conforme os exemplos abaixo:


1 - Reserve essa aula para a apresentação dos seminários. Peça para que os grupos explorem os conteúdos dos painéis durante a apresentação. Estabeleça um tempo de 10 minutos para cada grupo expor o seu trabalho, faça anotações dos pontos importantes e comente quando julgar necessário. No final, retome as perguntas que guiaram o trabalho de pesquisa na aula anterior (A exploração ilegal de madeira é a única forma de utilização comercial dos recursos das florestas? Existem outras formas de exploração não levam à devastação de nossos principais biomas?) e proponha um debate de encerramento com toda a turma sobre como deve ser a ação humana em áreas de florestas.
  • Espera-se que ao final os alunos compreendam que é possível explorar as florestas de forma sustentável, garantindo assim, a sobrevivência dos povos da floresta e a preservação ambiental.

Avaliação: Leve em conta os objetivos definidos inicialmente. Com base na participação dos alunos e nos seminários apresentados, verifique se houve entendimento sobre as causas do desmatamento nos biomas florestais brasileiros e sobre a relação das populações tradicionais da Amazônia com a biodiversidade. Identifique se os alunos entenderam os diversos usos que o homem faz da floresta e quais são suas consequências. Caso considere necessário, retome os conceitos que ainda não estiverem completamente claros para os alunos.

Fonte: Planeta Sustentável