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2 de junho de 2020

A FLORESTA COM ARAUCÁRIAS

        A Floresta com Araucárias, chamada cientificamente de Floresta Ombrófila Mista, é uma das Fitofisionomias Florestais que compõem o bioma Mata Atlântica. Originalmente ocupava cerca de 200.000 Km , dos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos planaltos, regiões onde predomina o clima subtropical.




         Originalmente a Floresta com Araucária ocupava cerca da 40% do território do Paraná, 30% de Santa Catarina e 25% do Rio Grande do Sul. Também ocorria em maciços descontínuos, nas partes mais elevadas das Serras do Mar, Paranapiacaba, Bocaina e Mantiqueira, no sudeste e nordeste de São Paulo, noroeste do Rio de Janeiro e Sul de Minas Gerais e no leste da Província de Misiones (Argentina).

        A Floresta com Araucárias é caracterizada pela presença predominante do Pinheiro Brasileiro (Araucaria augustifolia). Árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque especial à paisagem, a araucária chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetro de dois metros e altura de até 50 metros. No sub-bosque da floresta ocorre uma complexa e grande variedade de espécies, como a canela sassafrás, a imbuia, a erva-mate e o xaxim, algumas das quais endêmicas.

        No Paraná, onde é a árvore símbolo do Estado, a araucária é conhecida como pinheiro-do-paraná. No passado, as sementes de pinheiro serviram de alimentação para os índios e ainda hoje os pinhões são muito consumidos nas festas juninas do Sul do Brasil.

        "A Araucaria angustifolia é uma das espécies mais antigas da flora brasileira, passou por diversos períodos geológicos, foi submetida às mais drásticas mudanças climáticas, conviveu com invasões e retrações marinhas, extinções de seres, mas no curto tempo de duas gerações humanas, não está resistindo às queimadas, ao fio de machados e motosserras, disputas de terras, ausência de políticas públicas estratégicas, e à imperiosa cultura humana de domínio e posse" ( Koch&Correa, 2002).


Floresta Ameaçada

    A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a araucária fosse intensamente explorada, principalmente a partir do início do século XX. Calcula-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 e 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras. Atualmente a Floresta com Araucárias
está à beira da extinção. Restam menos de 3%de sua área original, incluindo as florestas exploradas e matas em regeneração. Menos de 1%da área original guarda as características da floresta primitiva, ou seja, são áreas pouco ou nunca exploradas.

        A extrema vulnerabilidade da Floresta Ombrófila Mista é confirmada pelo Atlas " A Floresta com Araucária no Paraná" (PROBIO/MMA/FUPEF/2004), que registra, no Estado, apenas 0,8% de remanescentes em estágio avançado de regeneração, guardando as condições e características originais, enquanto que os remanescentes secundários e descontínuos somam somente 14,6%. Esta situação é cotidianamente agravada pela exploração ilegal da madeira e pela conversão da floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos de espécies exóticas como o Pinus , aumentando ainda mais o isolamento e insularização dos remanescentes. A mesma pressão é exercida sobre os campos naturais associados à Floresta Ombrófila Mista, agravando ainda mais a situação desse ecossistema.



11 de setembro de 2017

VIDEOS: BRASIL SELVAGEM

EPISÓDIO 1 - JOIAS DA SELVA
https://www.youtube.com/watch?v=_fDUJlLdua8


EPISÓDIO 2 - FESTA DO TAMANDUÁ-BANDEIRA
https://www.youtube.com/watch?v=mhnqXeXEhH0



EPISÓDIO 3 - PANTANAL
https://www.youtube.com/watch?v=s8v-HlAXbYY



EPISÓDIO 4 - A COSTA DOS GOLFINHOS
https://www.youtube.com/watch?v=aprdQXXrI3I



EPISÓDIO 5 - A SOMBRA DO GAVIÃO - AMAZÔNIA
https://www.youtube.com/watch?v=zrn6C68_PUQ

VÍDEO: MATA ATLÂNTICA E OS CICLOS DA VIDA

https://www.youtube.com/watch?v=GYJbURwPXas

10 de dezembro de 2013

AULA-FILME: BRASIL OCEÂNICO

Deixo aqui a dica de um documentário super interessante para ser assistido pela turma, com inúmeras possibilidades de explorações à nível fundamental e médio. Trata-se do Documentário EXPEDIÇÃO- BRASIL OCEÂNICO da Discovery Channel.
Como sugestão para o Ensino Fundamental, trabalhei com meus alunos essa ficha bem simples, mas que deixa registradas as impressões sobre o filme:
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL CÂNDIDO GENRO

Relatório sobre o Documentário “Brasil Oceânico” da Discovery Channel 

Grupo: _____________________________________________________________________         Turma: ______

Disciplina: Ciências           6ª. Série      Profª. Daniela Gonçalves Oliveira                     Data: ____/____/______

Objetivos:
¡  Observar, conhecer e reconhecer algumas espécies da fauna marinha.
¡  Visualizar diferentes tipos de Poríferos e Cnidários.

1. No documentário, apareceram vários tipos de animais, escolham quatro espécies que pertençam a diferentes filos e escrevam abaixo:




2. Descrevam os aspectos mais interessantes que vocês observaram:





Ficha Técnica e Sinopse do Documentário:


Título Original: Expedição Brasil Oceânico

Gênero: Documentário

Origem/Ano: BRA/2002

Duração: 101 min

Direção: Lawrence Wahba

Elenco:

Narrador: Lima Duarte



Sinopse: EXPEDIÇÃO BRASIL OCEÂNICO é dividido em dois episódios:

Oásis do Atlântico

Acompanhe a expedição da equipe de Lawrence Wahba à Ilha de Trindade e aos Penedos de São Pedro e São Paulo. Distante da costa brasileira, as ilhas estão localizadas a um terço da África. Conheça os mistérios das criaturas marinhas, plantas e animais terrestres (filmados pela primeira vez) que habitam estas ilhas. São belas imagens de golfinhos, moréias e tubarões (como o tubarão-baleia, maior peixe dos oceanos). É um Brasil desconhecido para os próprios brasileiros, por isso mesmo, perceba o porquê das tentativas de Wahba e sua equipe em convencer o Governo Brasileiro à declarar essas ilhas costeiras como reservas marinhas.

O Atol Esquecido

Desde 1993, o Atol das Rocas (distante 224 Km do porto de Natal - RN), localizado no Atlântico Sul, é monitorado por guarda-parques. Mas esta é a primeira vez que uma equipe consegue filmar no Atol. Rocas é um complexo composto por ilhas, canais que ligam a lagoa interna ao alto mar, piscinas de maré e muito mais. Descubra outros segredos da vida marinha e terrestre no Atol das Rocas, como o fantástico mero (uma garoupa gigantesca raramente vista), os filhotes de peixes lutando pela sobrevivência contra predadores e os mais de 150 mil pássaros (como atobás, viuvinhas e trinta-réis) que vivem sobre duas pequenas ilhas.

13 de setembro de 2013

PAPAGAIO-DO-PEITO-ROXO E ARAUCÁRIAS SÃO PRESERVADOS EM SANTA CATARINA

O Papagaio-de-peito-roxo e araucárias são as principais espécies preservadas no Parque Nacional das Araucárias, no Oeste de Santa Catarina. Criado em 2005, o local tem 12.841 hectares de mata preservada entre os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia.

Um dos principais projetos desenvolvidos no Parque é para a conservação de papagaios-de-peito-roxo. Desde 2010 a espécie, extinta no local, está sendo reintroduzida na mata. A ave é uma espécie natural da região, porém, há 20 anos não era mais vista no local.
Desde então 43 aves foram soltas e são monitoradas periodicamente pelo Espaço Silvestre Instituto Carijós. Todas as aves foram apreendidas pela polícia em casos de tráfico de animais e passaram por diversos treinamentos de reabilitação. No dia 5 de setembro de 2013 o projeto comemorou um ano da soltura do segundo grupo de aves.

O período de reprodução é entre agosto e janeiro, e a esperança dos biólogos do projeto é que as aves já se reproduzam ainda este ano. Junto com o trabalho realizado com os animais, ainda é feito um trabalho na comunidade.
O objetivo é que todos se conscientizem de que não devem alimentar as aves e nem capturá-las. Além disso, está sendo implementado um trabalho com os moradores da região, para que desenvolvam um trabalho de artesanato ligado à temática dos papagaios. A renda será convertida para as famílias e os produtos ajudam a divulgar o projeto. “Estamos procurando patrocinadores para o projeto também, para que possamos continuar com os trabalhos de pesquisa e conservação”, explica Vanessa.
Mata de Araucárias

A Floresta Ombrófila Mista, conhecida como Mata de Araucárias, produz o pinhão, principal alimento da dieta das aves, e por isso, também precisa ser preservada. A Araucária também é conhecida com pinheiro do Paraná ou pinheiro-brasileiro. Mesmo ameaçada de extinção, ela cresce na presença de outras espécies e por isso constitui um subsistema. Estas árvores podem atingir alturas de cerca de 50 metros, com um diâmetro de 2,5 m e podem viver 700 anos.
De acordo com as informações do Parque Nacional, a floresta está reduzida a menos de 3% da área original e sobrevive nos planaltos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A qualidade da madeira fez com que a araucária fosse explorada, principalmente a partir do início do século XX e estima-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados.
Existe uma lista de espécies da fauna que encontram-se atualmente ameaçadas pela redução da Mata de Araucárias, entre elas a Gralha Azul, o Papagaio-charão, o Papagaio-de-peito-roxo e o leão-baio. Espécies da flora, como Canela-amarela, Peroba e Xaxim, também estão ameaçadas.

7 de abril de 2013

CAMPANHA BRASILEIRA "XIXI NO BANHO" INSPIRA HOLANDA

Já famosa no Brasil, a campanha Xixi no Banho, lançada em 2009 pela Fundação SOS Mata Atlântica com a intenção de mostrar as pessoas o quanto elas podem economizar água ao adotar o hábito de fazer xixi durante o banho, repercutiu na Holanda. 

Inspirado pela iniciativa brasileira, o vereador Bert Wassink, da província de Drenthe, sugeriu que os holandeses adotassem a prática para economizar água. Segundo ele, o desperdício no país está alarmante: por dia, cada cidadão gasta, em média, 39 litros do recurso no banho e outros 36 dando descarga. A ONU recomenda que cada pessoa use, por dia, no máximo, 50 litros para todas as atividades de higiene e bem-estar. 

A ideia gerou estranheza na população da Holanda, mas Wassink segue determinado disseminando a prática do xixi no banho e, inclusive, virou notícia em um dos jornais do país por sua sugestão, considerada inusitada. 

Assista, abaixo, ao vídeo da campanha Xixi no Banho e confira, também, o site da iniciativa, que revela, de forma divertida, que ao adotar o hábito de fazer xixi uma vez por dia, embaixo do chuveiro, cada pessoa pode economizar mais de quatro mil litros de água por ano.


PLANO DE AULA: AMBIENTE E AÇÃO HUMANA NAS FLORESTAS

Objetivos:
- Identificar e comparar as causas do desmatamento nos seguintes biomas florestais brasileiros: Amazônia e Mata Atlântica. 
- Compreender a relação das populações tradicionais da Amazônia com o meio ambiente. 
- Desenvolver processos de coleta, seleção e organização de dados.
- Ler e interpretar informações cartográficas.

Conteúdos:
- Biomas florestais do Brasil: Amazônia e Mata Atlântica.
- Comunidades tradicionais da Amazônia.
- Extrativismo vegetal e desmatamento.
- Recursos naturais.
- Biodiversidade.

Anos: 6º e 7º anos

Tempo estimado:  Quatro aulas

Material necessário: Cópias do texto de apoio contido nesta sequência didática para todos os alunos, computador com datashow ou projetor para a reprodução das figuras 1, 2, 3 e 4. 

Introdução: Com o passar dos anos, a ação humana tem modificado os biomas brasileiros. Nossa faixa de Mata Atlântica, por exemplo, sofre com o desmatamento desde o descobrimento do país, em 1500. A exploração foi tão ferrenha que, atualmente, restam apenas 7 % da mata original. Isso desperta uma grande preocupação em relação à preservação da floresta Amazônica e, principalmente, em relação ao futuro das comunidades tradicionais que dela sobrevivem. Por isso, é muito importante conhecer as causas do desmatamento e refletir sobre formas alternativas adotadas pelos povos tradicionais para sobreviver, preservar suas tradições e proteger a floresta. É sobre a ação humana sobre a natureza que vamos falar na sequência a seguir.

Desenvolvimento:

1ª aula

1 - Inicie a aula contando aos alunos que nos próximos três encontros vocês falarão sobre a relação entre sociedade e natureza. Comece questionando a turma sobre os tipos de interação que os homens podem ter com a natureza em diferentes contextos sociais, econômicos e geográficos. 

2 - Para sensibilizar a turma sobre o tema e identificar seus conhecimentos prévios sobre as formas de exploração das florestas brasileiras, organize a sala para uma roda de conversa e apresente a imagem abaixo (figura 1), de uma área desmatada ou queimada. Em seguida, lance as seguintes questões: que sensações a imagem desperta? Quais são os motivos para o desmatamento? Pergunte, ainda, se a turma sabe quais são as florestas que mais sofrem com essa ameaça no Brasil e que tipo de vegetação existe nesses lugares.

3 - Após investigar o que a turma já sabe sobre o desmatamento, acrescente algumas informações a respeito de nossos principais biomas florestais: Amazônia e Mata Atlântica.

  • Destaque a importância desses biomas para a manutenção da biodiversidade, ressaltando que o conjunto desses biomas corresponde à maior biodiversidade do planeta. Esclareça que a biodiversidade está relacionada à variedade de formas de vida do planeta e que é essa diversidade de vida que mantém o equilíbrio dos ecossistemas, além de representar uma importante fonte de pesquisa para a descoberta de novos produtos e medicamentos. Porém, as queimadas e o desmatamento são responsáveis pelo desaparecimento de um grande número de espécies, muitas delas extintas antes que possam ser estudadas.

  • Comente que a Mata Atlântica avança do Rio Grande do Sul até o estado do Piauí, apresentando inúmeras paisagens, pois, está presente em diferentes formas de relevo, de solo e de clima. Enfatize a importância que este bioma desempenha na proteção dos recursos hídricos, que são responsáveis pelo abastecimento de água das maiores cidades brasileiras. Apesar da extrema importância da Mata Atlântica, lembre que aproximadamente 93% de sua formação original já foi devastada.

  • Conte à turma que o bioma amazônico corresponde a aproximadamente 50% do território nacional e é constituído, principalmente, por uma floresta tropical que desempenha papel fundamental na manutenção do clima do planeta. Essa imensa cobertura vegetal vem sofrendo sérios problemas ambientais decorrentes das queimadas e do desmatamento. Mais de 15% de sua área original já foi devastada.
  • Depois de fornecer essas informações para a classe, questione se os alunos sabem quais são as principais causas do desmatamento na Amazônia. É provável que eles apontem as madeireiras como as principais devastadoras da região. Explique que o desmatamento ilegal e predatório praticado por madeireiras é um dos principais fatores, mas não é o único. Há também fazendeiros que provocam queimadas na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). Estes dois problemas preocupam cientistas e ambientalistas do mundo todo, pois em pouco tempo, podem provocar um grande desequilíbrio no ecossistema da região, colocando a sobrevivência da floresta em risco.
  • Relembre os dados sobre desmatamento nos dois biomas: Amazônia - 16% e Mata Atlântica - 93%. Questione, então, os alunos sobre as causas que levaram a números tão diferentes nos dois biomas e proponha uma leitura inicial dos mapas que apontam as áreas desmatadas da Mata Atlântica (figura 2) e a densidade demográfica da região originalmente ocupada pelo bioma (figura 3).




4 - Explique as legendas dos mapas e proponha aos estudantes um exercício de representação gráfica. Peça que eles, em uma folha de papel vegetal, copiem o contorno do mapa do Brasil e em seguida copiem o contorno da área que correspondia à floresta da Mata Atlântica em 1500, sobrepondo-a ao mapa de densidade demográfica. O que os estudantes perceberam?

5 - Solicite que registrem a comparação entre os dois mapas no caderno e, em seguida, compartilhem suas observações com os colegas. É esperado que os alunos percebam que a relação entre densidade demográfica e desmatamento é diretamente proporcional.

2ª aula 

1 - Texto:

Entenda o desmatamento

      Desmatamento é uma ação humana que visa à retirada da vegetação nativa de uma determinada área, com o objetivo de aproveitar a madeira e, em seguida, utilizar a área desmatada para o uso do solo. Infelizmente, essa prática é recorrente em todos os biomas brasileiros (Cerrado, Caatinga, Campos, Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia), em maior ou menor grau de intensidade.
     A vegetação nativa é retirada, por meio do corte ou das queimadas, para a ocupação de áreas destinadas à implantação de atividades agropecuárias, de assentamentos rurais, ou para a expansão urbana.
      Trata-se de uma prática antiga, que ocorre no Brasil desde o período do descobrimento, mas que se intensificou após a industrialização do país. Os ciclos econômicos, a expansão da agricultura, da pecuária e o crescimento urbano estão entre os principais motivos que levaram ao aumento das áreas desmatadas, principalmente as áreas de floresta, como a Amazônia e a Mata Atlântica.
       Dentre as principais causas do desmatamento na Amazônia temos:
- O crescimento do processo de ocupação humana a partir dos anos de 1960.
- A abertura de estradas e a implantação de grandes projetos de exploração extrativista e de assentamentos rurais.
- A exploração madeireira de forma seletiva, na qual são retiradas todas as árvores com valor comercial.
- As queimadas para expansão da agricultura e principalmente da pecuária.
Em relação à Mata Atlântica, os principais motivos para o desmatamento são:
- Os ciclos da cana-de-açúcar e do café, que estimularam o desmatamento no Nordeste e Sudeste do Brasil.
- O desenvolvimento industrial e econômico no sudeste.
- O crescimento do processo de urbanização nessa região.
- A construção de grandes obras de infraestrutura (como estradas, portos e hidrelétricas).

FONTE: adaptado do texto Desmatamento, de Arnaldo Carneiro Filho e Nilo D’Avila em Almanaque Brasil Socioambiental (ISA).


 2 - Agora que os alunos já se apropriaram do tema desta aula - o desmatamento, sugira que, em grupos, eles elaborem um quadro comparativo com as causas da devastação nos dois biomas analisados desde a primeira aula desta sequência (conforme o modelo no quadro abaixo).

Origens e consequências do desmatamento na Amazônia
Origens e consequências do desmatamento na Mata Atlântica
Implantação de grandes projetos de exploração extrativista
Desenvolvimento industrial e econômico no Sudeste





3 - Em seguida, organize uma roda de conversa para que os estudantes compartilhem os resultados e discutam o assunto. Você pode fazer o registro das informações debatidas pela turma no quadro negro.

4 - Para estimular ainda mais a discussão e depois de concluir o quadro comparativo sobre o desmatamento nos dois biomas, mostre o cartum abaixo (figura 4) e peça para que os alunos o observem durante alguns instantes. Comente que os cartuns estão presentes em jornais, revistas e podem abordar temas polêmicos. Assim como um texto, eles trazem informações, servem para comentar fatos e expressar mensagens.


  • Pergunte aos estudantes o que eles conseguem deduzir com base no cartum. Algumas perguntas para orientar a análise são: quem eles imaginam que seja o personagem? Como é sua vestimenta? Qual a sua fisionomia? E o cenário? Como são os objetos? Há algum exagero na figura? É possível identificar o lugar, a época e as condições de vida do personagem? Que tema serviu como base para o cartum? Refere-se a um assunto da atualidade ou não? Há alguma crítica incutida? Se sim, a quem ou a que se refere? Que elementos as imagens fornecem para discutir esse problema?
  • Espera-se que os alunos compreendam que o atual modelo de exploração das florestas, baseado no corte ilegal de árvores, tem causado sérios danos ambientais, além da perda da biodiversidade.
  • Com base nas opiniões dos alunos sugira uma última questão para debate: o que o grupo propõe como soluções para resolver o problema apresentado? Depois de ouvir os estudantes, diga a eles que na próxima aula vocês irão discutir formas de exploração das florestas que não levam à devastação.
3ª aula

 1 - Retome o cartum apresentado na aula passada e explique para a turma que é preciso aprofundar os conhecimentos sobre alguns temas, para que tenhamos mais argumentos para responder às questões: a exploração ilegal de madeira é a única forma de utilização comercial dos recursos das florestas? Existem outras formas de exploração não levam à devastação de nossos principais biomas?

2 - Divida a turma em grupos de três ou quatro alunos e proponha que cada grupo escolha um tema, dentre os listados abaixo, para pesquisar em casa e elaborar painéis para um seminário que deverá ser apresentado na próxima aula. Explique que os grupos deverão pesquisar a origem da espécie explorada, identificar a região onde ocorre maior exploração e os grupos que as coletam (são grandes grupos empresariais ou comunidades tradicionais?), apresentar quais os usos comerciais das espécies investigadas (indústria alimentícia, de cosméticos etc.) e suas formas de manejo. 
  • Oriente a turma a montar painéis com textos, fotos, mapas, tabelas e gráficos.

Castanha do Brasil ou castanha do Pará
Açaí
Seringueira
Babaçu
Andiroba
Cupuaçu
  • Para orientar o trabalho, sugira que a pesquisa seja realizada em fontes confiáveis, conforme os exemplos abaixo:


1 - Reserve essa aula para a apresentação dos seminários. Peça para que os grupos explorem os conteúdos dos painéis durante a apresentação. Estabeleça um tempo de 10 minutos para cada grupo expor o seu trabalho, faça anotações dos pontos importantes e comente quando julgar necessário. No final, retome as perguntas que guiaram o trabalho de pesquisa na aula anterior (A exploração ilegal de madeira é a única forma de utilização comercial dos recursos das florestas? Existem outras formas de exploração não levam à devastação de nossos principais biomas?) e proponha um debate de encerramento com toda a turma sobre como deve ser a ação humana em áreas de florestas.
  • Espera-se que ao final os alunos compreendam que é possível explorar as florestas de forma sustentável, garantindo assim, a sobrevivência dos povos da floresta e a preservação ambiental.

Avaliação: Leve em conta os objetivos definidos inicialmente. Com base na participação dos alunos e nos seminários apresentados, verifique se houve entendimento sobre as causas do desmatamento nos biomas florestais brasileiros e sobre a relação das populações tradicionais da Amazônia com a biodiversidade. Identifique se os alunos entenderam os diversos usos que o homem faz da floresta e quais são suas consequências. Caso considere necessário, retome os conceitos que ainda não estiverem completamente claros para os alunos.

Fonte: Planeta Sustentável



8 de março de 2013

INSTRUMENTOS DE GESTÃO E ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Reserva da Biosfera:

Reserva da Biosfera é o reconhecimento da UNESCO para as regiões que possuem recursos naturais raros, que devem ser utilizados de forma racional. Reconhecida pela UNESCO, a partir de 1971, através do Programa MaB – Man and Biosfhere (O Homem e a Biosfera), cada reserva é composta por áreas representativas dos diversos ecossistemas que caracterizam a região onde está inserida.

Ao mesmo tempo em que procuram garantir a conservação da biodiversidade, essas reservas buscam a melhoria das condições de vida da população que nelas vive, por meio do uso sustentável dos recursos naturais.

No Brasil, a primeira Reserva reconhecida pela UNESCO foi a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, cujo processo iniciou-se em 1991, pelo Estado de São Paulo. Hoje a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica abrange aproximadamente 29 milhões de hectares, do Ceará ao Rio Grande do Sul, totalizando 15 estados.

Atualmente o País tem cinco Reservas da Biosfera reconhecidas, totalizando 15% do território brasileiro:


Reserva da Biosfera
Ano de Implantação
 Área (KM2)
Mata Atlântica
1991,1992,1993,2000,2002
350.000
Cinturão Verde de São Paulo
1993
Integrante da RBMA
Cerrado
1993,2000, 2001
296.500
Pantanal
2001
251.570
Amazônia Central
2001
208.600



      As Reservas da Biosfera são uma importante ferramenta para o ordenamento territorial, manejo da paisagem e conservação da biodiversidade. Com base no Sistema Nacional de Unidades de Conservação e nas diretrizes da UNESCO, o zoneamento da Reserva contempla três zonas distintas:

Zonas-núcleo – são áreas destinadas à proteção integral, são formadas por unidades de conservação legalmente instituídas e pelas áreas de preservação permanente.

Zonas de amortecimento – são áreas que envolvem as zonas-núcleo e onde são permitidas atividades econômicas que não coloquem em risco a integridade das zonas-núcleo, garantindo assim, a sua preservação.

Zonas de transição – são as áreas mais externas da reserva, não possuindo limites rígidos. Nelas, incentiva-se o uso sustentável da terra, como forma de promover a recuperação ambiental.

A Reserva da Biosfera no território gaúcho foi reconhecida em 04 de junho de 1994 pela UNESCO, abrangendo os remanescentes da Mata Atlântica e ecossistemas associados inseridos no Domínio da Mata Atlântica.

Em nível federal, a gestão da Reserva é feita por um Conselho Nacional paritário, composto por 20 membro governamentais e 20 da sociedade civil; em nível estadual, a gestão é feita pelo Comitê Estadual da Reserva, reconhecido pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, através da Resolução CONSEMA nº 01/97. 

Fonte: Núcleo Amigos da Terra. Mata Atlântica: A Floresta em que vivemos. Porto Alegre, 2003

Sistemas Nacional e Estadual de Unidades de Conservação:

SNUC: A Lei Federal nº 9.985/00, que aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação. 

Cada categoria de unidade de conservação prevista no SNUC tem finalidade e normas de uso e de conservação distintas. O SNUC prevê dois grupos nos quais se inserem as diferentes categorias de unidades de conservação: 

Unidades de Proteção Integral: cujo objetivo básico é preservar a natureza não sendo permitida a exploração direta dos recursos naturais. 

Unidades de Uso Sustentável: cuja finalidade é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais.


SEUC: O Governo do Estado do RS, por meio do Decreto nº 34.256 de 02.04.92, criou o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), regulamentado pelo Decreto 38.814 de 26.08.98. O SEUC vem sendo implementado pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA).





Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE:

O ZEE é um instrumento de planejamento e gestão do território, previsto na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, tendo sido recentemente regulamentado pelo Decreto nº 4.297, de 10.07.2002, que define os critérios para sua elaboração e implementação. 

O ZEE divide o território em zonas com padrões de paisagem semelhantes e estabelece diretrizes de ocupação, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. 

A elaboração de diagnósticos para a elaboração do zoneamento, conforme o Decreto nº 4.297/2002, prevê que sejam identificados os corredores ecológicos e as áreas para unidades de conservação, incorporando, desta maneira, a conservação da biodiversidade na metodologia do ZEE. O Programa de Gerenciamento Costeiro (GERCO/RS), coordenado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM, elaborou o ZEE do Litoral Norte do RS, em função da intensidade de ocupação desta região e conseqüente transformação de seu ambiente natural e perda da biodiversidade. 

As 14 zonas propostas no ZEE expressam os elementos que compõe as diferentes paisagens do Litoral Norte do RS, com destaque para as dunas, ecossistemas lagunares, a vegetação de restinga e a mata atlântica.




Monitoramento:


Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas: O monitoramento dos recursos hídricos tem como objetivos gerais o acompanhamento das alterações de sua qualidade, a elaboração de previsões de comportamento, o desenvolvimento de instrumentos de gestão e o fornecimento de subsídios para ações saneadoras.

A FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental realiza o monitoramento da qualidade das águas superficiais por meio de coletas e análises de águas, e utiliza para interpretação destes resultados a Resolução Nº 357/2005 do CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente que fixa o padrão de qualidade que deve ter a água no meio ambiente em função do uso a ela destinado. Os resultados são também interpretados utilizando metodologia de IQA - Índice de Qualidade das Águas. Os resultados são divulgados no site da Fepam www.fepam.rs.gov.br

O monitoramento realizado pela FEPAM abrange os principais rios formadores do lago Guaíba: rio Gravataí, rio dos Sinos (incluindo rio Rolante), rio Caí, rio Taquari-Antas e rio Jacuí (incluindo rio Pardo, rio Vacacaí e rio Vacacaí-mirim). 

Neste monitoramento são analisados 27 parâmetros de qualidade da água: OD (Oxigênio Dissolvido), pH, Coliformes Fecais, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), Nitrogênio amoniacal, Nitrogênio orgânico, Fosfato Total, Fosfato orto, Turbidez, Sólidos Totais, Condutividade, Índice de fenóis, Surfactantes, Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo Total, Mercúrio, Níquel, Zinco, Alumínio, Ferro, Manganês Temperatura da Água, Transparência, Profundidade. 

As coletas e análises de águas são realizadas pelo Departamento de Laboratório e os dados são armazenados e interpretados pelo Departamento de Qualidade, ambos da FEPAM. 

Rede de Monitoramento do Mexilhão Dourado: Limnoperna fortunei, bivalve popularmente conhecido como mexilhão dourado, foi registrado no sul do Brasil pela primeira vez em 1998. Este bivalve, originário da epifauna do sudeste asiático, encontrado na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, foi trazido como parte do mesocosmo formado pela água de lastro de navios cargueiros. 

A FEPAM, integrante da Força Tarefa Nacional de combate ao Mexilhão Dourado, iniciou em 2003 o monitoramento desta espécie exótica invasora. A Rede de Monitoramento do Mexilhão Dourado conta atualmente com 58 locais ao longo dos rios e barragens da região hidrográfica do Guaíba, seguindo critérios de localização: 
#Pontos da Rede de Monitoramento da Água 
#Navegação (portos, marinas e eclusas) 
#Hidrelétricas. 

A Rede de Monitoramento do Mexilhão Dourado é operada pela Divisão de Biologia e Serviço da Região do Guaíba.


Corredores Ecológicos e Corredores Biológicos: 


Corredor Ecológico é um espaço sub-regional definido biológica e estrategicamente para os fins de planejamento e implementação da conservação englobando todos os tipos de Unidades de Conservação. Podem existir dentro de um Corredor Ecológico vários espaços, denominados Corredores Biológicos, para o estabelecimento de conectividade que facilite a movimentação das espécies. 

O objetivo de um Corredor Ecológico é o planejamento e a implementação de políticas públicas que permitam a conciliação de ações conservacionistas com as tendências de desenvolvimento econômico, livre da necessidade de confinar a solução dentro dos limites das atuais Unidades de Conservação e zonas tampão. 

O uso de Corredores Ecológicos como unidades de planejamento permite visualizar o que é impossível na escala de parques e zonas tampão: uma alocação ótima de recurso no uso da terra para conservar a biodiversidade ao custo econômico mínimo para a sociedade. 

O planejamento e a implementação de corredores ecológicos foi proposto no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Projeto Corredores Ecológicos. Dos sete corredores identificados pelo Projeto, dois estão em implementação: o Corredor Central da Amazônia, e o Corredor Central da Mata Atlântica. 

Na região sul, a Serra do Mar e a Serra Geral , com a ocorrência de espécies endêmicas, grande riqueza biótica e uma rede importante de unidades de conservação, incluindo os Parques Nacionais dos Aparados da Serra (SC/RS) e da Serra Geral (RS) é uma região considerada com potencial para a implementação de corredores de biodiversidade. 

Fonte: 
- MMA. Fragmentação de Ecossistemas: Causas, Efeitos sobre a Biodiversidade e Recomendações de Políticas Públicas. Brasília, 2003.
- BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/SBF. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Brasília, 2000.



Convenção RAMSAR:

A Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat para Aves Aquáticas foi assinada na cidade de Ramsar, no Irã, em 1971. Desde então, esta Convenção é conhecida como “Convenção de Ramsar”. Entrou em vigor em 21 de dezembro de 1975. A Convenção conta com 96 países signatários (até 1996), incluindo o Brasil que aprovou o texto da Convenção em 24 de fevereiro de 1993. 

A Convenção de Ramsar tem por objetivo promover a conservação de áreas úmidas e integrar as necessidades das populações que ali vivem. A designação de uma área úmida com o status de integrar a Lista de Ramsar confere prestígio para a área e pode ser de grande valor para sua conservação. 

A definição RAMSAR para zonas úmidas se estende a uma ampla variedade de tipos de ecossistemas aquáticos, sendo reconhecidos os seguintes sistemas principais: 

*Marinho (zonas úmidas costeiras, incluindo costões rochosos e recifes de coral)
*Estuarino (incluindo deltas, marismas e manguezais)
*Lacustre (referente aos lagos)
*Corpos de água artificiais (zonas úmidas construídas pelo homem) 

A tabela abaixo indica as zonas úmidas Ramsar designadas pelo Brasil, sendo uma delas localizada no RS, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, com 34.400 ha.

Zonas Ramsar
Estado
Data da designação
Extensão da área
Pantanal Matogrossense
MT
24.05.1993
135.000 ha
Lagoa do Peixe
RS
24.10 1993
34.000 ha
Mamirauá
AM
04.10.1993
1.124.000 ha
Ilha do Bananal
TO
04.10.1993
562.312 ha
Reentrâncias Maranhenses
MA
30.11.1993
2.680.911 ha

Fonte: www.io.usp.br


7 de março de 2013

VEGETAÇÃO - BIODIVERSIDADE DO RS

   O IBGE com base na bibliografia fitogeográfica, em levantamento dos remanescentes de vegetação e em trabalhos de campo estimou a extensão dos tipos de vegetação do Brasil, classificados em Regiões Fitoecológicas e Áreas de Vegetação.

   O mapeamento representa uma reconstituição dos tipos de vegetação do território brasileiro na época do descobrimento. Mostra as Regiões Fitoecológicas e as demais áreas de Vegetação com seus grupos e subgrupos.

   A Região Fitoecológica compreende um espaço definido por uma florística de gêneros típicos e de formas biológicas características que se repetem dentro de um mesmo clima, podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem marcado. (Fonte: IBGE, 2004)

   O RS apresenta as seguintes Regiões Fitoecológicas:

Floresta Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Mista
Floresta Estacional Semidecidual
Floresta Estacional Decidual
Estepe (Campos gerais planálticos e da campanha gaúcha)
Savana Estépica
Áreas de Formações Pioneiras
Sistema de transição (Áreas de Tensão Ecológica)



   Floresta Ombrófila Densa – o termo criado por Ellemberg & Mueller-Dombois (1965/6) substituiu Pluvial (de origem latina) por Ombrófila (de origem grega), ambos com o mesmo significado “amigo das chuvas”.

   Sua principal característica ecológica reside nos ambientes ombrófilos, relacionada com os índices termo-pluviométricos mais elevados da região litorânea. A precipitação bem distribuída durante o ano, determina uma situação bioecológica praticamente sem período seco.

   Esta vegetação apresenta três estratos definidos, o superior formado por espécies dominantes como o tanheiro (Alchornea triplinervia), o angico (Parapiptadenia rígida), a canela-preta (Ocotea catharinensis), entre outras. No estrato intermediário destaca-se a ocorrência do palmito (Euterpe edulis), espécie ameaçada de extinção no RS e no estrato arbustivo são encontradas inúmeras espécies, como a samambaia preta (Hemitelia setosa) e o xaxim (Dicksonia sellowiana).

    No RS sua ocorrência está restrita à região nordeste do Estado, recobrindo a encosta leste do Planalto Meridional (Serra Geral), em altitudes que vão desde a Planície Costeira, quase ao nível do mar, até cerca de 900 m, junto à borda do Planalto.

   Floresta Ombrófila Mista - caracterizada por apresentar o estrato superior dominado pela Araucária angustifolia, que dá a paisagem uma fisionomia própria. O estrato inferior é constituído por árvores mais baixas ou arbustos arborescentes, pertencente em grande parte às Mirtáceas, sendo comum a casca d’anta (Drymis brasiliensis) e o pinheiro bravo (Podocarpus lambertii).

   Floresta típica do Planalto Meridional, ocorrendo no RS em altitudes entre 500 m ao oeste a 1.000 m a leste, onde se destacam três núcleos principais: na borda dos Aparados entre o rios Maquiné e das Antas, na borda da encosta sul do Planalto, entre os rios Taquari e dos Sinos e em pleno Planalto Central, no curso superior do rio Jacuí.

   Floresta Estacional Semidecidual – a principal característica ecológica deste tipo de vegetação é representada pela dupla estacionalidade climática, representada no Estado, pela chamada seca fisiológica provocada pelo frio intenso do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15ºC. A percentagem das árvores que perdem as folhas no conjunto florestal situa-se entre 20 e 50%.

   Além das florestas semideciduais localizadas na região da encosta inferior do nordeste, merecem destaque as localizadas na serra do sudeste, a oeste das Lagoas dos Patos e Mirim, onde, em função das características edáficas, estão inseridas numa paisagem diferenciada, formada por um mosaico de vegetação muito variada, que inclui os campos limpos, campos sujos , matas arbustivas e florestas-parque.

   Floresta Estacional Decidual – este tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas. No RS, embora o clima seja ombrófilo, possui uma curta época muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiológica da floresta.

  Esta formação ocorre na forma de disjunções florestais apresentando o estrato dominante predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhas no período frio.

   Sua ocorrência é destacada na região do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, até as proximidades do rio Itu ( afluente do rio Ibicuí), fazendo limite com os campos da Campanha gaúcha.

   De modo geral, as espécies integrantes da Floresta Estacional da região do rio Uruguai são as mesmas da encosta sul do planalto, mas apesar disso, ocorre certo número de espécies próprias. A canafístula (Peltophorum dubium) e o timbó (Ateleia glazioviana), por exemplo, são espécies características da Floresta do Alto Uruguai.

   Estepe (Campos gerais planálticos e da campanha gaúcha): A fisionomia dos campos do RS é bastante variável, apresentando uma grande diversidade de formações locais, em face, principalmente das várias diferenciações de solo.

   Nos campos localizados nas altitudes mais elevadas do Estado, os denominados Campos de Cima da Serra, temos a ocorrência de capões de Araucária angustifólia e de solos turfosos com gramíneas, tibouchinas e juncais.

   Os chamados Campos da Campanha, localizados em altitudes de até 300 m, apresentam uma grande variabilidade de formações vegetais, constituídas pelas famílias das gramíneas, compostas e leguminosas.

   Savana Estépica: Esta classificação é empregada para denominar a área do “sertão árido nordestino” com dupla estacionalidade e também uma área disjunta no norte do Estado de Roraima e duas outras áreas também disjuntas, uma no extremo sul do Mato Grosso e outra na barra do rio Quaraí, no Rio Grande do Sul.

   A disjunção do “Parque do Espinilho” ocorre na planície alagável situada no extremo sudoeste do RS. Encontra-se ainda bastante preservada e seus ecotipos naturais revestem terrenos de deposição recente, localizados entre os rios Quaraí e Uruguai.

   Áreas de Formações Pioneiras: Situam-se na Planície Costeira e ao longo da rede hidrográfica da Depressão Central e da Campanha. Nestas áreas encontram-se espécies desde herbáceas até arbóreas, com ocorrência de variadas formas biológicas, adaptadas às diferentes condições edáficas aí reinantes. As formações vegetais encontradas são de influência marinha (restinga), fluvial (comunidades aluviais) e fluvio-marinha (manguezal e campos salinos).

   Sistema de transição (Áreas de Tensão Ecológica):

# Ecótono - Área de mistura florística entre tipos de vegetação (Ex. Floresta Ombrófila Mista/Floresta Estacional Decidual)

# Encrave - Área disjuntas que se contatam, mas onde cada uma guarda suas características ecológicas.

Fonte: 
IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, 1992.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Inventário Florestal Nacional. Florestas Nativas RS. Brasília, 1983.