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16 de março de 2020

COMO ABORDAR CORONAVÍRUS E OUTROS VÍRUS COM A TURMA?

O novo coronavírus (2019-nCoV), até então desconhecido, chamou atenção do mundo já na primeira semana de 2020 pelo alto número de casos. Além da abordagem de saúde pública que pode render discussões para a comunidade escolar, o tema pode ser tópico para desenvolver habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em Ciências, Língua Portuguesa, Matemática, História e Geografia. “É o tipo de conteúdo que dá para ser abordado em todas as séries. Ele é relevante e pode ser facilmente trabalhado de forma interdisciplinar”, afirma a professora Maria Cristina Muñoz, da EM Coronel Ladislau Leme, em Bragança de Paulista (SP), e membro do Time de Autores de NOVA ESCOLA. 


O grupo viral do coronavírus

Conhecidos desde os anos 1960, o grupo viral do coronavírus inclui doenças como a Sars e a Mers. Relembre e compare as epidemias:



Ao fim do mês de janeiro, o novo viral da família coronavírus já tinha mais de 8 mil casos registrados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maior parte está localizada na China, mas 18 países já registram infecções pelo novo coronavírus, que é disseminado de pessoa para pessoa e causa infecções respiratórias leves a moderadas que podem levar à morte. Até o final de janeiro, o número de vítimas do novo grupo viral (360 pessoas) já superou a do Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave), que entre 2002 e 2003 levou 349 pessoas a óbito.


Sugestões de como trabalhar o tema com a sua turma

Em Geografia, a partir de mapas que indiquem os países contaminados pelo coronavírus é possível construir análises sobre a transmissão de epidemias. Comparações, por exemplo, entre a disseminação de vírus em épocas passadas e hoje, com o desenvolvimento dos transportes e a possibilidade de que o vírus atravesse o mundo em um curto espaço de tempo, são uma opção. Para quem busca informações atualizadas sobre os países, números de infectados, mortos e sobreviventes pelo coronavírus, a Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, criou um mapa dinâmico com esses dados (em inglês). Clique aqui para acessar. Sites como o Infogram e o próprio Excel permitem criar gráficos de mapas.

Além disso, a pesquisa de outras epidemias que ganharam o mundo no passado pode ser uma atividade associada ao componente curricular de História, enquanto os mesmos dados rendem análise de dados estatísticos em textos, tabelas e gráficos em Matemática.

Em Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira, é possível aproveitar para debater o efeito das fake news; explorar a busca de informações e dados, argumentos e outras referências em fontes confiáveis; e a produção de textos que colaborem para a construção de habilidades listadas na Base Nacional Comum Curricular.

As competências gerais da BNCC também devem ser contempladas nessas atividades. O pensamento científico, o autocuidado e a responsabilidade social podem ser abordados dentro da prevenção do coronavírus e outras doenças virais. “O professor tem 40 alunos em uma sala de aula, então é preciso trabalhar com esses estudantes suas atitudes e hábitos”, diz Leandro Holanda, mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e autor do curso de NOVA ESCOLA “STEM: Estratégias para aplicar nas aulas de Ciências”.

As recomendações oferecidas pela OMS são básicas e servem para prevenir a transmissão de infecções respiratórias agudas. Lavar as mãos sempre, cobrir nariz e boca ao tossir, manter os ambientes ventilados e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença são algumas das medidas. Como as atividades de higiene são mais frequentes na Educação Infantil, o professor desta etapa pode aproveitar esses momentos para conversar com os pequenos sobre seus hábitos e os cuidados a serem tomados.



Cuidar e ensinar são indissociáveis na Educação Infantil 

A professora Karina Rizek, autora do curso “Rotina das crianças: momentos de higiene”, aponta que ao levar as crianças para lavar as mãos, atividade feita frequentemente durante o dia, é possível contemplar quatro campos de experiência previstos na BNCC: 

- Eu, o outro e o nós; 
- Corpo, gestos e movimentos;
- Escuta, fala, pensamento e imaginação
- Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações 

“É importante entender que esse momento de higiene e alimentação é um momento de garantia da aprendizagem, para que assim, a gente possa olhar para os objetivos de aprendizagem e os campos de experiências com cunho pedagógico”, afirma Karina. Saiba também como aplicar os objetivos de aprendizagens com os pequenos aqui!


Outra oportunidade é transformar o assunto em uma sequência de aulas maior e falar também sobre a questão da vacina, o movimento antivacina e as consequências disso para doenças que já são erradicadas, isso está previsto na habilidade 10 de Ciências para o 7º ano. “Pesquisadores já disseram que estão produzindo uma vacina contra o coronavírus, então dá para utilizar esse tema também”, afirma Holanda. 




O que a BNCC prevê?

Tanto no Ensino Fundamental 1, como no 2, a Base propõe trabalhar habilidades em temas como saúde pública e transmissão de microrganismos (como os vírus). No 7º ano, por exemplo, é possível expor as questões de saneamento básico e políticas públicas destinadas à saúde.



Precisando de uma inspiração para tirar essa aula do papel? Confira nossos planos de aula sobre o tema alinhados à BNCC:



O objetivo dessa sequência didática é trabalhar com os alunos as formas de transmissão de alguns microrganismos e as medidas de prevenção. Veja todos os planos de aula que integram a sequência: 




Voltado para alunos do 7º ano, o material trabalha a importância da vacinação para imunização contra os vírus e usa diferentes tipos de análises para levar o tema para sala de aula. Confira abaixo os planos que compõem a sequência didática:




Explicando sobre fake news



Fonte: Nova Escola

VÍRUS: CONHECENDO E PREVENINDO DOENÇAS PROVOCADAS POR VÍRUS

Conteúdos:
Doenças causadas por vírus: contágio e prevenção

Objetivos:
  • Identificar as principais doenças provocadas por vírus.
  • Compreender os mecanismos de prevenção de algumas doenças provocadas por vírus.


1ª Etapa: Obtendo informações

a) Assista com seus alunos o vídeo “Vírus: inimigos da humanidade”, produzido pela Discovery Chanel. O vídeo apresenta algumas informações sobre as características dos vírus, algumas doenças provocadas por esses seres e o histórico sobre o desenvolvimento das vacinas. Está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=lDSAUlUkJ4k.

Oriente os alunos que, após assistirem ao vídeo, irão responder algumas questões.


b) Providencie cópias ou redija na lousa as seguintes questões sobre o vídeo assistido:

1) Qual a origem da palavra vírus?

2) Quais os tipos de doenças provocadas por vírus citadas no vídeo?

3) Qual o tipo de instrumento que permite a observação dos vírus, já que estes são seres minúsculos?

4) Por que os vírus não podem se reproduzir sem atacar uma célula?

5) Qual é a origem das vacinas?

6) Divida a turma em grupos de no máximo 4 alunos, distribua as cópias (ou peça a cópia da lousa) e solicite que discutam e respondam às questões.




2ª Etapa: Socializando informações
Com a turma reunida, corrija a atividade da etapa anterior, solicitando a cada grupo que apresente os resultados da discussão. 


3ª Etapa: Navegando na internet em busca de informações
No laboratório de informática, solicite que cada grupo, formado na 1ª. etapa, pesquise sobre as doenças provocadas por vírus. Cada grupo deverá pesquisar os seguintes itens para 5 doenças:

1) Nome da doença

2) Formas de contágio

3) Medidas de prevenção

Oriente os alunos a obter essas informações em sites confiáveis da internet. Indique os sites sugeridos no item 3 do tópico “Para saber mais…”. Cada grupo deverá entregar um relatório sobre a pesquisa realizada. OBS: A 4ª. etapa só deverá ser desenvolvida após a correção dos relatórios e devolutivas aos alunos.


4ª Etapa: Trabalhando com esquetes
a) Com a turma reunida, explique, em linhas gerais, o que é uma esquete. Esquete é uma peça de curta duração, geralmente de caráter cômico, produzida para teatro, cinema, rádio ou televisão. O termo em Inglês com o mesmo significado é “sketch”.Cada esquete tem cerca de 10 minutos de duração. Os atores ou comediantes possuem forte capacidade de improvisação. Os temas para os esquetes são variados, mas geralmente incluem paródias sobre política, cultura e sociedade. (http://www.significados.com.br/esquete/). Assista com os alunos ao vídeo indicado no item 4 do tópico “Para saber mais….” que é um exemplo de esquete.


b) Solicite a cada grupo, formado na 1ª. etapa, a escolha de um dos vírus pesquisados na 3ª. etapa e a elaboração de uma esquete que deve ter como principal objetivo informar as pessoas, de uma forma engraçada, as principais formas de prevenção do vírus escolhido.Oriente os alunos que cada esquete deverá ter, no máximo, 3 minutos.





5ª Etapa: Apresentação das esquetes
Essa etapa está reservada para a apresentação das esquetes elaboradas pelos grupos. Reserve alguns minutos para fazer a devolutiva (avaliação) das esquetes elaboradas por cada grupo. 


PARA SABER MAIS...

1) O vídeo “Vírus: inimigos da humanidade” parte 1, produzido pela Discovery Chanel apresenta algumas informações sobre as características dos vírus, algumas doenças provocadas por esses seres e o histórico sobre o desenvolvimento das vacinas. Está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=lDSAUlUkJ4k.

2) Para obter maiores informações sobre as características dos vírus e as principais doenças causadas por esses seres acesse o link (OBS: O link demora para carregar).http://www.edicoessm.com.br/backend/public/recursos/Biologia_SP_capitulo.pdf

3) Sugestões de sites para a pesquisa sobre as doenças causadas por vírus: http://ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=13 e http://eveh.tripod.com/virus.html

4) Um exemplo de esquete humorística pode ser encontrada no link https://www.youtube.com/watch?v=1uBOlroAmRY&feature=related.



CORONAVÍRUS: QUAL O TAMANHO DESSA AMEAÇA?

Para quem é útil: Turmas de 6º e 7º ano, professores de Ciências e gestores escolares

Qual o objetivo: Compreender, a partir da recente epidemia que começou na China, o que é um vírus e quais medidas de prevenção de doenças virais podem ser adotada nas escolas.

Habilidade da BNCC: EF07CI08, EF07CI09


     Com a abundância de fotos, vídeos e artigos sobre a epidemia, é possível propôr uma atividade de pesquisa para apresentar o mundo dos vírus à turma.


Material: notícias, gráficos com números atualizados, fotos da China, artigos acadêmicos e o pôster de NOVA ESCOLA que faz parte desta caixa, com o infográfico que mostra em detalhes o coronavírus (para baixar o material, clique aqui)

Espaço: agrupe as carteiras para grupos de dois ou três estudantes, de acordo com o número total da sala. 

PASSO A PASSO:

1. Escolha os materiais: antes de levar para sala de aula, é importante pensar quais são os materiais mais interessantes para entregar para turma. Quais notícias e com quais enfoques são mais relevantes para os seus alunos? Na hora das fotos, pense naquelas que podem mostrar a realidade da China, por exemplo, como de hospitais. Leve também o pôster produzido por NOVA ESCOLA (você pode imprimir várias cópias ou mesmo exibi-lo na tela de um computador ou com um projetor).




2. Comece a aula com um panorama geral: não comece falando só do coronavírus, nem cause preocupação e alarde com a turma. Desta forma, você dá uma maior abertura para tratar dos vírus de maneira geral. Puxe o assunto perguntando aos alunos se eles têm acompanhado o noticiário e levante as informações que a turma já possui. 


3. Apresente a situação da epidemia: mostre os dados sobre contágio e taxa de mortalidade do novo coronavírus e conte sobre como o Brasil está situado no cenário atual. Para isso, você pode levar fotos de hospitais da China e de pessoas usando máscaras, além de selecionar informações na lista de fontes confiáveis criada por NOVA ESCOLA.


4. Levante as dúvidas: depois dessa apresentação inicial, divida a turma em grupos de 2 ou 3 alunos e peça para que eles escrevam todas suas dúvidas em relação ao coronavírus e a situação atual da epidemia.


5. Proponha a pesquisa: peça para que os grupos selecionem duas perguntas e pesquisem as respostas em casa, na biblioteca, na sala de informática ou mesmo utilizando o celular.


ATENÇÃO: nesse momento, você precisa orientar o trabalho do aluno, recomendando fontes oficiais e alertando-o em relação às fake news. A lista de fontes selecionadas por NOVA ESCOLA pode ser compartilhada com a turma e usada como ponto de partida da pesquisa.


6. Crie um espaço de troca: a partir das informações encontradas, faça uma roda com os alunos, onde cada um pode compartilhar o que encontrou e levantar os pontos que gostaria de aprofundar. Garanta que os alunos registrem os principais aprendizados compartilhados pelos grupos, tanto em relação ao vírus como aos procedimentos de pesquisa. Além disso, vale a pena ficar atento ao que os estudantes dizem e, se for o caso, compartilhar as suas observações com outros professores.  Por exemplo, se surgirem comentários xenófobos sobre os chineses, seria interessante a ajuda da professora de História e desenvolver um planejamento conjunto para tratar dessa questão específica.




Fontes seguras para ficar longe das fake news

Sites, livros e filmes para entender tudo sobre o universo dos vírus



VÍDEOS

Drauzio Varella: Devo me preocupar com o coronavírus?


O médico, considerado uma referência no jornalismo sobre saúde e qualidade de vida, divulgou no YouTube um vídeo sobre a epidemia. O canal, aliás, é uma ótima fonte de informação para vários outros assuntos relacionados à saúde.




SITES

Coronavírus e novo coronavírus: o que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção


O Ministério da Saúde criou uma página com as principais perguntas e respostas sobre o tema. A página também é atualizada constantemente com os números atualizados de casos suspeitos e as medidas que o governo está tomando para impedir a disseminação do vírus no Brasil. 



Organização Mundial da Saúde


A Organização Mundial da Saúde (OMS) é o principal órgão que trata sobre as questões de saúde do mundo. Em seu site, por exemplo, todos os dias são publicados os boletins epidemiológicos sobre o coronavírus e outras doenças. Todas as informações são atualizadas diariamente. 



Fiocruz


Reconhecida por sua grande contribuição em pesquisa e desenvolvimento de vacinas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é uma ótima fonte para assuntos relacionados à saúde.



Postal de Busca da USP


O Portal de Busca Integrada é um acervo da Universidade de São Paulo (USP) que reúne diversos materiais: desde acervos físicos a estudos feitos por pesquisadores da instituição. 




LIVROS

A virologia no Estado do Rio de Janeiro: uma visão global, de Hermann Schatzmayr e Maulori Cabral
Nessa obra, Hermann, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e Maulori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentam os impactos da gripe espanhola no Rio de Janeiro, a maior pandemia causada pelo vírus Influenza no Brasil.



Epidemias no Brasil Uma Abordagem Biológica e Social, de Rodolpho Telarolli Júnior
O professor universitário e médico traz em seu livro um histórico e explicações das principais doenças transmissíveis do Brasil. A produção leva o leitor a estudar sobre os problemas de saúde do país. 




FILMES

Vírus letal, 2012, Hong Kong - 122 min
O longa conta a corrida de um ex-agente da Comissão Internacional de Doenças que rouba uma cópia do vírus da varíola da Jordânia para transformá-lo em uma arma biológica.



Contágio, 2011, EUA/Emirados Árabes - 102 min
Depois de quase uma década de seu lançamento, o filme voltou a ganhar destaque após a divulgação do novo coronavírus. A obra cinematográfica mostra a rápida disseminação de um vírus letal, transmitido pelo ar e que mata em poucos dias. 



A gripe, 2013, Coreia do Sul - 117 min
É a história de uma cidade que mergulhou no caos por causa de um vírus desconhecido. A população não se previne e depois de algumas semanas, centenas de pessoas apresentam os sintomas. O filme também mostra a busca de um médico para realizar a vacina que irá combater o vírus.



93 dias, 2016, Nigéria - 118 min
Baseado em fatos reais, o filme mostra a corrida da comunidade médica para impedir o aumento do surto de Ebola. Se você não se lembra, teve uma epidemia do vírus em dezembro de 2013 na África Ocidental.



Pandemia, 2020, EUA - 6 episódios de 50 min
A série documental de seis episódios retrata o trabalho de médicos e cientistas contra um vírus da gripe. Pandemia discute sobre o movimento antivacina e suas consequências.



Fonte: Site Nova Escola

22 de setembro de 2013

O INFLUENZA DA TEMPORADA

Como são descobertas as linhagens do vírus que compõe as campanhas de vacinação

Por Rodrigo Mendes, professor de Biologia do Colégio Móbile — publicado na edição 78 da Revista Carta na Escola, de agosto de 2013
O corpo fica febril, a garganta dói e as crises de tosse são constantes. Ao que tudo indica, seu corpo foi tomado por vírus e você está gripado. Na maior parte das vezes, o seu corpo consegue destruir a legião de vírus que invadiu suas células e, nelas, se reproduz.

No entanto, em alguns casos, seu sistema imunológico pode não estar preparado para se defender e o que poderia ser uma simples gripe passa a ser uma das causas de óbito do indivíduo.

Na dúvida, como sugere o médico Rogério Tuma no texto “Vacina para a gripe vale a pena?”, publicado originalmente em Carta Capital, o mais recomendado é deixar seu corpo preparado para evitar uma invasão de influenza, o vírus responsável pela gripe.

A vacina da gripe não combate o vírus diretamente. Inclusive, ela é formada por pedaços do vírus que são reconhecidos por nosso sistema imunológico antes de uma possível contaminação. Caso isso venha a acontecer, nosso organismo já tem um sistema de defesa que reconheceria essas partes do invasor.

Duas proteínas externas ao influenza são, geralmente, reconhecidas pelo nosso sistema imunológico e, por isso, são importantes constituintes de vacinas contra a gripe. Hemaglutininas e neuroaminidases são essas proteínas virais, com importância para a entrada e a saída dos vírus nas células do hospedeiro.

Existem diversos tipos de hemaglutininas e neuroaminidases entre os vírus influenza que contaminam seres humanos e outras espécies animais, como porcos e aves. O vírus mais temido nessa temporada de gripe no Brasil foi o H1N1, o da gripe A. Ele possui hemaglutininas do tipo 1 (H1) e neuroaminidases do tipo 1 (N1).

As três maiores pandemias de gripe ocorridas no século XX foram causadas pelo vírus influenza H1N1 – causador da gripe espanhola, em 1918; H2N2 – causador da gripe asiática, em 1957; e H3N2 – causador da gripe de Hong Kong, em 1968.

Caça ao vírus

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reúne, em dois encontros anuais, pesquisadores que analisam os dados de saúde de diferentes países e decidem quais são as linhagens do influenza que estão em grande circulação pelo planeta e que devem compor a vacina da próxima estação de gripe. Esses encontros ocorrem antes do inverno de cada hemisfério do planeta.

A partir dessa decisão, a indústria farmacêutica passa a produzir grandes quantidades de vacinas contra algumas das linhagens do vírus. A campanha nacional de vacinação que ocorreu em abril de 2013, por exemplo, imunizou parte da população brasileira contra o influenza A (H1N1 e H3N2) e o influenza B.

Nessa campanha, mais de 40 milhões de doses da vacina foram distribuídas para atender aos doentes crônicos, idosos com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 2 anos, gestantes e mulheres no período até 45 dias depois do parto, indígenas, presidiários e profissionais de saúde.

A definição desses grupos é uma sugestão da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem como base, grupos mais susceptíveis a complicações decorrentes da gripe. Pesquisas mostram que a vacinação pode reduzir a mortalidade de idosos, por exemplo, em 68% dos casos. E ainda tem gente com dúvidas sobre a pertinência da vacinação!

AIDS - TEXTO E ATIVIDADES

CAMINHOS PARA A CURA

São alentadoras as diversas notícias que a evidência científica puziu no campo da luta contra a Aids nos últimos anos, particularmente desde 2011. Mais de 30 anos depois do começo da epidemia, já se enxerga o início de uma nova era, com inovação e um discurso que considera a eliminação do HIV.


A epidemia global dá sinais de arrefecimento, com queda no número de novas infecções e de mortes associadas ao HIV nos últimos anos. É claro que esse quadro global não detalha o que podemos considerar como o convívio de diversos padrões de epidemia em todo o mundo, com lugares onde a doença continua explosiva e com países ou regiões onde ela nitidamente declina. O número de casos em 2011, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids e a Organização Mundial da Saúde , foi de 34 milhões, e o número de mortes, de 1,7 milhão. Assim, a Aids continua sendo, sem sombra de dúvida, um sério problema mundial de saúde pública.

Seguimos combatendo a epidemia com aquilo que a ciência mostrou ser eficaz (como camisinhas e lubrificantes, distribuição de seringas e tratamento de dependência de drogas com base em evidência científica, entre outras atividades). Tivemos enorme progresso, mas os obstáculos globais não foram todos superados.

A intolerância ideológica e política (como, por exemplo, em relação à distribuição de seringas e ao tratamento de dependência de drogas com base em evidência científica) e a resistência religiosa (em relação à camisinha, principalmente) continuam representando enormes obstáculos em todo o mundo. Isso sem falar no preconceito, na discriminação e na violação dos diretos humanos envolvendo as populações mais afetadas pela doença: homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas que usam drogas e, claro, as pessoas vivendo com HIV. Esses fenômenos apontam para o fato de que a luta contra a Aids ainda demanda mudanças sociológicas, antropológicas e legais, entre outras, as quais poderíamos simplificadamente denominar como estruturais. Alguns exemplos de mudanças estruturais necessárias seriam o combate à homofobia, ao machismo e à violência contra as mulheres e a eliminação da repressão às pessoas que fazem uso de drogas, dentre outros.

Tudo isso segue sendo uma tarefa hercúlea – que, é claro, continuamos enfrentando – e, eventualmente, uma missão impossível, não fosse essa luz no fim do túnel que a ciência colocou em nosso caminho.

Vários estudos científicos anunciados nos três últimos anos nas mais importantes conferências e revistas científicas da área médica apontam para a mesma direção. O tratamento com antirretrovirais tem enorme impacto no controle da epidemia e pode representar um instrumento adicional na prevenção da doença. O uso estratégico dessas medicações, se aliado à prevenção clássica, pode ter efeito imediato e direto na redução de eventos clínicos, na coinfecção com tuberculose e na mortalidade das pessoas que iniciam a terapia imediatamente, além do impacto na transmissão do HIV. Esse conceito vem sendo denominado pela sociedade científica internacional como “prevenção combinada” (soma de prevenção clássica, necessidade de mudanças estruturais e uso de antirretrovirais para a prevenção).

O ponto máximo dessa visão foi o protocolo de pesquisa conduzido pelo National Institute of Health (NIH) dos EUA em 2011, conhecido como protocolo HPTN 052. Nele, foram acompanhados 1.763 casais sorodiscordantes (quando um dos parceiros é positivo para o HIV e o outro, negativo) de todos os continentes, incluindo brasileiros. A medicação antirretroviral foi dada aos indivíduos HIV-positivos, que iniciaram o tratamento preventivo precocemente e foram acompanhados durante um ano e sete meses. As taxas de proteção dos indivíduos HIV-negativos chegaram a 96%, ou seja, quase total.

Usados por via oral ou como gel microbicida (vaginal ou anal) na pré-exposição ao HIV (antes do sexo ou do compartilhamento de seringas), alguns medicamentos antirretrovirais, como o tenofovir e a emtricitabina (ou sua combinação), apresentaram resultados extraordinários em vários estudos clínicos. Essa estratégia é conhecida como PrEP (sigla em inglês traduzida como “profilaxia pré-exposição”).

Estudos com o uso de antirretrovirais na PEP (profilaxia pós-exposição) também têm demonstrado eficácia. Utilizada para exposição de profissionais de saúde em acidentes biológicos, a PEP agora tem sido estendida para casos de acidentes sexuais e de compartilhamento de seringas.

Somados às descobertas da circuncisão masculina como forma de proteção contra a transmissão sexual do HIV, esses estudos apontam para o uso de uma combinação de diferentes estratégias no controle da epidemia de Aids enquanto uma vacina preventiva não é descoberta.

Durante a 7ª Conferência Internacional de Patogênese da Sociedade Internacional de Aids, ocorrida em Kuala Lumpur, Malásia, em julho, um simpósio debateu por um dia todos os primeiros casos de cura de Aids, além de estudos adicionais que estão sendo conduzidos em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil.

Uma vacina desenvolvida por pesquisadores brasileiros anunciou seus primeiros resultados em 2013, com potencial estimulante. Porém, isso não significa que estamos à beira de uma solução definitiva. Há um longo caminho a percorrer.
É claro que esses avanços não podem nos levar à empolgação e ao relaxamento, já que outras importantes doenças têm cura e vacina, como, por exemplo, a tuberculose, mas ainda acometem muita gente pelo mundo, inclusive no País. Mas não há como não se animar com os avanços no controle da epidemia de Aids no Brasil e no mundo.

No caso do Brasil, um país que é palco de diversos cenários não pode tratar com igualdade aqueles que estão em situação diferente. O Sistema Único de Saúde (SUS) trabalha com o princípio de equidade, ou seja, dar mais para quem precisa de mais atenção. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Aids do Departamento, o Rio Grande do Sul lidera a taxa de detecção da doença, apresentando 40,2 casos para cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 20,2. Esses dados sugerem que uma prioridade deve ser dada àquele estado. Além disso, ainda temos em 2013 uma inaceitável mortalidade de 12 mil brasileiros com Aids.

Apesar dessas dificuldades, o cenário é promissor, pois o Brasil tem grande potencial de recuperar sua bem-sucedida trajetória de prevenção clássica. Historicamente, colocamos a camisinha em rede nacional de televisão antes de qualquer outro país latino-americano. Estruturamos um programa de redução de danos que foi referência para países em desenvolvimento, apoiamos organizações de profissionais do sexo contra a maré conservadora global, sobretudo na era Bush, e mantivemos a questão LGBT como alta prioridade na agenda nacional.

O País precisa capitalizar os avanços ocorridos até hoje, sem se abster de entrar em um novo momento histórico de incorporação da prevenção combinada. Mas, para a conquista desse cenário de impacto na epidemia e na mortalidade, é preciso também persistir em mudanças estruturais, uma vez que a pavimentação ambiental é um dos pilares primordiais dessa luta. Há diversos projetos de lei que visam combater estigmas e discriminações e propagar a igualdade social e de gênero. Porém, muitos ainda estão em votação. Essas intervenções políticas, sociais e ambientais podem contribuir muito para mudar as causas básicas que influem na vulnerabilidade e no risco relacionados ao HIV.

Hoje, o Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento que têm uma resposta sustentável, com compromisso de Estado e governo. É também autossuficiente na linha de produção de antirretrovirais e está na iminência de produzir, em Farmanguinhos (laboratório de produção de medicamentos da Fundação Oswaldo Cruz), a dose fixa combinada – coquetel de tratamento de Aids com três medicamentos em um: tenofovir, lamivudina e efavirenz. Tem à disposição as estruturas do SUS (Conass, Conasems e demais Conselhos) para contribuir, sobretudo, na tarefa de capacitar o enfrentamento do HIV/Aids e possui uma sociedade civil aguerrida, capaz de viabilizar o impacto sobre a epidemia. Outros atores têm desempenhado um papel crucial nessa luta, como as universidades, as agências da ONU, a cooperação bilateral, os pesquisadores brasileiros e tantos outros. Temos a faca e o queijo na mão. É hora de mudar o jogo.

Por Fabio Mesquita — publicado na edição 79 da Revista Carta na Escola, de setembro de 2013


Atividades didáticas | Baseadas na matriz do Enem

O projeto a seguir tem o objetivo de resgatar os conhecimentos dos adolescentes e jovens sobre o HIV e a Aids. Possui também a missão de fazer com que os alunos reflitam sobre a importância da prevenção tanto no contexto sexual quanto no reprodutivo.

Material necessário: caixa com os nomes de todos os participantes do grupo, folhas grandes de papel, canetas de ponta grossa, lousa, giz e textos de apoio com conteúdo explicativo sobre prevenção.

Integração:
Escreva no quadro a palavra “Aids”. Peça que os (as) participantes falem a primeira coisa que lhes vem à cabeça. Conforme forem respondendo, escreva as palavras ao redor da “Aids” e explique o significado da sigla Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.


Atividade:
Oriente a formação de quatro subgrupos e distribua os temas a seguir para apresentação posterior por meio de cartazes, dramatização, seminário etc.

Grupo 1: Formas de transmissão do HIV /Como não se transmite;
Grupo 2: Formas de prevenção;
Grupo 3: Tratamento para pessoas vivendo com o HIV e Aids;
Grupo 4: Diferença entre viver com HIV e ter Aids (incluindo janela imunológica e controle da infecção para evitar o desenvolvimento da doença).

Estabeleça, juntamente com os (as) participantes, o tempo a ser destinado para preparação e apresentação de cada um dos temas. Quando os grupos terminarem, aprofunde a discussão a partir das questões a serem respondidas.


Observações:
Apesar de a Aids ser constantemente discutida pela mídia há mais de uma década, inclusive com relatos de experiências de pessoas que vivem e convivem com o vírus, ainda são bastante fortes o preconceito e a discriminação em relação às pessoas soropositivas e sob maior risco.

No Brasil, o acesso ao Ensino Fundamental é garantido pela Constituição Federal. É responsabilidade do Estado e dos pais que todas as crianças frequentem a escola, independentemente da sorologia para o HIV. Uma portaria dos Ministérios da Educação e da Saúde dispõe que a realização de testes compulsórios para a admissão do aluno na escola ou para a manutenção da sua matrícula nas redes pública e privada de ensino, em todos os níveis, é injustificável e não deve ser exigida.

O HIV não é um vírus que pode ser transmitido por contato social e não oferece perigo no ambiente escolar, por isso não há obrigatoriedade em revelar o diagnóstico da criança portadora do HIV para a escola.


Finalização da oficina:
Peça que, em uma única palavra, as pessoas expressem o significado da oficina Sexualidade em Tempos de Aids. Registre cada palavra no quadro.


Competências: Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, em situações problema, interpretar intervenções científico-tecnológicas

Habilidades: Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação da saúde individual ou coletiva.

12 de março de 2011

O HOMEM-ÁRVORE

EPIDERMODISPLASIA VERRUCIFORME

       Este é Dede Koswara, cujo o apelido é Homem-árvore, é um homem da Indonésia cuja pele parece uma árvore.

       Tudo começou quando Dede se cortou no joelho durante a adolescência. Um pequeno ponto protuberante surgiu ao redor da ferida e dias depois eram vários. Os dias passaram, tornaram-se anos e os pontos continuaram a crescer e a alastrar até atingir o estado que podemos presenciar nestas fotografias.

      
      A doença do Homem Árvore,  é uma variação do vírus HPV, ou seja, tudo isso que você pode observar nas imagens, são nada mais nada menos que VERRUGAS.

       O HPV, ou vírus do papiloma humano, infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações. Uma das formas mais conhecidas de propagação da doença é pela relação sexual. No entanto, este rapaz começou a desenvolver a doença ainda na adolescência, após sofrer um profundo corte no joelho. As verrugas surgiram no local do corte e com tempo tomou todo o seu corpo de forma desordenada e incontrolada.

       A doença se agravou por um problema genético que o rapaz possuiu: seus anticorpos são incapazes de combater ou simplesmente deter o crescimento das verrugas. O seu sistema imunológico não reconhece o vírus como uma ameaça. Assim, o vírus tem livre replicação no organismo indefeso.
      
       A esperança para Dede surgiu quando um dermatologista americano o viu num documentário do Discovery Channel – “The Treeman”.
    
       O médico interessou-se pelo caso e voou para Jacarta. Após o diagnóstico deste caso bizarro, o médico descobriu de que deformação padecia, propondo uma terapêutica baseada em vitamina A, composto orgânico em deficiência no seu organismo.

       O Dr. Gaspary acredita que Dede nunca será uma pessoa normal, dada a gravidade do seu caso, mas que com o avanço da terapêutica talvez dentro de alguns anos volte a usar novamente as mãos para tarefas básicas do quotidiano.


      
      Várias intervenções cirurgicas foram realizadas, mas as verrugas voltam a crescer. Atualmente os médicos acreditam que a única forma do rapaz ter uma vida “melhor” é passando por cirurgias semestrais para a retirada do excesso de verrugas.